Chuva de Estrelas · LuAr

Saída à noite

- Alguma vez saíste à noite?

- Estás a falar com a pessoa que menos sabe o que é vida social. 

- Minha inocente.

- Hey! — Lua deu um leve empurrão no ombro de Arthur.

- Desculpa — Ele riu — Inocente. - Repetiu, deixando Lua irritada.

- Hoje eu vou te provar que não sou essa inocente que pensas.

- Não é preciso provar nada, eu gosto assim.

            Lua olhou para a janela, olhava sempre para a janela quando não sabia o que dizer ou ficava envergonhada por algo que Arthur dissesse. Tal como agora. E ele já tinha-se apercebido disso.

            Já era quase noite quando chegaram a Long Beach (na Califórnia) uma versão da sua cidade só que com muito mais diversão, seja ela de dia ou noturna.

            Entraram numa casa de banho de um café qualquer e trocaram de roupa. Ao sair, Arthur deu de caras com a mulher mais linda que alguma vez viu, se já a achava linda, então agora estava babando-a, literalmente.

            Ela estava com um vestido azul escuro, colado ao corpo que ficava um pouco acima dos joelhos, umas sandálias, os cabelos loiros estavam apanhados num coque frouxo, e usava maquilhagem de cores leves, mas que se percebia.

           

- É a maquilhagem, não é? Pareço um palhaço, eu sei. Só usei porque eu via as meninas da...

- Não — Disse Arthur, interrompendo-a — Tu estás linda. — Lua corou. — Vamos?

- Sim.

            Era meia noite quando decidiram entrar numa discoteca (= balada). Lua só tinha 16 anos, e por isso não tinha idade de entrar, mas Arthur foi primeiro e disse que era a companhia dele, por isso deixaram entrar.

- Arthur, a música está altíssima.

- O quê?

- A música! — Gritou

- Vem dançar — Arthur puxou Lua para junto dele e começou a dançar, ela não sabia o que fazer, olhou para o lado e fez o que todos estavam a fazer.

            Após algum tempo a dançar, Arthur puxou-a para junto do bar e pediu duas doses de vodka.

- É sério, Arthur, vamos beber?

- Só se não quiseres. — Bebida fazia-a lembrar do seu pai e de como ele se tornou graças ao álcool. Mas seria só uma vez e depois não ia mais tocar nisso. O copo chegou, estava receosa pois sabia que aquilo não era o certo.

- Põe na boca e engole logo, vai arder mas depois passa. — Disse Arthur e ela assim o fez, tossindo após beber, era um sabor esquisito que a fez logo ficar com mais vontade de dançar.

            Deveriam ser umas 4 da manhã, Lua já tinha bebido 3 doses de vodka e estava a dançar super animada. Tão juntos, tão doidos, tão possuídos pela música. Isso tudo fez com que ela perdesse a noção das coisas e encostou os seus lábios aos de Arthur, ele não estava mesmo nada à espera disto. Ela continuou a brincar com os lábios dele, até que ele beija-a mesmo. 

 Lua acordou quando o sol estava a nascer, olhou para os lados não querendo acreditar que tinha dormido na praia. Estava com dores de cabeça e não sabia onde estava Arthur.

            Olhou para o mar que estava a poucos metros de si, lá estava ele a nadar. Lua acenou para ele, dizendo bom dia, e ele veio, somente em boxers molhados, com ela.

- Bom dia — Disse Arthur todo feliz e abraçou-a, deixando-a com a roupa molhada.

- Estás me molhando, saí! — Dizia ela às gargalhadas, o que fazia piorar a sua dor de cabeça. Arthur parou e deitou-se na areia.

- O que achas-te da noite de ontem?

- Eu não quero que se torne a repetir.

- O quê? — Arthur pensava que ela referia-se ao beijo.

- O que aconteceu ontem. Foi horrível, Arthur. Não vamos mais fazer isso.

 Sabem um tiro? Doeria menos. Arthur estava destroçado, afinal a Lua não tinha gostado do beijo que ele mais gostou na sua vida. Mas não ia ficar a pensar demasiado nisto, tinha uma viagem para prosseguir, com ou sem beijo, as coisas iam continuar. Mas falar é mais fácil do que fazer, não é?

O que têm a dizer sobre este "primeiro beijo"?

Tenham calma porque as coisas às vezes não são o que parecem...

Obrigada pelos votos e comentários!

Vejam também a minha outra história "Quase irmãos".