✓𝗙𝗢𝗟𝗞𝗟𝗢𝗥𝗘

𝐄𝐏𝐈𝐏𝐇𝐀𝐍𝐘 🌾

🎨Capítulo Treze;
❛existem coisas que você simplesmente
não pode dizer ❜

James depois daquele verão.

Parecia chover mais do que nunca, ele deveria saber que ir de moto não era uma boa ideia, ainda assim pegou seu capacete, como se aquilo fosse segurar sua vida. Ele já não enxergava nada a duas curvas, era muita sorte que não houvesse caído ainda. Mas não podia parar, não queria.

James ouviu uma buzina, e então se virou para ver, era uma outra moto, ele achou que os estava cumprimentando mas na verdade era um aviso. E quando James se virou de volta, tudo escureceu.

— É apenas uma ferida superficial — Ele ouviu uma voz desconhecida dizer, não conseguiu perceber a própria voz.

— Sr. Collins, fique parado. — Ele viu uma mulher mais velha, sua roupa era branca e o jaleco que usava estava coberto de sangue, ergueu a mão na tentativa de avisar a ela e então percebeu que sua mão também estava suja de sangue. — Sr. Collins, o senhor pode me ouvir?

James assentiu mas então não ouviu mais nada. Gostaria de se desculpar por mentir para ela, céus! Por que ele continuava fazendo isso? Mentiras, mentiras e mentiras.

O Collins de repente não estava mais naquele lugar esverdeado, agora estava caminhando pelas praias, gostaria de saber onde a mulher de branco ou e o sangue foram parar, mas não encontrava ninguém.

Então ele avistou Augustine, saindo do mar com seu biquíni azul e segurando uma prancha de surfe embaixo do braço. E ela estava tão linda, e parecia tão feliz.

Ele não quis estragar isso para ela, sabia que se ela o visse o sorriso iria desaparecer e na piro das hipóteses ela deixaria a praia, mas James não queira ficar sozinho ali.

Ele procurou algum bom esconderijo mas não encontrou a tempo, quando percebeu Augustine já estava andando em sua direção.

" Oi, James!" Ela acenou com um grande sorriso.

"Oi, Tine" Ele não sabia por qual motivo tinha chamado ela assim mesmo depois dela dizer que não queria. " Oh, desculpe!"

"Tudo bem, não tem problema" Ela sorriu sentando sobre a areia.

— Senhor, acho que ele está perdendo sangue — Ele ainda ouvia a voz da mulher de branco, mas agora parecia um zumbido distante.

"Você ouviu isso?" Ele perguntou para a morena ao seu lado.

"Ouvi o que?" Ela perguntou curiosa olhando para ele.

James não respondeu porque não sabia como explicar, sobre algumas coisas você simplesmente não pode falar.

Na praia ele e Augustine conversaram como antigamente, como antes de tudo, antes do verão e antes de Betty, quando ele chegou na cidade e a garota era sua única amiga. Eles foram até uma barraca perto de onde estavam, comeram peixe e tomaram suco de maracujá, depois disso passaram a andar ao redor da praia enquanto conversavam sobre tudo que deveriam conversar, James ficou feliz por Augustine ouvi-lo e entender o que ele queria dizer.

E então eles sentaram sobre a areia, e James assistiu Augustine inspirar, e depois expirar. Gostou do silêncio confortável, gostou de como tudo pareceu estar bem.

E então foi puxado para longe da praia.

Algo que a escola de medicina não ensinou, como dizer a filha de alguém que seus pais não voltariam, ou ao pai de alguém que seu filho estava inconsciente e eles não sabiam mais o que fazer.

James abriu os olhos, meio tonto e então viu seu pai segurando sua mão através do plástico, seus olhos se desviaram dele para o vidro onde as pessoas no corredor poderiam vê-lo e lá estavam os olhos azuis de Betty Brooks. Ele tentou sorrir mas não sabia se tinha conseguido.

— Estamos o perdendo de novo! — Alguém gritou, dessa vez era um homem. — Ele está desmaiando!

— James! Meu filho fique acordado — Ele ouviu a voz de seu pai.

James queria dizer que estava acordado o tempo todo, mas havia algumas coisas você simplesmente não podia falar.

Ele de repente sentiu um grande cansaço; Apenas vinte minutos para dormir, ele pensou. E então abriu os olhos e sentiu um tipo diferente de epifania ao perceber onde estava. Era seu quarto, aquilo não o surpreendeu, mas a garota ao seu lado sim.

— Betty?

— Sim, amor? — Betty sorriu voltando seus olhos azuis para ele.

Apenas um único vislumbre de alívio, quando entendeu o que você viu. Estava morto?

E então sentiu-se ser puxado para longe de Betty, abriu os olhos de maneira desesperada e então tentou levantar, mas sentiu várias mãos o segurando.

— James Collins, você está em um hospital — O médico de aparecia mais velha disse e James correu seus olhos por cada um deles até parar na médica que o atendeu de início. — Você lembra o que aconteceu?

James voltou a se encostar na maca, e então respirou fundo olhando em volta, dessa vez ninguém de sua família estava ali, e não havia nenhum sinal de Betty. Talvez tenha sido um delírio de sua mente. Com a voz enfraquecida ele respondeu.

— Eu sofri um acidente