Capítulo 5

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Azriel

— É simples, ou não. —disse Cassian— primeiro você tem que bater as asas, sabe fazer isso?

Minha mãe havia me mostrado, pelo menos isso, ela fez o que pôde para tentar me mostrar como se moviam as asas.

Eu bati as mesmas e eles assentiram.

— Bom. —disse Rhysand— sabe nadar?

Eu inclino a cabeça, nadar?

— Eu me viro. -murmuro.

Ou não.

Eu encaro o grande penhasco onde estamos, e o rio lá embaixo.

— Se quer aprender a voar, é melhor cair na água do que no chão. —disse Cassian— você está tendo muita sorte, comigo eu tive que cair no chão.

— Idem. —resmunga Rhysand— mas pelo menos eu mirava em um canteiro de flores.

Cassian bufa uma risada.

— Princesa.

Rhysand rosna e o mesmo sorri arrogante.

— Não pense que estamos te lançando na morte. —disse Cassian— você tem que deixar seu corpo de lado e focar nas asas, as asas é o que vão te fazer voar.

Eu assenti.

— Pronto? -cada um se pôs ao meu lado.

Eu assenti.

E eles me empurraram.

Foi inevitável não gritar quando a morte cantou em meus ouvidos, mas logo ouvi a risada de Cassian, o mesmo voando do meu lado.

— Bata as asas, não os braços, você não é uma galinha. -ele disse contra o uivo do vento.

Vejo Rhysand voar graciosamente do meu outro lado.

— Bata as asas. -ele instruiu.

Eu me concentrei, as sombras se agarrando ao meu pescoço, e eu o fiz, bati as asas uma, duas, três vezes.

— Esqueça o seu corpo, relaxe ele e o deixe de tornar um peso morto. -disse Cassian.

Eu relaxei os músculos mesmo que sentindo ser impossível, minhas pernas relaxaram e meus braços ficaram quietos colados ao lado do corpo.

Minhas asas se esticaram e os dois garotos deram guiadas para ambos os lados, dando espaço para que elas tomassem seu lugar.

Nunca imaginei que minhas asas fossem tão grandes assim.

Vento bateu e eu subi, mas não as batia.

— Está planando, é um bom sinal. -disse Cassian.

— Agora tente bater. -disse Rhysand.

Senti uma fina dor nos músculos das asas.

— Não consigo.

— O quê??

— Deu câimbra. -xinga Cassian.

Eu despenquei antes que ele terminasse de xingar, eu fui com rapidez de encontro às águas frias do rio.

Mas pior do que isso é o meu pânico.

Eu não sei nadar.

Minhas asas se fecharam em minhas costas.

Não me desesperei, mas sabia que estava muito distante da superfície.

— Azriel?? -ouço eles chamarem.

O ar já me faltava e minha visão queria me falhar.

Então, vi uma movimentação na água, algo que não captei direito.

Corte De Sombras Que Habitam Em MimOnde histórias criam vida. Descubra agora