Capítulo 10

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— Vai cara, me fala quem é essa pessoa que você arranjou pra mim — Perguntava Caíque insistindo toda hora para Pedrinho revelar.

Eles estavam no trocador da escola de Caíque depois do futebol e certamente os dois estavam exaustos, mas mesmo assim o menino não parava.

— Eu já falei que eu vou te mostrar amanhã, agora tem como você parar de encher o meu saco com isso?

— Mas amanhã ainda vai demorar muito e eu preciso ter uma noção de como ela é... — Choramingou.

— Se você continuar com isso eu não te mostro mais ninguém, fica o aviso — Alertou enquanto revirava os olhos e se levantava para ir embora.

— Você é cruel.

Logo depois os garotos já pegavam as suas bicicletas e iam para a casa de Dudu. Eles combinaram de se encontrar para beber alguma coisa enquanto assistiam a um filme de terror que Pedrinho comprou e estava doido para assistir.

Não demorou quinze minutos e eles já estavam todos reunidos. Pedrinho, Caique, Dudu e Nicolas, que era um amigo que ano passado tinha se mudado para outra escola e por isso não se viam tão frequentemente.

Poderíamos chamar aquilo de gangue do terror, porque quando juntava os quatro a casa virava uma zona, pior ainda quando iam tentar fazer pipoca.

— Ah, gente, eu não acho que isso aqui tá muito bom para comer não... — Disse Caique chegando na sala de filme com uma vasilha na mão, que dentro tinha uma pipoca tão queimada que se colocássemos em uma folha preta ela iria desaparecer.

— Meu Deus joga isso fora, nem o cachorro come isso aí — Dudu falou olhando para o pote.

Acabou que eles não tentaram fazer mais nada para comer e se contentaram com oque tinham até o filme acabar.

Tudo estava indo bem até Nicolas chegar no assunto de Maria novamente. Qualquer coisa que falassem da garota Pedrinho já ficava extremamente mexido e irritado, principalmente quando vinha de algum amigo.

— E você realmente vai no baile com aquela pobre da Maria Laura? — Comentou rindo distraidamente, mas ainda sim com maldade clara na voz.

Na mesma hora o garoto mais alto cerrou os punhos.

— Se você falar assim dela de novo... Meu amigo, você vai estar muito ferrado na minha mão — Rosnou em ameaça.

— Ficou bravinho, é? — E assim deu uma gargalhada ardida que foi o suficiente para Pedro dar um soco cheio no nariz do menino.

Foi um momento brusco e rápido, feito sem pensar, e ainda demorou alguns segundos para Dudu e Caique conseguirem processar e prontamente ajudarem Nicolas.

Não posso dizer que Pedrinho estava arrependido disso, mesmo depois de terem levado o garoto no banheiro para ajudar a parar de escorrer sangue ele ainda estava satisfeito por finalmente ter dado uma lição nele.

Não era a primeira vez desse tipo de provocação, na verdade isso já tinha acontecido pelo menos umas três vezes antes, mas isso foi o ápice.

Ninguém poderia ofender a sua garota dessa forma. Ela ainda não era totalmente sua, mas isso era questão de tempo, porque ele tinha certeza de que se esperasse só mais um pouco já teria ela nos seus braços.

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— Gente o baile é literalmente depois de amanhã e eu ainda não sei com quem eu deveria ir... — Resmungou Aghata pela milésima vez naquele dia.

— Você ta o dia todo falando disso, cara, eu já disse que no momento a única opção é ir de amigo com o Carlos, você não entende não? — Falou Julia irritada.

Talvez você me pergunte o porquê de Aghata não querer ir com esse tal de Carlos, bom, a resposta era simples: ele era um completo insuportável.

Geralmente usam ele para ir de acompanhante amigo porque ele é o único que sobra, já que ninguém suporta o coitado.

As vezes nem tão coitado assim.

— A única que não entende aqui é você. Eu já disse que eu não suporto aquele garoto, ele consegue encher a nossa paciência em questão de segundos, é incrível.

— Então não me irrita e tenta encontrar alguém melhor, ué — Respondeu um pouco grossa e logo depois saiu da sala.

As garotas das pomposas estavam na casa de Giulia arrumando os últimos preparativos para a roupa do baile que teria daqui dois dias.

Elas combinaram de que um dia antes, que no caso seria amanhã, elas também se encontrassem para fazer uma tarde de beleza para amenizar a feiura e ir bonita na festa, dizia Duda.

Nesse momento elas estavam em completa loura no quarto de Giulia. Algumas estavam colando mais alguns laços nos vestidos, outras estavam colocando glitter nas tiaras e também tinha as que estavam testando uma maquiagem adequeada para a ocasião.

A única que estava praticamente atoa era Maria que já tinha feito tudo isso em casa. Na realidade ela só tinha feito isso para não atrapalhar as suas amigas e é óbvio que elas sabiam disso, mas ML não tinha jeito então decidiram não contestar.

— Eu ainda tô com medo de quem é esse par misterioso que vocês escolheram para mim — Comentou a cacheada enquanto brincava distraidamente com uma linha solta do travesseiro.

— É como a gente já disse né, você só vai saber isso no dia — Gaby Respondeu colando uma lantejoula dourada em uma saia.

Maria apenas concordou e continuou com qualquer pensamento aleatório enquanto observava as suas amigas.

— Giulia é verdade que você vai com o Duduzinho pro baile? — Duda lembrou em tom provocador para a menina que estava ajudando Elo no seu trabalho.

No mesmo instante ela paralisou e corou violentamente, oque fez as outras se entreolharem e rirem da reação.

— Sim, ué, algum problema? — Respondeu tímida tentando esconder o rosto de forma discreta.

— Não, óbvio, nenhuma, eu só acho vocês muito fofos juntos...

Giulia deu uma gargalhada de puro desespero e vergonha e deu um tapa de brincadeira na amiga, oque resultou em mais algumas provocações e risadas espontâneas de todas.

Isso era algo tão simples e ao mesmo tempo tão grande e confortável que Maria não conseguia parar de sorrir enquanto admirava as suas amigas, melhores amigas.

As pomposas com certeza eram a melhor companhia que alguém poderia ter.

O Destino de 74Onde histórias criam vida. Descubra agora