Tic Tac! Tic Tac!
– Ele está acordando! Veja, ele está acordando!
Tic Tac! Tic Tac!
– Apresse-se, chame o médico!
Tic Tac! Tic Tac!
Murmúrios são ouvidos ao redor. Embora estivessem próximos, soavam bastante distantes.
Com muito esforço, ele tenta abrir os olhos. As pálpebras parecem pesar como se houvessem ficado fechadas por um longo período de tempo.
– Você vai ficar bem! – uma voz conhecida comenta próximo a seu ouvido, embora ele tenha dificuldade em reconhecer a quem pertencia aquele rosto.
– O médico já está a caminho. – outra voz conhecida soa um pouco mais distante.
O tic tac do relógio soa cada vez mais baixo, até finalmente sumir por completo.
Em contrapartida, uma imagem começa a surgir, tornando-se cada vez mais nítida.
Era um local amplo, embora pouco iluminado. Ele sente dificuldades em observar ao redor, então tudo o que lhe resta é encarar o chão. Em algum momento, sombras aproximam-se e então ele despenca. Caminhando com dificuldade com a ajuda daquelas pessoas, instintivamente sente a necessidade de fazer um esforço em curvar a cabeça para a direita. E é quando o avista.
Seu corpo estava debilitado demais para fazer quaisquer movimentos. A respiração pesava tanto que, se aqueles que o ajudavam a se apoiar o largassem, ele ficaria ali mesmo, por um longo período de tempo.
Mas o choque ao observar Na Jaemin ajoelhado enquanto uma arma é apontada para sua cabeça o atinge de tal forma que todas as dores corporais que ele sentia pareciam ter sumido repentinamente. Talvez fosse a adrenalina. Ou talvez fosse seu enorme desejo em salvar o outro. Renjun nunca saberia explicar, mas ele correu tão rápido na direção do companheiro, como se esta fosse a única decisão possível que ele pudesse tomar. Como se fosse a única coisa possível capaz de fazer naquele momento.
Um tiro.
Os gritos desesperados de Jaemin enquanto o segurava em seu colo foram a última coisa que ele lembra.
E então tudo ficou escuro.
Quando finalmente acorda, ele está em um ambiente completamente diferente. Em contraste com a pouca iluminação do último local em que esteve, este já era bastante iluminado, tão iluminado a ponto de forçá-lo a fechar os olhos em virtude do incômodo causado às suas pupilas uma vez que as mesmas estavam bastante dilatadas.
– Você acordou! Finalmente você acordou!
Uma voz que Renjun não escutara há bastante tempo exclama em um misto de desespero e alívio.
– M-mãe...? – ele pergunta arrastado.
– Não se esforce. – ela soa preocupada.
– O-onde eu...
Era um sonho? Mas, se fosse, que parte exatamente ele teria sonhado?
Jaemin não estava em perigo?
Ou...
Jaemin existia, de fato?
– Renjun, eu estou... tão feliz. – um garoto aproxima-se com o rosto cheio de lágrimas e então Renjun o reconhece.
Ele tinha a pele clara, tão pálida que suas veias podiam ser vistas facilmente. Uma vermelhidão contornava seus olhos como se estivesse chorando por bastante tempo.
– Chenle...?
– Sim, sou eu! – o garoto exclama abrindo um sorriso em meio ao choro. Ele aproxima-se mais um pouco a fim de abraçar o amigo, mas é interceptado por um outro garoto, também de pele clara, embora um pouco menos do que o primeiro.
– Você quer que ele volte a dormir? Por favor, tenha cuidado. – ele dita com uma entonação preocupada.
Eles estavam ali.
Chenle e Jeno estavam ali.
Não era apenas um sonho. Era real.
O que significava que Jaemin também era. O que eles tinham construído também era.
Entretanto, mesmo que tivesse esperado alguns minutos, nenhuma outra voz é ouvida. Renjun concluíra que Jaemin não se fazia presente naquele momento.
– Onde ele está? – pergunta com dificuldade.
– Ele quem? – Chenle pergunta de volta.
– J-Jaemin... Na Jaemin...
Um silêncio pesado subitamente preenche o ambiente.
– Renjun... – Jeno aproxima-se dele, impedindo que este faça um esforço desnecessário e piore sua condição.
O coreano ainda era o mesmo, com a mesma pintinha fofa debaixo dos olhos, a mesma franja escura caindo sobre os mesmos. Ainda assim, algo parecia diferente. E não se tratava apenas do fato de sua voz soar com um timbre levemente alterado, como se ele estivesse um pouco rouco. Jeno aparentava alguns sinais no rosto que Renjun nunca reparara antes. Ele também tinha uma aparência mais madura. Não era o mesmo Jeno de rosto angelical que o chinês vira pela última vez. Ainda que fosse tão lindo quanto.
Quando direciona seu olhar ao outro amigo, nota que este também mudara. O cabelo de Chenle, que antes era mais comprido e tingido de loiro, agora estava da cor natural, com um corte discreto, mais curto na parte detrás.
Certamente algo não estava normal.
– Onde eu estou? – pergunta franzindo as sobrancelhas.
– Você está no hospital. Seu pai já está a caminho. Assim que se recuperar nós iremos para casa. – a senhora Huang reponde, convicta.
– Para... casa?
– Na China.
Renjun faz um esforço para sentar-se na cama. Chenle e Jeno o ajudam, cada um o apoiando de um lado.
– Eu não posso. Ainda não concluí meus estudos.
Senhora Huang direciona o olhar para os dois garotos, que baixam a cabeça em seguida.– Filho, nós... precisamos conversar. Assim que o médico chegar, esclareceremos algumas coisas, está bem?
– O que você quer dizer com isso? – ele eleva a cabeça para os dois amigos, na esperança de obter uma resposta dos mesmos. – O que está havendo?
Ninguém ousa respondê-lo. Eles deveriam aguardar a chegada do médico.
– Alguém por favor pode me dizer o que está acontecendo!? – apesar de fraco, sua voz sai exaltada.
Senhora Huang sente o coração apertar com a inquietude do filho.
– Mãe... por favor... – ele suplica tristemente. Sua sobrancelha estava franzida e os olhos começavam a marejar.
Após um enorme conflito interno ela decide quebrar a curiosidade dele, ainda que não soubesse exatamente como proceder, mas tentou o seu melhor como mãe. Não aguentava mais observar o filho naquela agonia.
Senhora Huang pega a mão de Renjun e começa a acarinhá-la, na esperança de acalmar seu coração.
– Você esteve dormindo, filho. Esteve dormindo por dois anos.
[Continua...]
ღღღ
Olha quem atualizou 😶
Desculpem a demora, não desistam de mim ~
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YDKM | renmin
Fiksi PenggemarQuando Huang Renjun começa os estudos na escola coreana, imediatamente é alertado sobre um delinquente chamado Na Jaemin. À medida em que se aventura nas descobertas sobre o garoto, percebe que o mundo dele é bem mais obscuro do que imaginava. "Talv...