Azriel
— É simples, ou não. —disse Cassian— primeiro você tem que bater as asas, sabe fazer isso?
Minha mãe havia me mostrado, pelo menos isso, ela fez o que pôde para tentar me mostrar como se moviam as asas.
Eu bati as mesmas e eles assentiram.
— Bom. —disse Rhysand— sabe nadar?
Eu inclino a cabeça, nadar?
— Eu me viro. -murmuro.
Ou não.
Eu encaro o grande penhasco onde estamos, e o rio lá embaixo.
— Se quer aprender a voar, é melhor cair na água do que no chão. —disse Cassian— você está tendo muita sorte, comigo eu tive que cair no chão.
— Idem. —resmunga Rhysand— mas pelo menos eu mirava em um canteiro de flores.
Cassian bufa uma risada.
— Princesa.
Rhysand rosna e o mesmo sorri arrogante.
— Não pense que estamos te lançando na morte. —disse Cassian— você tem que deixar seu corpo de lado e focar nas asas, as asas é o que vão te fazer voar.
Eu assenti.
— Pronto? -cada um se pôs ao meu lado.
Eu assenti.
E eles me empurraram.
Foi inevitável não gritar quando a morte cantou em meus ouvidos, mas logo ouvi a risada de Cassian, o mesmo voando do meu lado.
— Bata as asas, não os braços, você não é uma galinha. -ele disse contra o uivo do vento.
Vejo Rhysand voar graciosamente do meu outro lado.
— Bata as asas. -ele instruiu.
Eu me concentrei, as sombras se agarrando ao meu pescoço, e eu o fiz, bati as asas uma, duas, três vezes.
— Esqueça o seu corpo, relaxe ele e o deixe de tornar um peso morto. -disse Cassian.
Eu relaxei os músculos mesmo que sentindo ser impossível, minhas pernas relaxaram e meus braços ficaram quietos colados ao lado do corpo.
Minhas asas se esticaram e os dois garotos deram guiadas para ambos os lados, dando espaço para que elas tomassem seu lugar.
Nunca imaginei que minhas asas fossem tão grandes assim.
Vento bateu e eu subi, mas não as batia.
— Está planando, é um bom sinal. -disse Cassian.
— Agora tente bater. -disse Rhysand.
Senti uma fina dor nos músculos das asas.
— Não consigo.
— O quê??
— Deu câimbra. -xinga Cassian.
Eu despenquei antes que ele terminasse de xingar, eu fui com rapidez de encontro às águas frias do rio.
Mas pior do que isso é o meu pânico.
Eu não sei nadar.
Minhas asas se fecharam em minhas costas.
Não me desesperei, mas sabia que estava muito distante da superfície.
— Azriel?? -ouço eles chamarem.
O ar já me faltava e minha visão queria me falhar.
Então, vi uma movimentação na água, algo que não captei direito.
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Corte De Sombras Que Habitam Em Mim
FantasyHistória de Azriel Shadow🖤 Sombra e luz, água e fogo, escuro e vazio. A história de nosso encantador de sombras, desde o começo até o fim, onde ele se afogará em águas profundas em busca do mistério da bela voz que guia seus sonhos. PLÁGIO É CRIME...