Itaizumi - So ga okotta baai

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A porta deslizava tranquilamente quando os olhos conhecidos encaravam a figura feminina que estava em pé a pia lavando o copo que o pequenino deixou cair. O som daquele deslizar era uma canção aos ouvidos, afinal se ele estava em casa havia escapado de algum perigo no qual enfrentava todos os dias devido sua função como shinobbi de elite.

-Tadaima, anata. -   apesar do tom previsível aquele timbre peculiar fazia o coração dela ir de 0 a 100 em segundos.

-Okaeri - com dificuldade ela virou o corpo para que pudesse contemplar sua entrada e receber aquele terno beijo depositado no topo de sua testa. Depois disso a mão dele descia sobre o ventre  que guardava o segundo fruto daquele amor, esse parecia mais pesado do que o primeiro que aliás não demorou muito para se fazer notado:

-Papai, que bom que está em casa. - Itachi então agaichou na altura de seu primogênito admirando aqueles olhos escuros e profundos já esperando a pergunta recorreria de seu filho - Trouxe algo pra mim? - questionou ansioso.

O pai posicionou os dedos em direção a sua testa ( sim, aquele toque singular) deixando o pequeno confuso sobre a resposta da sua pergunta:

-Não me enrole papai, trouxe algo pra mim?

-Fuyuki você tem milhares para que você quer mais um?

-Eu não tenho milhares mamãe, eu tenho apenas 156 e é normal ter muitos quando se está montando uma coleção! Izumi riu do argumento do menino, enquanto isso ela observava que seu esposo estava com a mão no bolso retirando o artigo em questão. Quando viu o bichinho entre os finos dedos de seu pai, os olhos pareciam estar cheios de emoção:

-Um Diplodoco! Eu não acredito que você conseguiu um desse papai....- o menino então envolveu seu genitor num abraço aconchegante transmitindo uma paz surreal. A mãe assistia aquilo derretida e grata por aquele momento tão simplório e regado de amor. Quando fungou o nariz fez um barulho tão alto que os dois olharam pra ela tentando entender se estava tudo bem. Ela arregalou os olhos e mostrou os dentes meio envergonhada e antes que algum dos dois pudesse dizer algo ela falou:

-Então vamos comer?

-Siiiim. - a mesa estava posta e partilhar a refeição parecia ser mais deleitosa quando Itachi estava a mesa. Ao final ele fez questão de organizar tudo para que sua esposa pudesse descansar. Nisso ele pois o pequeno como ajudante já mostrando para ele que as responsabilidades começam cedo e reforçando que quando o bebê viesse ele teria que ser compreensivo pois um bebê exigia muita atenção e:

-Cuidado! Eu entendi,  eu que pedi um irmão e farei de tudo para ele se sentir bem. - a gestante ouvia tudo ao fundo, o parto estava próximo e ela não via a hora de conhecer o rosto de sua prole. Ela não sabia qual era o gênero da criança, sinceramente não se importava Itachi encararia qualquer desafio que fosse. Ela estava concentrada nesses pensamentos quando de repente sentiu uma pontada. Ela respirou fundo, esperando passar. Foi aí que veio outra.

-Itachi??? Ela continuava o exercício de respiração que Sakura havia ensinado, apesar de uma aprendiz aquela rosada levava jeito.

-Hai. - quando viu que a esposa estava ofegante ele correu ao quarto pegou as malas e instruiu seu primogênito para ir a casa dos avós, que saiu feliz e cantarolando " o bebê vem aí! O bebê vem aí..." Dentro do distrito havia um pequeno posto médico e lá teriam um carro disponível para o transporte até o hospital central de Konoha. Todo o percurso parecia uma eternidade para a mulher que sentia as contrações mais e mais fortes. Minutos a frente ela já estava locada na área da maternidade e Sakura estava ao seu lado ajudando no parto super empolgada para conhecer seu "sobrinho". Quando o pequeno veio ao mundo Izumi sentiu uma felicidade imensa a ponto de transbordar em lágrimas enquanto Itachi observava os dois.

-Ele é a cara do Fuyuki. - murmurou a jovem Sakura.

-Só você pra dar uma colorida no gene Uchiha cunhadinha, brincou o irmão de Sasuke.

-Vai ser lindo um Uchiha de cabelos rosas ou olhos verdes. - completou a recém parida. Enquanto a corada rosada ficou imaginando o seu futuro ao lado do caçula de Itachi. Rapidamente os três foram para casa e Fuyuki conheceu seu irmão, ele ficou tão emocionado com isso que seu Sharingan ativou rodopiando o único tumão, fazendo seu pai reviver sua própria infância e felicidade de quando Sasuke chegou em casa.

-Vou protegê-lo com minha vida, irmãozinho. E os seus pequenos dedos imitava o gestos do pai. A mãe não podia estar mais feliz.

Os dias felizes passaram com um flash e os meninos cresciam em habilidade e estatura tendo um pai como mentor para treina-los da melhor forma. Fuyuki optou por ficar na força policial do distrito já Hayato seguiu os passos de seu pai se tornando um Anbu de alto escalão. Quando os meninos levaram em casa suas pretendentes a mãe quase teve um troço pois "nenhuma mulher seria suficientemente boa para seus meninos" todavia ela se contentou com as garotas e torcia pela felicidade de ambos assim como a felicidade dela e de Itachi. Com muito custo, anos mais tarde ele se aposentou para aproveitar a velhice com sua amada. Um dia então deitada em seu colo escutou ele perguntar:

-Você atingiu todas as expectativas ao meu lado? - ela sem dizer nada sorriu pra ele afirmando que ela não poderia ter feito escolha melhor. Então
os olhos de Izumi se fecharam em completa paz e alegria por tudo que havia vivido e antes de partir ela disse:

-Obrigada, anata! So ga okotta baai...(se acontecesse seria bom)

-Não me agradeça. - a voz peculiar era escutava e a lua iluminava seu jovem amante. Ela agora estava ensanguentada nós braços dele agradecendo por ele ter dado a ela a oportunidade de vislumbrar a vida que poderiam ter tido se não fosse por aquele maldito plano. Os olhos dela foram perdendo o brilho e o anti-heroi assistia tudo sentindo sua garganta queimar em desespero e repensando se aquela decisão foi de fato a correta. Ele merecia sofrer tanto assim? Estava ele destinado a viver sem a dona de seu coração? Então nesse momento a tosse veio tão forte que ele pensou que ele sucumbiria ali também, mas só cospiu sangue e quando a crise cessou Izumi já estava morta, perdido por ter visto aquilo ele escutou de longe seu comparsa te chamar e então depois de enxugar os olhos ele prosseguiu sem olhar pra tras e sem mostrar que ali naquele lugar também tinha parado seu coração.

Notas da autora:

A menção a esse acontecimento é uma das coisas que mais me intrigam, saber o quão foi doloroso para ambos ter que passar por isso. Ainda mais para aquele que ficou vivo.

Espero que gostem.

Beijos pedacinhos de céu

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