Capítulo 3

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Sem sombra de dúvidas aquela escola estava virando um inferno na vida de ML.

Todos os professores pareciam estar sempre de mal humor e as regras eram super rigorosas, sem contar a quantidade de deveres que eram passados por dia.

Eles diziam que isso tudo é uma preparação para serem "os melhores em tudo que forem fazer na vida adulta" mas Maria Laura não queria ser o melhor em tudo, ela só queria ter condições melhores e oportunidades que ela nunca teve.

Infelizmente não era assim que as pessoas de lá pensavam. Todos eram de berço de ouro e extremamente arrogantes, certamente quem morava no interior do Acre não estaria acostumado com toda essa sede por dinheiro e querer ser superior a tudo e todos.

Juntando isso tudo com a dificuldade de se enturmar Maria Laura pela primeira vez estava se sentindo 100% sozinha. Ela não tinha visto mais nenhum daqueles garotos que apresentaram a escola para ela, mas a sensação de estar sendo observada a todo momento continuava e isso a deixava extremamente amedrontada.

E se ela estivesse sendo perseguida por um louco assassino? Poderia ser alguém que queria sequestrar ela, mesmo ela não tendo nada de muito especial é oque pensava.

E bom, assim se seguiu um mês inteiro. Sem amigos, professores opressores e escola muito puxada e rígida, um completo inferno na vida de uma garota de apenas 17 anos.

"Eu preciso fazer o trabalho de história e biologia urgentemente... Só tenho uma semana, ai meu deus onde que eu fui me meter? Um mês nessa merda e ainda não aprendi que não posso deixar tudo pra última hora desse jeito? Eu preciso correr, correr muito se não meu boletim vai ficar pior do que já deve 'tá..." Pensava enquanto corria o mais rápido que podia no corredores extensos.

Não bastou mais 5 passos pra ela tropeçar com alguém, é claro que isso iria acontecer até porque é Maria Laura, uma completa desastrada que caí em todos os lugares, e isso só piora quando ela está praticamente correndo em um corredor lotado de pessoas onde ela tenta passar imperceptível aos olhos dos outros.

— Aí meu Deus... Me desculpa, me desculpa, me desculpa mesmo eu estou com a cabeça tão cheia ultimamente... Ah, acho que você sabe né? Trabalhos, deveres, provas... Tudo! Me desculpa novamente... — Falava continuamente em um ritmo frenético enquanto se levantava e ajudava a pessoa, até então, desconhecida.

— Ah, Tudo bem, eu também não estava prestando muita atenção aonde andava... — Respondeu, e nesse exato momento os olhares se encontraram e uma estranha sensação amigável por alguém que você ainda não conhecia floresceu em Maria Laura.

A pessoa com quem ela tropeçou era uma garota, uma garota apenas alguns centímetros mais alta que ela, com cabelos que batem mais ou menos no ombro e que pareciam ouro de tão loiros. Ela usava roupas um tanto quanto chamativas que poderiam facilmente virar ponto de referência. De qualquer forma ela parecia ser uma pessoa muito legal, diferente de todo mundo que ML tinha visto até agora na escola.

— Ah eu estava indo para a biblioteca estudar, a que fica do lado do refeitório sabe? Mas acho que acabei me perdendo também, não iria chegar a lugar nenhum desse jeito — Disse Maria com a cabeça baixa.

— Você é nova aqui não é? Olha, se quiser eu posso te ajudar, eu sei bem como é ruim estar completamente perdida em um lugar gigantesco que você não conhece ninguém — Ofereceu com um sorriso reconfortante.

Isso é sério? Porque não parecia. Talvez ela tinha acabado de achar alguém que não era esnobe, arrogante ou mimado nessa escola. Será que ela estava se emocionando muito ou realmente estava fazendo uma amiga? Bom, só aceitando a ajuda para saber.

— Ah, claro! Eu adoraria. E bom, realmente... Eu me sinto extremamente desorientada aqui, e fico feliz que não tenha apenas pessoas arrogantes — Sorriu.

— Eu tenho que concordar com você — Deu uma risada — As pessoas daqui costumam ser horríveis... Acho que você não deve saber nem metade, porque se soubesse estaria muito mais aterrorizada de andar sozinha sem nenhum grupo por esses corredores.

— Como assim? — Parando para pensar agora talvez ela realmente estivesse correndo perigo por esses lugares.

— Existem um tipo de gangue por aqui que costuma pegar novatos e simplesmente sumir com eles. A escola e a polícia encoberta isso... Até porque esse é literalmente o melhor ensino de São Paulo, eles não podem deixar sujar a reputação. Ninguém, nem quem estuda aqui desde os primórdios, já viu quem são eles, só se sabem que existem. Não sei se você percebeu mas dificilmente você vê alguém aqui andando sozinho, são sempre em grupos, porque aí não tem perigo, mas ainda sim qualquer cuidado é pouco. Ninguém sabe o porquê disso e nem quando surgiu, como eu já disse só se sabe que existe... Enfim, não quero te deixar aterrorizada, não precisa ficar com medo até porque agora você tem eu e o meu grupo, tenho certeza de que você vai adorar elas — Disse passando o braço por cima dos outros da mais baixa.

Não quer me aterrorizar? Porque se não queria ela acabou falhando terrivelmente. Nesse momento Maria com certeza estava pensando que ela seria o próximo alvo desses... Criminosos? Não se sabe, só se sabe que agora ela realmente não pode ficar sozinha e que a sua única escolha no momento é seguir essa garota que ela nem mesmo sabia o nome.

— Ah... Que pesado... Mas, hmmm, qual seu nome mesmo? — Perguntou.

— Ah ia quase me esquecendo disso — riu já estendendo a mão — Eu me chamo Aghata, prazer.

— Prazer Aghata, eu me chamo Maria Laura, e acho que vamos nos dar muito bem...

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— Maria Laura, agora eu lhe apresento o nosso grupo, AS POMPOSAS! — Com esse bordão terrível Maria não poderia achar que viria algo realmente bom pela frente, mas oque apareceu iria fazer ela ter uma crise de gargalhadas se não estivesse literalmente 6 meninas olhando diretamente para ela.

Em um momento ela estava chegando em uma sala de aula vazia e de aparência abandonada e em outro já subia um cheiro muito forte de incenso, cigarro e... Mais alguma coisa um tanto quanto ilícita.

As meninas do grupo "AS POMPOSAS", como  disse Aghata, eram um tanto quanto peculiares. Elas vestiam batas que batiam no meio das coxas, com mangas largas e estampas psicodélicas junto de calças boca de sino de cor mais escura e todas estavam descalças. Algumas também usavam um tipo de óculos redondo, uns maiores e outros menores... Bem peculiar. Elas claramente estavam meio chapadas e as que pareciam mais sóbrias estavam dançando de uma forma que Maria achou muito engraçado. Logo que ela entrou todas pararam com o barulho da porta e olharam para as duas garotas.

— Voltei meninas, e trouxe uma nova integrante! — Disse animada dando alguns pulinhos.

— Ah, olá — Comprimentou timidamente.

— Oi, tudo bem? Qual seu nome? Hmm, seja bem vinda as pomposas, não te conheço nem sei quem é você mas acho que vai gostar da gente... Você não é nenhum tipo de super conservadora né? — Falou rapidamente uma das que estavam dançando de uma forma esquisita. Era uma garota de cabelos médios, meio cacheado e escuro. Ela era alta também e exalava um cheiro bem forte de algo que ela preferia não identificar.

— Me chamo Maria Laura... E não, por favor, não sou super conservadora — Respondeu ainda olhando para baixo.

— Hmmm, tudo bem então, seja muito bem vinda novamente... Você parece alguém muito legal para ser igual esses velhos chatos de qualquer forma...

Não demorou nem 10 segundos e ela já estava sendo puxada por aquela rodinha esquisita. Isso com certeza era melhor do que ficar perambulando sozinha por ai e acabar morta ou seja lá o que aconteça com essas pobres almas desaparecidas.

O Destino de 74Onde histórias criam vida. Descubra agora