Noites Vermelhas

Epílogo

Noites e dias sem fim.

Dois meses se passaram desde a guerra contra o exército de Lizandro Bento II. A Astrix havia retornado para o príncipe vampiro depois da batalha. Vern também retornou com os poucos vampiros de sua casa que ainda restaram para o Coven das Caveiras De Pedra. No Teatro Casa Vermelha, todos passamos dois meses em luto pela perca do nosso ancião Demetrio Castelly.

Nosso Coven havia sido reconstruído, pedaço por pedaço depois da guerra. A Astrix enviou dois novos anciões para o Coven Os filhos Do Ossário, e para o Coven dos Corvos Negros, assim como também enviaram novos integrantes com poderes variados para o Teatro Casa Vermelha. Helena ainda estava muito triste, mas a cada dia mais forte. Ela em nenhum momento perdeu suas esperanças. Helena achava que em algum momento e de alguma forma, Demetrio seria encontrado. Eric sempre estava ao meu lado, me ajudando a lidar com tudo. desde a partida de Demetrio, às lembranças horríveis que ficaram pós guerra. Helena e Eric eram meu porto seguro.

Algumas lembranças ainda ficaram entranhadas em mim. principalmente sobre Meu avô Lizandro. Ele, em sua última hora havia se arrependido, porém infelizmente, era tarde demais. Eu já o havia perdoado. Mas ainda sim, continuava com aquela sensação de vazio, como se estivesse faltando algo. Vale e os outros sobreviventes nos ajudaram a manter a ordem na Casa Vermelha depois da guerra.

No terceiro mês depois do luto, a Astrix enviou Marius. Ele seria nosso mais novo ancião. Porém, Marius se recusou a ficar conosco.

***

Uma noite, Helena estava em seu antigo quarto com Demetrio, olhando o quarto vazio. Ela sentia a falta de Demetrio mais do que queria sentir, e ainda não queria aceitar que ele havia desaparecido de uma maneira misteriosa, e sem deixar rastro. Ali, mexendo nas coisas dele ainda sentindo o cheiro do perfume dele pelo quarto, ela encheu seus olhos de lágrimas. Helena acabou se abaixando e sem querer abriu a última gaveta de baixo da cômoda aonde Demetrio guardava algumas coisas.

Helena começou a mexer e acabou achando  algo muito interessante na última gaveta da cômoda, embrulhados em um pano escarlate. Ela pegou aquilo em mãos e muito emocionada, chorou de felicidade. Helena saiu andando rapidamente na direção de meu quarto.

Em meu quarto, deitada na cama ao lado daquele que eu amava, dormíamos tranquilos. Acabei tenho um sonho estranho. Eu havia visto um enorme caixão sendo levado e enterrado dentro de uma igreja, No piso. Me acordei junto de Eric, com batidas na porta do meu quarto. Me levantei devagar e fui até a porta a abrindo.
Helena entrou rapidamente e me olhou sorrindo com lágrimas nos olhos muito emocionada. fiquei sem entender aquilo. Eric se levantou e veio até nós duas.

Helena pegou o pano escarlate e o abriu, nos mostrando o que estava ali. Naquele pequeno pedaço de pano, algumas restantes jóias de sangue que Demetrio havia guardado, as mesmas jóias feitas com o sangue do mesmo no dia em que fizemos o vínculo, continuavam intactas e rubras pulsantes da cor do sangue do mesmo.

Nós três nos olhamos espantados. Sorrimos bobos um para o outro entendendo tudo. aquilo só poderia significar uma coisa...

Seria mesmo aquele, o fim?