ANTOINETTE POV
Antes eu queria que Robert morresse, eu o odiava, para falar a verdade. Agora, depois de conviver, de ver a forma que ele tratava minhas filhas, até mesmo Bea, que não tinha seu sangue, como Cheryl o respeitava e, mesmo ela não admitindo em voz alta, ela o amava. O funeral estava acontecendo na própria mansão, o evento duraria 3 horas, Cheryl não quis prolongar o enterro, afinal nem corpo tínhamos, era apenas tudo simbólico. Os Blossom's estavam de preto e dourado, Cheryl pediu para que todos se vestissem assim, inclusive as crianças.
- Por que não senta um pouco? - Cheryl cumprimentou todos os convidados e ainda permanecia em frente ao caixão. Ela estava usando salto e realmente não sei como ela aguentava.
- Eu estou bem. - Ela parecia tão distante e triste. Há anos ela deixou de ser uma incógnita para mim, eu consigo perceber como ela está pelo olhar.
- Vamos beber um copo de suco, Jason pode cumprimentar os convidados um pouco.
Não dei tempo dela falar nada, apenas a puxei para um canto mais reservado da sala. Ela não precisava de suco, nem nada disso, minha Cherry precisava de um abraço apertado e se sentir amada.
- Não faz isso Tee-Tee. - Ela murmurou me abraçando.
- Você precisa.
- Não aqui... quando chegarmos em casa. - Ela me deu um selinho e se afastou. Cheryl ainda não tinha chorado, sei que ela estava acumulando para o momento certo. Ela se afastou e voltou a cumprimentar as pessoas e eu fiquei ali de longe a observando.
As crianças estavam com Vero no jardim da mansão. Todas, sem excessão, estavam bem tristes, afinal Robert era um bisavô bem amoroso. Fui até lá e vi minha filha mais nova sentada numa balanço de madeira, que havia ali, me aproximei e sentei no balanço ao seu lado.
- Tudo bem? - Luna era idêntica a Cheryl, de negava terminantemente a chorar na frente de outras pessoas. Ela só tinha cinco anos, mas já era bem madura para a idade.
- Eu quero o bisvovô de volta.
- Seu bisvovô vai estar sempre com você, aqui. - Coloquei o indicador no lado esquerdo do seu peito. - Porque o amor torna as pessoas imortais.
- Eu quero o abraço quentinho dele.
- Eu posso te dar o meu abraço quentinho? - Ela fungou baixinho e concordou. A tirei do balanço e a abracei apertado. - Vai ficar tudo bem, mi amor.
O enterro foi bem rápido, afinal foi algo simbólico, aos poucos as pessoas iam embora e restando apenas nós. Todos parados, olhando para a lapide. Polly foi a primeira a ir embora, pedi para que ela levasse as meninas, depois os outros foram, restando apenas Cheryl e eu. Toquei seu ombro e ela apenas abaixou a cabeça.
- Vamos amor, você precisa descansar. – Ela apenas negou.
- Por muito tempo eu o odiei. Eu desejei nunca tê-lo conhecido, desejei nunca ter nascido nessa família. – Acariciei seu ombro. – O que aconteceu? Quando foi que parei de desejar acordar do pesadelo que eu vivia?
- Você acordou?
- Acordei. – Cheryl suspirou. – Mas ainda me sinto num pesadelo as vezes.
- Nossa vida de casadas?
- Minhas obrigações. Eu sempre soube que era a primogênita e por mais que eu soubesse que não herdaria tudo, eu iria herdar a parte em que me afastei.
- Você está preocupada com o que pode acontecer daqui para frente? – Cheryl se virou para mim e ela estava com um olhar tão firme e decidido, que por um momento eu senti que Robert estava ali.

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MASKS - Choni
FanfictionDepois de oito meses de namoro, Antoinette recebe o tão esperado pedido de casamento, mas sua certeza começa a virar sua nova dúvida, após conhecer um par de olhos femininos parecidos com os de seu noivo e com as verdades que ela começará a descobri...