PARTE I / CONTO I - EU

309 33 0
                                    

Talvez eu deva começar pelo dia em que ambos decidimos chutar o pau da barraca, mas de uma forma que não a fizesse despencar, só entortar um pouco.

— Estou ficando impaciente, vem cá. — Zaph me puxa pelo cotovelo e deixo escapar um gritinho agudo quando suas mãos grandes me levam para a cama.

De repente, percebo que estou sentada em seu colo. Minhas pernas dobradas, uma de cada lado de seu quadril, nossos troncos próximos um ao outro. Zaph me segura pela cintura, e o toque suave de seus dedos ásperos na minha pele desnuda invoca uma sensação eletrizante. Essa sensação se espalha por todo o meu corpo, mas principalmente pelos meus seios e pelo meio das minhas pernas... que está pressionado contra seu volume notável por baixo da calça jeans. Luto contra a vontade de rebolar.

— Qual é o jogo? — pergunta Zaph num tom baixo, mas brincalhão, sem tirar os olhos cinéreos dos meus.

Reflexos prata dançam entre o chumbo de suas íris. Meu batimento cardíaco acelera sem a minha autorização, e finjo estar calma. No entanto, isso me obriga a respirar fundo várias vezes, o que faz meus seios subirem e descerem bem perto do peitoral de Zaph.

— Jogo? Que jogo? — pergunto, mordendo o lábio inferior.

Merda, não consigo desviar o foco dos lábios dele, tão desenhados e tão próximos.

— O que estamos jogando agora. — O sorriso que irrompe em sua boca derrama malícia, bastante acentuada pela forma como ele inclina ligeiramente o queixo para cima.

Libero uma risada nasal.

— Não tem jogo nenhum.

— Sempre tem um jogo.

Suas mãos apertam um pouco mais as minhas laterais e prendo o fôlego. Rio de forma rápida, e agarro seus ombros em retorno. O intuito era me manter sã, centrada, mas o efeito foi o oposto. O tato de seu físico sob minhas palmas envia uma onda intoxicante ao meu cérebro e de supetão quero passeá-las pelo seu corpo todo.

Mas não cedo. Não ainda. Ele quer brincar? Ótimo, eu posso brincar.

— Tudo bem, então. — Aproximo o rosto do dele. Meu coração ribomba no peito e a dor entre minhas pernas está ainda mais enfática. Quase encosto o meu nariz no dele quando abaixo a entonação para dizer: — Que jogo você quer jogar?

Eu praticamente posso sentir seu sorriso.

— Me diz você — rebate ele, esfregando a ponta do nariz no meu, as mãos de temperaturas oscilantes pesando em minha cintura.

Controlo meu quadril para não movê-lo. De novo.

— Que tal... — mordo o lábio para segurar um sorriso traquina — quem desistir primeiro perde?

Restam apenas átimos entre nossos rostos, o que faz nossos hálitos se misturarem, como se tentassem expressar nossa própria vontade.

Somos dois lunáticos. Estamos discutindo sobre qual jogo jogar enquanto sabemos perfeitamente que o verdadeiro jogo já havia começado.

— Desistir de quê?

Esse filho da mãe... Seu timbre rouco roça em minha pele e arrepia minhas bochechas. Bloqueio um gemido ao sentir Zaph premer a carne da minha cintura e, devagar, remexer sua ereção contra minha abertura. Aliso seus ombros com as pontas dos dedos, tanto como forma de tortura quanto para tentar apaziguar meu interior. Zaph verga o corpo, quase relando seus lábios nos meus.

— De resistir.

— Humm. E o que acontece com quem perder?

O vampiro investe de novo em minha direção, ostentando um sorriso travesso - que mal dá para enxergar por causa da proximidade. Suas mãos sobem pelas minhas costelas, por dentro do cropped largo, e minha intimidade se comprime. Minhas mãos de repente tornam-se cientes de toda a musculatura rígida de Zaph. Quero agarrar seus cabelos negros e atacar sua língua, mas o frenesi me instiga a provocar mais. Deuses, eu sou uma masoquista, não é possível.

As Aventuras (Eróticas) de Alice e ZaphOnde histórias criam vida. Descubra agora