Capítulo 8

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A única coisa que eu poderia lembrar daquele momento era a escuridão.

Meus sentimentos ainda estavam funcionando, mas ao mesmo tempo eu não conseguia fazer nada, eu não tinha nenhum poder sobre o meu próprio corpo.

A única coisa que eu sabia é que estava correndo perigo, oque me fez ficar mais alerta que o normal.

Logo depois de ser pega por aquela pessoa misteriosa eu desmaiei e não vi mais nada, só ouvia, tudo bem distante.

Bom, não demorou muito e eu acordei.

Eu acordei, e estava jogada no meio de uma "cama" improvisada com mato e galhos de árvore, era muito desconfortável e eu não conseguia distinguir a quanto tempo já estava ali.

Enquanto meus sentidos voltavam, mas ainda sem conseguir me movimentar corretamente, eu vi uma mulher e um homem vestidos todos de preto, inclusive os rostos que eram cobertos por uma máscara e óculos escuros.

A única coisa que era possível de se ver ali eram os cabelos. O do homem eram negros, tão escuros que em uma noite como aquela estava sendo difícil de enxergar, já o da mulher eram compridos e ruivos, provavelmente  naturais.

Maria deu um jeito de armazenar bem essa memória na sua mente. Ela pensava que se conseguisse escapar isso seria útil.

Oque aconteceu nos momentos seguintes foi que eles nada falaram, apenas a levantaram daquele projeto de cama e a jogaram bruscamente no chão.

Depois disso, sem motivo nenhum, eles apenas a bateram tanto que novamente a escuridão tomou conta dos sentidos de ML.

Provavelmente já era o dia seguinte, porque a primeira coisa que Maria Laura viu ao acordar foi que já estava claro.

Ela sentia os seus ossos doerem pesadamente e a sua cabeça latejava. Ela sentia a sua boca extremamente seca e a sua barriga roncava.

A única coisa que se passava na cabeça da morena era que ela provavelmente iria morrer.

Nenhum som humano, nenhum sinal de algum ser vivo por perto era o fim.

Mas Maria nunca foi de desistir tão facilmente, ela iria lutar até o seu último segundo de vida, foi aí que ela começou a gritar, exclamar por ajuda até não ter mais forças para aguentar isso com aquele pano infernal atrapalhando tudo.

Era difícil ter esperanças em uma situação tão lamentável como essa.

Talvez 30 minutos depois, ou até mesmo uma hora algo aconteceu.

Ela conseguiu escutar sons de passos humanos no mato e enfim o seu coração se encheu de alegria, ainda mais depois de ver   de quem se tratava.

Sim, sua amigas se importavam o suficiente com ela para virem salvar.

Mesmo depois disso tudo ela ainda tinha suas memórias intactas e se lembrava perfeitamente do rosto das meninas.

Só que tinha um porém, um desses rostos era familiar mas ela não conseguia reconhecer totalmente... Bom, não importava, oque realmente era importante naquele momento é que agora ela estava salva.

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Ponto de vista: Pedrinho.

Logo após encontrarmos Maria nós a soltamos e praticamente a carregamos para fora daquele lugar já que ela estava extremamente debilitada.

Fomos o mais rápido possível para o hospital mais próximo e depois Gaby e Eloísa foram na delegacia avisar que já tínhamos encontrado ML.

Quem ficou no hospital esperando por notícias foram Pedrinho e Aghata, já que Giulia e Julia tiveram que ir avisar toda a família de Laura.

— Eu... Eu tô tão feliz que nós conseguimos encontrar Maria que eu não consigo nem mesmo demonstrar tamanha felicidade — Sorriu Pedrinho enquanto olhava para a parede com a mente distante.

— Eu também mas... Por que tanta fixação em encontrar ML? Digo, você nem mesmo a conhece direito — Perguntou Aghata enquanto se virava para o mais alto.

Pedro imediatamente virou o seu olhar para baixo.

— Ah, eu não sei muito bem na verdade, sabe? Quando essa obcessao esquisita começou com ela. Eu apenas a vi um dia e no outro não conseguia mais tirar ela da minha cabeça — Confessou timidamente.

A loira piscou rapidamente surpresa com as  falas do menino.

— Caramba, eu nunca imaginei que você, tão frio e durão como aparentava ser, estivesse tão apaixonado por ela...

Pedro riu enquanto secava uma pequena lágrima que brotava de seus olhos.

Não demorou muito e uma enfermeira veio falar sobre o estado de Maria.

— Bom, garotos, a amiga de vocês está em estado grave mas controlado. Ela tem as costelas quebradas, todos os dedos da mão esquerda também quebrados, uma das pernas com graves fraturas nos ossos, um dente terá de ser arrancado por conta dos ferimentos e ela tem um machucado na cabeça que se não fosse tratado com urgência poderia a levar a óbito. Ela também está desnutrida e desidratada, por isso agora nós demos um remédio pra ela dormir enquanto toma alguns líquidos e antibióticos na veia. Espero que entendam que só vocês só irão poder visitá-la quando estiver pelo menos 70% curada — Explicou uma senhorinha. 

— Ah claro, entendemos sim. Você poderia ir notificando a gente sobre ela, por favor? — Agradeceu Aghata seguindo com uma pergunta.

— Podemos sim, e obrigada pela compreensão — Sorriu docemente.

— Ah, eu quem agradeço pelas informações — também sorriu mas sem mostrar os dentes.

Não demorou muito e toda aquela família gigantesca de Maria entrou pelo hospital desesperados. Eram tantos irmãos que eles foram obrigados a ficarem para fora para não atrapalhar outros pacientes com os barulhos, apenas a mãe e o pai de ML foram autorizados a ficarem do lado de dentro.

Bom, pelo menos tudo estava se acertando novamente e Pedrinho não conseguia parar de pensar em quando ela saísse do hospital... Ele poderia, finalmente, se aproximar mais dela.

O Destino de 74Onde histórias criam vida. Descubra agora