Implorar - pt. 1

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O papo com Carmem tinha sido estranho, só que não foi tão ruim como Paula esperava e, pensando bem, se ela insistisse muito, a mulher poderia até aceitar.

Com esse pensamento a morena foi olhar os comentários novamente, notando que agora havia até uma fan acount para as duas, e isso a intrigava demais, o que viam nelas como casal?

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Casa de Carmem Wollinger 

POV CARMEM

Nossa, mais nunca, nunca eu senti tanto ódio da Paula assim, como ela era sem noção, meu Deus!

Também tenho que tomar cuidado com a forma em que eu me expresso, vai que ela nota alguma coisa errada, hoje me exasperei muito, a Paula não deve ter entendido nada, ah, se ela soubesse eu estaria perdida na mão dela, ela ia tripudiar em cima de mim.
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Após tudo isso, um novo dia se iniciava, Carmem acordou bem cedo, vestiu suas roupas pretas habituais, calçou uma bota e seguiu para o trabalho, quis ir bem cedo para não lidar com muita gente, gente que tinha nome : Paula Terrare. 

E qual não foi sua surpresa, quando chegou e o carro de Paula estava estacionado, não sendo o suficiente, a morena estava em sua sala.

"O dia iria vai duro."

Pensou Carmem, respirando fundo.

"Paulete, querida, qual o motivo de você estar aqui na minha sala, assim, tão cedo? Não que eu esteja reclamando, é claro."

"Carmem, querida, vim aqui só pra te desejar um bom dia, te trouxe um café."

Disse Paula, retribuindo o deboche e acenando, indicando que o copo de café estava na mesa de Carmem.

"Obrigada, mas a que devo tamanha gentileza, ainda mais vindo de você, Paulete?"

Dando um gole na bebida quente, a mulher exalou ao sentir o sabor do líquido.

"Nada, meu amor, mas acho que deixamos algo inacabado ontem."

"Deixamos? O quê?"

Intrigada, Carmem questionou, arqueando uma sobrancelha.

"Nossa conversa, nossa relação."

Paula acenava entre as duas, queixo erguido. Uma postura altiva.

"Nossa relação Paula? Tá maluca, é?"

"Sim, nossa relação, como vamos fazer com tudo, sabe? Ir a público e divulgar nossa relação, o nosso namoro."

Paula falava como se fosse a coisa mais comum e coditiana, enquanto Carmem perdia sua paciência.

"Ah, não, de novo isso Paula? Eu não concordei em momento algum com essa palhaçada!"

Carmem esbravejava enquanto Paula se movia em sua direção, colocando as mãos em seus ombros e olhando-a profundamente, mesmo com a situação maluca, a Terrare mantia seriedade.

"Amiga, você não vê isso? É a nossa oportunidade, vamos limpar o nome Terrare/Wollinger e voltar com tudo."

"Eu preciso lembrar que você nos botou nessa? Você que tente limpar o nome da Terrare,Paula!"

Carmem dizia e se afastava, a verdade é que ter Paula tão perto assim lhe causava muito desconforto.

"Aceita, vai?" 

Pedia fazendo biquinho. Ai! Carmem cederia fácil assim.

"Vamos fazer isso em honra ao Celso, você não amava ele? Sabia que ele amava a Terrare e ficaria tão mal em ver tudo isso na lama, porquê você sabe que estamos na lama, né, coração?"

Paula jogou sujo, foi baixa, sabia que a Cascacu tinha muito carinho por Celso, o deu certo, Carmem ficou mexida.

"Paula, deixa disso, vamos pensar em algo melhor, você não parou pra pensar no que tudo isso daria se fossemos descobertas?"

Respondeu receosa, a mera hipótese de isso ocorrer dava a ela arrepios.

"Não vamos ser descobertas se não contarmos nada pra ninguém."

Era tão obvio, a mais nova pensava.

"Tá, e seu eu aceitasse, como iamos explicar que do dia para noite as rivais viraram amantes apaixonadas?"

"Não sei, podemos dizer que todo esse ódio era amor encubado."

"Paula, eu tenho certeza que você não se ouve, olha o tanto de sandices que você está falando."

"Ué, você perguntou e eu respondi. Então, tá pensando em aceitar, é?"

Paula ria, enquanto rodeava sua sócia e passava as mãos em seus ombros novamente, e encolhendo os ombros, a alemã se desviou daquela amostra de afeto esquisita de Paula.

"Eu nem falo nada, Paula, não falo nada, você é doida!"

"Bom, você pensou na hipótese, né? Já cumpri 1/2 do meu objetivo, te fazer pensar, agora estou indo, curte o café, está do jeitinho que você gosta, bem amargo."

A Terrare se retirou e deixou uma Carmem cismada para trás. Paula estava certa em relação a esse plano doido? E tem mais, falar sobre Celso deixou-a ressentida, ele era seu amigo e ele amava aquela empresa. 

Agora Carmem não tinha mais dúvidas, havia tomado sua decisão, iria aceitar sim, mas não sem antes se divertir um pouco com Paula, iria fazê-la implorar por isso.

O Acordo de Milhões - CarrareOnde histórias criam vida. Descubra agora