Capítulo 5

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Os dias se passaram rapidamente e logo já era quase julho. Maria se aproximou muito mais das garotas, até porque agora elas eram um grupo e sempre andavam juntas, e descobriu que fazer parte das pomposas não era a coisa mais fácil.

Praticamente ninguém da escola gostavam delas, apenas por não serem arrogantes nem mesmo esnobes, diferentemente da maioria dos alunos. Todas eram alvos de piadas, algumas bobas sem graças e outras que eram realmente pesadas. Elas diziam que tinha que ter bastante estabilidade emocional pra aguentar tudo isso.

De qualquer forma tudo estava indo bem, mas uma outra coisa também aconteceu.

Desde que aquele garoto desconhecido ajudou Maria ela não tirava ele da sua cabeça. Ela não sabia o seu nome, mas já tinha visto ele diversas vezes pela escola com alguns dos meninos populares, mas não adiantava a quem ela perguntasse ninguém iria saber o nome dele.

E obviamente ela não iria tentar falar com esses supostos amigos do garoto misterioso, até porque ela já tinha se juntado a um grupo que era o mais odiado e provavelmente ela sofreria muito mais bullying do que já estava tendo que aguentar. 

O jeito era ela investigar por conta própria, e assim fez. Isso começou só uma semana depois desse esquisito "encontro" deles, e podemos dizer que ela ficou totalmente obcecada, talvez até algo um pouco problemático, mas ela não iria se deixar levar.

Ai você me pergunta: mas não seria mais fácil ela simplesmente ir falar com ele? Seria, mas nós estamos falando de Maria Laura, uma completa desastrada e que as vezes sente vergonha de falar até com os próprios irmãos, é óbvio que ela iria pelo caminho mais difícil.

E essas investigações não avançaram quase nada desde o início. A única coisa que ela descobriu foi que ele provavelmente gostava muito de verde, porque a maioria de suas camisetas eram dessa cor, nada realmente relevante.

E em nenhum momento a sensação de estar sendo observada sumiu, bem pelo contrário. Ela estava com muito medo do que poderia ser, mas preferiu não falar com ninguém porque poderia ser só coisa da sua cabeça. O pior erro de ML é achar que ela é um fardo para as pessoas, isso todos nós concordamos.

— Caramba, vai ter um baile antes das férias do meio do ano — Falou Maria enquanto olhava para um pequeno cartaz.

— Ah, é... Esse ano vai ter sim. Ano passado não teve, lembram? — Respondeu Aghata.

— E por que não teve?

— Porque bem no dia que ia ser o baile uma novata que andava sozinha por ai desapareceu misteriosamente, e a escola foi fechada para investigar, mas é sempre algo bem superficial... — Suspirou.

— É, me chateia muito que preferem só fingir que estão fazendo alguma coisa do que achar quem está fazendo isso com essas pobres pessoas... Eu espero que algum dia elas tenham justiça, isso não é certo — Disse Gaby em um tom triste.

Claramente tinha algo de errado, muito errado, nessa escola.

— Caramba... Mas e a família dessas vítimas? Elas não tentam nada?

— Ninguém sabe ao certo, mas existem boatos de que elas são pagas para ficarem caladas e as que não aceitam são ameaçadas gravemente. Acho que já é claro de que essa escola é totalmente corrupta, não? — Dessa vez quem explicou foi Julia, e dava pra ver a sua frustração clara pelo seu olhar.

— Meu Deus isso é tão... Tão horrível — Falou Maria totalmente indignada.

— Sim sim, mas agora meninas — Disse Aghata mudando o rumo da conversa — Vamos parar de pensar nas desgraçadas do passado e prestar atenção no baile. Eu estou doida pra ir comprar os vestidos junto com vocês, já tenho até uma idéia do que eu vou usar... Você vai junto, Maria?

Esse é um daqueles momentos onde você fica extremamente sem graça, Ml estava exatamente assim agora.

— Ah meninas, eu não sei se vou conseguir, eu não tenho dinheiro no momento... Tá tudo muito contato em casa —  Enunciou tristemente.

— Não, não e não, dinheiro aqui não é um problema. Fica tranquila, deixa que eu cuido disso, você não vai precisar se preocupar em pagar nada, okay? Apenas vamos vai, eu tô tão animada — Declamou e logo após fez aquela famosa cara de cachorrinho chorão, que dificilmente Maria poderia negar algo.

— Mas eu não quero te fazer gastar dinheiro comigo, eu já tô enchendo muito o saco de vocês.

— Mas você não está me fazendo gastar dinheiro atoa e nem mesmo enchendo o nosso saco, não é garotas? — Perguntou se virando, e prontamente todas as meninas concordaram — Viu, todo mundo aqui gosta de você. E sobre a parte do vestido, eu não estou te dando escolha.

— Eu sei que você não está me dando escolha, e acho que o jeito agora é apenas eu concordar com isso — Bufou revirando os olhos em diversão.

Aghata deu pulinhos animados e puxou todo mundo para andar enquanto conversava sobre os seus planos para a tarde de princesa no dia do baile.

E bom, Maria se sentia a pessoa mais sortuda do mundo por ter amigas tão boas que se preocupavam tanto com ela... Antes disso, ela achava que nunca seria digna de uma amizade de verdade, que nunca seria capaz de se comunicar com alguém sem ter tanta timidez, mas ela estava provando para si mesma agora que ela consegue.

Tudo estava tão bom que ela tinha medo de que algo ruim fosse acontecer — porque é assim que as coisas funcionam na vida —  principalmente na de uma pessoa como ela, era oque ML costumava pensar.


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