𝑽𝑰𝑰

134 11 182
                                    

AVISO:
» Qualquer pensamento/fala degradante
nesse capítulo e em qualquer outro abordam unicamente
a opinião dos personagens, em hipótese alguma retratam o ponto de vista do autor.
» Possíveis gatilhos.

█▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄▀▄█

Dois dias depois...

A recepção do hospital parecia chata, entediante, igual todo o resto daquele lugar.
Jisung observou cada detalhe do Hall de entrada enquanto seu pai assinava os últimos papéis para que o filho recebesse alta, Han estava sentado em uma cadeira de rodas ainda com a tala no braço e o gesso no pé. Queria arrancar os dois e sair correndo dali.

O jovem suspirou, observou os carros do lado de fora e desejou se lembrar do segundo em que passou por ali para dar entrada.
O  disseram que um homem ruivo havia lhe carregado até ali após ter presenciado o momento do acidente, indo embora logo depois.

Han se lembrava de ser atropelado, se recordava do exato momento mas não sabia de nada o que ocorreu entre o segundo que foi arremessado e o momento em que despertou no hospital, nem mesmo dos poucos minutos que se manteve acordado antes de voltar a inconsciência.

Jisung se xingou mentalmente, não sabia se ficava feliz ou triste com a situação que se encontrava. O pai estava claramente furioso, e o melhor amigo parecia ocupado demais tomando conta do prejuízo que teriam que arcar com seu afastamento repentino das corridas.

Quando finalmente viu Juwon se afastar do balcão o atleta se preparou mentalmente e desviou os olhos entediados.
O Han mais velho empurrou o filho até próximo do carro, ficou de dobrar a cadeira de rodas e pôr no porta-malas grande do carro enquanto um maqueiro o levantava para coloca-lo sentado no banco do veículo.

Jisung se sentiu um inútil, um verdadeiro peso morto. Seu orgulho se recusando a se acostumar com a situação.

— Obrigado. — Viu seu pai agradecer ao homem e entrar dentro do veículo, suspirando pesado antes de olhar irritado para o filho e dar partida no carro.

Jisung fechou os olhos, e colocou a cabeça encostada no vidro, já sabendo o que viria a seguir.

— Você não sabe o trabalho que está me dando.

— Nada que você já não tenha feito antes. Me pegar no colo, ter que ficar de olho o tempo todo, ajudar a comer, tomar banho... — Jisung ironizou sua situação atual sorrindo minimamente ao ver uma veia saltada no pescoço do pai.

— Acha que tudo isso é brincadeira? — Rapidamente o tom de voz do mais velho aumenta e o jovem revira os olhos. — Você tinha uma corrida para ganhar J.one! Agora não pode mais, por quê? Porque está inútil sentado na porra de uma cadeira de rodas!

— Incrível como eu quase morri e a sua preocupação é a merda do campeonato. — O moreno murmurou, se recusando a virar a face em direção ao homem.

— Acha que eu não me preocupo contigo, Jisung? — Juwon acalmou a voz, olhando decepcionado para o menino.

— Acho.

Um suspiro audível da parte dele foi o suficiente para fazer Han quase rir em sua cara, achava incrível como o homem conseguia se vitimizar daquela forma.

— Pois está errado, eu sou seu pai, Han! Eu te amo e dediquei a minha vida inteira para cuidar de você. Não tem ninguém que se preocupe mais contigo do que eu.

Run - ❛ 𝙅𝙞𝙡𝙞𝙭 ❜Onde histórias criam vida. Descubra agora