capítulo 28

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Amitis

Meu cérebro deu uma volta depois do que ele perguntou.

Eu e ele, um casal? A ideia parece estranhamente boa pra mim.

Eu e ele nos damos bem juntos, nós, de alguma forma funcionamos. Talvez eu tenha feito esse jantar com a intensão romântica que a minha mãe insinuou, ou talvez o destino tenha se encarregado de tudo por mim, pra criar um clima bom e pre desposto antes dele entrar nesse assunto.

— Eu fui horrível com você quando a gente ficou.— Falei franzindo o testa. Não, eu realmente não queria voltar nesse assunto, mas eu preciso entender como que chegamos nesse ponto de quase um casal. Antes de tudo o que aconteceu comigo ele estava com outra garota dentro dessa casa!

— E eu fui idiota de trazer outra mulher pra cá, mas se me perdoar por isso eu te perdoou por ter sido horrível. Qual é Ami, você não quer mesmo saber até onde podemos ir? — Eu quero saber até onde podemos ir. Eu quero saber se isso tudo é real ou se eu só inventei.

É impossível viver junto com alguém e não desenvolver um sentimento forte por essa pessoa, seja esse sentimento o amor ou o ódio.

Indo por eliminação, eu obviamente não sindo ódio por ele, nunca senti, já tive muita raiva desse convencido metido a besta, mas ódio? Isso eu nunca senti.

Sendo assim só resta o amor. Que é um sentimento forte demais e eu ainda não sei se é o que eu sinto por ele.

Respirei fundo pronta pra aceitar a proposta e dar logo um beijo nessa boca gostosa.

Eu tô mesmo morrendo de saudades.

— Um de nós precisa começar a procurar outro apartamento.— Arregalei os olhos quando me deu conta do que eu falei com tanta força que eu podia jurar que sairiam das órbitas oculares.

Eu não queria entrar nesse assunto, pelo menos não hoje, mas do nada a imagem da Esmy me dizendo exatamente isso entrou na minha cabeça e aí pronto, pulou da minha boca.

Os segundos seguintes aconteceram em câmera lenta aos meus olhos. O sorriso do Léo começou a morrer, os olhos adquiriram uma expressão de confusão e as mãos que estavam segurando as minhas, imediatamente se afastaram me deixando um vazio gigante.

Eu nem sabia que gostava tanto dele me tocando.

— O que disse?— A expressão é dura e de decepção. Talvez um pouco de descontentamento e vergonha.

Senti as minhas bochechas ficando quentes.

— Não é nada pra agora, mas devíamos mesmo começar a procurar, não acha? Essa era pra ser uma situação provisória e já faz meses.— Falei tentando explicar da melhor maneira o que a minha boca teimosa tinha dito.

Como que pode uma pessoa pensar uma coisa e a boca dizer outra completamente diferente.

— Sinto muito ficar te incomodando com a minha presença.— Ele se levantou, olhou pra mim com uma expressão indecifrável, mas que eu definitivamente não gostei e saiu. Não pro quarto dele, mas pra rua.

Que Droga! Eu sempre estrago tudo, ele estava aqui tentando, se esforçando pra ficar na minha vida e o que eu fiz? Falei que precisamos de casas diferentes.

Eu sei que não é racional ele ficar com raiva por eu ter constatado o óbvio, mas o momento pra isso não era esse, eu que sou uma porta de tão burra.

Tirei a mesa e limpei tudo o que estava sujo totalmente desanimada.

Vou ver se os meninos tem algum sinal dele, pra eu não ficar tão preocupada com os efeitos da minha burrice. Ele talvez tenha decidido que eu não valho mais o esforço.

Debaixo Do Mesmo Telhado - Livro 1 Da Série: Família Drummond Onde histórias criam vida. Descubra agora