54. phoebe muller

548 63 8
                                    

O tão esperado dia havia chegado

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O tão esperado dia havia chegado. Eu finalmente levaria o meu filho para casa. Finalmente teria a parte que faltava do meu coração pertinho de mim.

Eu segurava a mão de Vinnie, enquanto esperávamos sentados no sofá do orfanato.

- Você está suando. - ele disse e logo depois, beijou a minha mão.

- Só estou ansiosa.

Vimos Bernard descer as escadas, com uma mochila nas costas enquanto uma cuidadora carregava sua mala.
O que eu senti ao vê-lo agora era diferente de todas as vezes em que estive aqui para visitá-lo.

Ele era meu filho e eu o levaria para casa. Nada se comparava a aquele momento.

- Mãe! Pai! - ele correu até nós e pulou em meu colo.

Eu e Vinnie o abraçamos e naquele instante, minhas lágrimas vieram.
Meu peito estava inundado de alegria e todos os problemas que me cercavam pareciam ter sumido de vez.

- Pronto pra começar a sua vida com a sua nova família? - Vinnie perguntou, acariciando os cabelos de Bernard.

- Sim! Nunca estive tão feliz! Eu amo vocês!

- A gente também te ama. - falei depositando um beijo em seu rosto.

O caminho de volta para casa foi regado de risos e cantorias. Parecíamos até uma família tradicional de filmes americanos. Em seu primeiro dia em casa, nós lhe apresentamos o seu quarto que eu havia decorado e enchido de brinquedos. Bernard pulava de alegria e se certificava de testar cada objeto ali.

- Parece eu quando ganhei meu primeiro x-box. - Vinnie suspirou. Eu o olhei de canto e ri. - Vai me dizer que não explodiu de felicidade quando ganhou o seu primeiro videogame?

- Na verdade, eu comprei o meu primeiro videogame com a minha mesada. - dei de ombros.

- A gente não vai dar uma mesada gorda assim pro Bernard, não é? - franziu a testa.

- Que tal o seu salário? - brinquei e nós caímos na risada.

- Alguém quer jogar? - Bernard nos ofereceu um dos controles de seu x-box.

- Que tal a sua mãe? Ela me dá uma surra sempre. - Vinnie disse.

- Isso eu quero ver! - falou Bernard.

Sentei ao seu lado e nós começamos a jogar algo clássico, uma luta livre sem muitos segredos e realmente ele era muito bom.

- Parece que temos uma família de gamers aqui! - falei sem desgrudar meus olhos da tela.

- A gente pode até fazer um campeonato dos Hacker's! - Vinnie sugeriu atrás de mim.

- Muller's. - o corrigi.

- Hacker's - repetiu ele.

- Eu não vou mudar o meu nome quando a gente casar! - cantarolei.

- Eu muito menos. - falou firme.

Bernard pausou o jogo e eu o olhei com estranheza.

- Vocês são tão bobos. - deu risada. - É só um nome.

- E tradicionalmente a mulher é quem fica com o sobrenome do marido. - Vinnie pontuou.

- Isso é tão machista. - o encarei.

- É como a sociedade caminha, meu amor. - ele sorriu vitorioso.

- Ainda bem que eu nasci pra ir no caminho oposto.

- Que tal se vocês não casarem? Imagina a briga. - Bernard riu.

- Eu prefiro ser o senhor Muller do que não casar com a Phoebe. - disse Vinnie, como se não percebesse o quão fofo tinha sido.

- E eu prefiro ser a senhora Hacker. - sorrimos um para o outro.

- Isso é muito fofo, mas será que a gente pode jogar? - o menino chamou a nossa atenção.

- Claro, meu amor. - eu disse.

Ficamos algumas horas revezando para todos jogarem igualmente e no resto do dia, passeamos pela cidade, compramos mais presentes e ainda visitamos a minha mãe, que estava ainda mais animada que eu com a adoção do Bernard. Ainda no apartamento, ela nos convidou para jantar e Vinnie propôs que ele preparasse a comida com a ajuda do Bernard. Enquanto os dois se divertiam na cozinha, eu conversava com a minha mãe.

- Eu acho isso maravilhoso. Fico muito feliz que tenha decidido adotar. - ela disse.

- Olha, eu bem que achei que você seria a primeira a ir contra. - falei surpresa.

- Eu sou contra muitas coisas, mas adoção é um ato que eu admiro. Acho muito mais válido adotar uma criança sem família do que colocar ainda mais pessoas no mundo.

- Sempre pensou assim?

- Sim, só não tinha com quem compartilhar os meus pensamentos. - sorriu de lado.

- E por que você nunca adotou? - franzi a testa.

- Ah... - ela ficou em silêncio, olhando fixamente para o meu rosto, como quem não sabe o que dizer.

- Ei, vovó! - Bernard apareceu, interrompendo o clima de tensão que estava surgindo. - Precisa provar o molho que o papai me ensinou a fazer! - ele saiu arrastando a minha mãe até a cozinha, que o seguiu com um sorriso no rosto.

Depois do jantar, nós retornamos pra casa e Bernard pegou no sono durante o caminho de volta.

Vinnie o carregou no colo até o seu quarto, onde o aconchegamos na cama.

- Nem acredito que eu sou mãe. - falei sorrindo.

- Não é incrível? - ele me abraçou de lado. - Que bom poder fazer isso com você. - ele me beijou rapidamente.

- Eu te amo. - sussurrei sobre sua boca.

- Que tal ir pro nosso quarto agora? - sorriu de forma maliciosa.

- É uma ótima ideia.

A noite foi perfeitamente quente. Era impressionante como ele sabia me tratar da maneira como eu desejava. Seu jeito de me tocar me fazia sentir a mulher mais preciosa do mundo e talvez eu fosse, porque eu tinha muita sorte em ter alguém que sabia demonstrar em cada detalhe o quanto me amava.

(...)

Vinnie foi à empresa bem antes de mim, pois tive que levar Bernard até seu colégio. Por volta das nove da manhã, eu cheguei até a empresa e entrei no elevador para chegar ao meu andar. Quando as portas abriram, levei um esbarrão forte por parte de Lise.

- Ai meu Deus, me desculpe, senhorita Muller! Eu realmente sinto muito! - falava nervosa enquanto ajeitava as pastas que trazia em mãos.

- Da próxima vez, vê se olha por onde anda! - falei com grosseria. Eu não me preocupava em ser simpática com ela. - Agora sai do meu caminho! - ordenei.

- Sim, senhorita. - ela saiu às pressas de perto de mim.

Revirei os olhos e mirei o chão, onde vi uma folha de papel que parecia ser do fichário que a Lise carregava. Provavelmente, ela havia deixado cair. Peguei a folha e pude reparar que era um desenho, até que bem realista. Mas o meu ódio subiu ao perceber que era o Vinnie no desenho, sentado em sua mesa enquanto trabalhava. É possível que ela tenha feito enquanto suspirava de amores por ele. Se antes eu tinha dúvidas se deveria mantê-la na empresa ou não, essas dúvidas acabaram de ser sanadas.

𝗗𝗢𝗡𝗔 𝗗𝗘 𝗠𝗜𝗠 ✗ vinnie hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora