Capítulo 4

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Azriel

Com o passar das semanas eu ia sentindo na própria pele o que era treinar de verdade no acampamento.

Com os dias uma bela illyriana veio até mim e me chamou para uma cabana, de olhos violetas, e apenas por aqueles olhos tive certeza de que ela era algum familiar de Rhysand, que em pouco tempo descobri ser filho do grão-senhor da corte noturna.

E aquela, aquela é Miranda, sua mãe.

Não conseguia ser mau educado ou ignorante com ela, ela era quase tão doce quanto a minha mãe e me lembrava ela pelo brilho carinhoso em seu olhar.

E isso me fez criar um certo carinho por ela.

Após Rhysand ir buscar Cassian no frio da noite ele veio resmungando para dentro da cabana.

— Agora os três irão me ouvir. —ela leva as mãos a cintura— se vocês querem se tornar guerreiros, devem se unir. Devem se ajudar e só assim sairão daqui vencedores.

Nós nos entreolhamos carrancudos.

— Vocês dois. —ela aponta para mim e Cassian— viverão nesta cabana com Rhysand, há dois quartos com camas confortáveis e cobertores quentes para vocês, comida e o que precisarem.

Ela aponta para Rhysand.

— E você deve ser amigo deles e eles seus amigos, estamos entendidos?

Ele iria negar mas fechou a boca.

— Sim, mãe. -ele disse em um suspiro.

Ela sorriu doce.

— Ótimo, quero ver vocês não só como amigos, e sim irmãos, serão a âncora um do outro na jornada da vida. -falou.

Eu observo o Cassian, e o mesmo assim como eu parecia encantado com a fêmea, a considerando como uma... Mãe, não conseguindo ser arrogante ou ignorante com ela.

— E então? -ela nos encara.

Nós assentimos mas sabíamos que iríamos debater sobre quando ela fosse embora.

— Ótimo. —sorriu— vão ver que tudo será melhor quando estiverem juntos.

Mas então uma pequena figura adentra a cabana, cabelos pretos azulados e olhos violetas como os de Rhys e sua mãe, vestindo um belo vestido lilás a bela garotinha illyriana adentrou.

— Mamãe, já palou de dar blonca? —ela boceja— quelo ablaçar o Rhysie.

Rhysand vira o rosto na direção da garotinha e abriu um sorriso carinhoso.

— Venha cá. -ele a chama com as mãos.

Ela sorriu sonolenta e andou até ele, pulando em seus braços, ele a agarrou e a abraçou fortemente.

— Com saudades do seu irmãozão? -ele murmura para ela.

— Uhum. —ela assente fazendo bico— fui no seu qualto e você não tava lá pla fazê calinho em mim.

Eu inclino a cabeça, observando o príncipe beijar o rosto de... Sua princesa.

— Desculpe, princesinha. —ele a ergue no colo— vou ficar algumas semanas sem ir em casa.

— Pul quê?

— Porque tenho que treinar.

— Pla bater nos calas maus? -pergunta.

— Sim.

Ela sorriu travessa, com sono.

— Também quelo bater em calas maus. -ela disse.

Corte De Sombras Que Habitam Em MimOnde histórias criam vida. Descubra agora