Capítulo 36

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ANTOINETTE POV

Depois que a porta foi arrombada e Veronica, literalmente, invadiu o apartamento de Ronnie, eu comecei a me preocupar. Por um breve momento eu achei que poderia ser Henrico, mas torcia para ser Cheryl. Eu queria que ela entrasse por aquela porta e começasse a gritar comigo, dizer que eu a preocupei com meu sumiço, que eu estava ficando louca e que tudo o que ela havia dito era da boca para fora, que ela não deixaria, que ela continuaria cuidando de mim, mas não foi ela. Obviamente ela estava trabalhando ou fazendo algo mais importante, porque Veronica foi para outro cômodo para ligar para ela.

- Toni não fica assim. – Thabita percebeu que eu estava triste. De todas nós ela era a mais maternal, tudo bem que Ronnie também era, às vezes, mas era, mas Thabita era mais compreensiva.

- Foi bom não ter sido a branquela, porque além de ter te machucado, ela ia arrombar minha porta e eu teria que bater nela em dobro. – Verônica falou divertida, mas logo ela ficou séria. – Eu não estou do lado dela, até porque ela se mostrou, em partes, ser igual ao irmão, mas eu vejo nos seus olhos que você a ama. Ela virá Tee. – Ronnie me puxou para um abraço apertado, que praticamente estava me sufocando em seus seios.

- Bom eu falei com... Uau! – Vero parou e nos encarou. – Posso ganhar um abraço desses também? – Sorriu maliciosa para Ronnie.

- Não pode. Você já teve o suficiente dos meus seios. – Verônica me largou.

- Como assim? – As encarei.

- No seu casamento, Tee. – Thabita falou como se fosse obvia.

- Vocês se pegaram no meu casamento? Que falta de respeito. – Fingi indignação.

- Voltando ao assunto, eu liguei para Cheryl e ela já deve estar vindo para cá, se ouvirmos o som de sirenes deve ser ela.

- Ela foi presa? – Ally perguntou assustada.

- Ainda não, mas como ela deve furar todos os sinais vermelhos, ela deve ser presa. – Vero deu de ombros e se sentou numa das poltronas que havia na sala.

- E a minha porta? – Ronnie cruzou os braços.

- Isso você vai ter que resolver com Cheryl. – Vero pegou uma revista medica que estava em cima da mesa e começou a folhear.

- Ela está bem? – Era obvio que eu estava falando de Cheryl.

- Depende... Em que sentido da palavra. – Vero nem se quer desviou o olhar da revista.

- Em todos, Veronica. – Revirei os olhos.

- Não, ela não está, mas admito que ela mereceu esse castigo.

- Ela... ela... tentou algo.

- Cheryl é uma suicida em potencial, mesmo que não aponte uma arma para sua cabeça, ela vai tentar se matar se colocando em perigo, muitas das vezes sem necessidade. – Soltei um suspiro.

- Pensei que fosse tomar conta dela. – Vero tirou os olhos da revista e eu percebi que tinha culpa em seu olhar. Pensei que ela fosse falar algo, mas ela apenas se levantou do sofá e caminhou até a saída, sem nem ao menos se despedir. – Eu disse algo demais?

- Acho que ela se sentiu culpada. – Thabita falou.

- Veronica me ligou a três dias e eu atendi sua ligação, disse a ela onde você estava e que estava triste por tudo que Cheryl disse. Expliquei a situação e pedi para ela não contar nada para Cheryl. Talvez seja isso que está a fazendo se sentir culpada.

- Por que não me contou que havia falado com ela?

- Eu não queria te alertar ou acabar com seu detox emocional.

MASKS - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora