Une Belle Rebelle - Fillie

Eternizar

Já era a segunda noite dos adolescentes em Malibu, durante o dia haviam brincado na praia e nadado no mar enquanto aproveitavam o sol e a brisa marítima. Agora a noite já caía e todos ainda estavam com suas roupas de banho enquanto sentados em um círculo riam e provocavam uns aos outros.

As labaredas do fogo eram a única iluminação presente, ao longe a casa de Millie Brown quase não era vista, era apenas um pontinho luminoso. A madeira queimava ao passo que assavam marshmallows. Aquele era sem dúvidas o melhor final de semana da vida dos oito amigos.

Brown tinha a cabeça apoiada no ombro do namorado, o mesmo a abraçava de lado e acariciava levemente seu braço desnudo.

— Eu queria poder congelar esse momento – soltou Breanna de repente. Sete cabeças viraram em sua direção sorrindo. – Eu sou muito grata por ter conhecido vocês e estar aqui agora, acho que devemos brindar a isso. A nossa amizade – estendeu ao ar sua long neck.

— A nossa amizade! – sete vozes animadas foram ouvidas em seguida, os mesmos repetindo o gesto de Yde.

— Eu juro pra vocês que poderia ficar aqui para sempre, não quero ter que ir embora amanhã – choramingou Malina.

— Aí Lina, nem me fale! – exclamou Millie, usando um dos apelidos de sua amiga o qual era pouco usado.

— Lina – a de olhos azuis repetiu. – Parece que me dá outra personalidade – riu-se tomando um gole de sua cerveja.

— Acho que alguém já está meio bêbada – cantarolou Matarazzo abraçando-a pelos ombros.

Weissman deu um leve tapa na coxa do mais alto, como se estivesse o repreendendo. O olhou com o semblante fechado.

— Calado, Gaten! – sua expressão brava não durou muito, logo seu rosto foi tomado por um sorriso, e o silêncio preenchido por sua risada.

A roda logo caiu em um silêncio confortável, todos se entreolhavam felizes e leves, como se nada pudesse os abalar. Naquele instante a vida parecia perfeita e eles inalcançáveis, inatingíveis. O que era a mais completa mentira, se havia uma coisa que rodeava aquele pequeno grupo de amigos era a mentira, junto com ela a traição.

Os jovens não podiam estar mais enganados se achavam que tudo para eles continuaria na mais perfeita paz, com o fim do final de semana se aproximando, a realidade aos poucos tomaria seu lugar novamente.

Talvez as coisas não acontecessem de uma vez ou de uma hora para outra, mas sem dúvidas aconteceriam. Não tinha escapatória. Eles estavam acerca de coisas muito maiores.

Provavelmente o grupo todo entraria em colapso com tudo o que se seguiria, mesmo que não envolvesse a todos de forma direta.

— Eu tive uma ideia! – disse Sadie num ímpeto.

Os adolescentes a encararam em extrema curiosidade.

— Podíamos cantar, o que vocês acham? Você tem algum violão aqui, não tem Millie? Juro que me lembro de já ter visto.

Bobby assentiu e se pôs de pé, ao passo que seus amigos concordavam com a ideia da ruiva.

— Vou lá pegar e já volto! – respondeu animada, se afastando a passos rápidos, não esperando resposta de qualquer um que fosse.

Com uma rápida corrida não demorou para que a menina chegasse a entrada da casa. Abriu a porta e direcionou-se até um dos quartos pouco utilizados, pegando o violão que estava em sua capa.

Ela já descia as escadas, dois degraus de cada vez. Foi então que um barulho atraiu sua atenção. Parou no penúltimo degrau por uma fração de segundo para que seu coração parasse de bater ao pé do seu ouvido e pudesse escutar com mais exatidão de onde vinha.