20. phoebe muller

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"Não há nada mais puro do que o coração de uma criança."

Na manhã de domingo, eu dirigi até o endereço que Rhany havia me passado.

Parei em frente à uma mansão de três andares e dei uma última olhada antes de sair do carro.

Os portões do jardim estavam abertos, então eu andei até a porta de entrada e toquei a campainha. Uma senhora de meia idade que parecia ser a governanta abriu e sorriu gentilmente ao me ver.

- Bom dia, no que posso ajudar? - perguntou.

Antes que eu respondesse, três crianças passaram correndo apressadamente pela porta, quase me derrubando. Olhei para o jardim, onde eles riam e corriam.

- Ah, essas crianças! - exclamou a senhora. - Por favor, queira entrar.

O convite me soou estranho. A mulher mal sabia quem eu era e me deixa entrar?

Sem questionar, eu a acompanhei até a sala de estar. O espaço era grande, com três grandes sofás e algumas poltronas, pra pelo menos umas vinte pessoas poderem sentar.

Sentadas no carpete, estavam duas garotinhas com várias bonecas. Franzi a testa perguntando a mim mesma quantas crianças mais eu veria.

- Como a senhorita se chama? - a senhora me perguntou.

- Phoebe. - respondi.

- Só um minuto, eu vou chamar a diretora pra conversar com a senhorita. - ela se afastou entrando no corredor.

Diretora? Aqui seria alguma espécie de internato?

Sentei em um dos sofás e sorri de leve para as meninas que brincavam. Uma delas levantou e veio até mim.

- Você é muito bonita. - ela disse.

- Obrigada, você também é linda. - fiquei realmente tocada com o elogio.

- Vai ser a mamãe de alguém? - perguntou.

- O que? Eu não entendi. - franzi a testa.

- É que quando as mulheres querem ser mamães, elas vêm aqui e levam algum de nós. Está aqui para isso, não? - ouvir aquilo me fez começar a entender.

- Você ainda não tem uma mamãe?

- Não. Mas a tia Miranda disse que logo eu vou ter uma família.

- E quem é Miranda?

- Sou eu. - levantei o olhar e avistei uma mulher parada em minha frente. - Muito prazer, sou Miranda Julien, diretora do orfanato. - fiquei de pé e nós demos um aperto de mãos.

- Sou Phoebe Muller.

- Te reconheci das revistas. - sorriu. - Vamos, me acompanhe até a minha sala.
Ela começou a andar e eu fui logo atrás, até chegarmos à sua sala.

- Por favor, fique à vontade. - ela disse. Sentei em uma das cadeiras de frente à sua mesa e ela sentou do outro lado. - E então, pretende adotar? Sei que não é casada, mas é comum que busque uma companhia para a sua vida aqui.

- Não, não vim adotar.

- Então, fazer uma doação?

- Bem, talvez outro dia. - dei de ombros. - No momento, eu só quero conhecer o lugar. Será que posso conversar com as crianças?

- Ah, mas é claro! - falou com animação. - As pessoas vêm aqui o tempo inteiro pra conhecer as nossas crianças. É uma atitude super comum.

- Ótimo. - sorri.

𝗗𝗢𝗡𝗔 𝗗𝗘 𝗠𝗜𝗠 ✗ vinnie hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora