Capítulo 7

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CHERYL POV

Eu odiava aquele trabalho, primeiro porque nunca tive escolha. Lembro de ser feliz até meus oito anos, depois disso os únicos momentos de felicidade que eu tive foram com Heather. Sentada naquele carro, num breu total, era impossível não pensar nela. Minha esposa, minha amada esposa, minha saudosa esposa. As lembranças dela eram a única coisa que me mantinha sã.

Por que eu ainda faço isso?

Era a pergunta que me fazia todos os dias pela manhã, todas as vezes que me olhava no espelho e todas as vezes que ficava em situações assim. Admito que no inicio me sentia em divida com ele, Robert ou meu avô, tanto faz. Agora percebo que não é por divida, nem por lealdade, nem por nenhum vinculo com a família Blossom, mas sim porque eu vivo cada dia esperando a morte chegar. Duas e vinte e sete da madrugada, marcava o relógio do carro. Shock to the sistem, do Billy Idol começou a tocar, o radio estava bem baixo e eu só conseguia ouvir por conta do silencio total.

- Mais um dia no paraíso, para os demônios. - Fechei minha jaqueta, peguei uma mascara que comprei no centro da cidade antes de vir para cá e coloquei, prendi o cabelo com um coque apertado, para não correr o risco de soltar. - Anonymous. - Desci do carro e fui até a caixa de força que ficava do outro lado da rua, num beco estreito. Meu primeiro problema começou quando a caixa estava selada com cola.

Parece que a vizinhança toda vai ter que ficar sem luz.

Caminha assoviando para a esquina onde havia um poste. Aquele era um bairro antigo, a viação ainda ficava nos postes e não por baixo da terra como no centro e em muitos outros bairros da cidade.

Sorte minha ou azar deles?

Eu só precisa de uma boa pontaria. Mesmo pouco iluminado eu podia ver a caixa de luz do poste a amostra. Levantei a mascara para poder mirar bem e arremessei o alicate para corta vergalhão. Ele era pesado então eu precisava de um pouco mais de força. Quando ele tocou a caixa uma pequena explosão aconteceu, lançando faíscas no alto do poste. Imediatamente a rua inteira ficou sem luz. Era madrugada, a maioria dos moradores estariam dormindo, então não me preocupei. Voltei assoviando para perto da casa e na porta de entrada coloquei um presente para eles, na porta traseira também. Na parte de trás da casa haviam muitos carros importados, quase uma garagem a céu aberto. Na lateral da casa havia uma janela, aquela seria minha porta de entrada.

Da próxima vez eu roubou os carros antes.

Percebi uma pequena movimentação dentro da casa, mas nada alarmante, voltei ao meu carro, peguei a caixa de som via bluetooth e coloquei na porta da frente.

- Toc toc! - Falei alto

Hora do show!

Dei três batidas na porta e fui caminhando para a lateral da casa, onde eu havia visto a janela. Dei uma espiada dentro da casa, a janela dava num corredor e eu teria que contar com a sorte para não ter ninguém ali.

- Quem é? - Pude ouvir uma voz masculina falar. Provavelmente todos estavam enfrente a porta da frente. Tirei a faca do bolso e com auxilio dela eu levantei a janela por fora. ­- Quem é? - Ele falou mais alto

- Pa... - Ouvi algumas risadas dentro da casa e por sorte não havia ninguém no corredor.

- Pa quem? - Me escorei na parede e caminhei devagar e os vi todos apontando para a porta.

- Papapum. - Apertei o botão do celular para detonar as granas e uma grande explosão aconteceu, maior até do que eu imaginava. Um pedaço de madeira pegando fogo acertou a manga da minha jaqueta e eu comecei a tentar apagar quase que desesperada. Rolei pelo chão, quando vi tinham algumas pessoas me chutando.

MASKS - ChoniOnde histórias criam vida. Descubra agora