.Capítulo 17.

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Saímos correndo do carro do meu avô com as malas de Rick nas mãos. ele já estava muito a frente e dava pulinhos quando olhava para trás, tentando me ver no meio da multidão. Quando cheguei perto dele, estava ofegante e entregando sua passagem para o fiscal...

- Só posso ir até aqui._ digo tentando controlar minha respiração.

Ele me olhou e voltou seus olhos aos fiscais. Era isso, aquela seria a possível última vez que eu veria Rick... eu não estava triste, meu coração estava calmo e tranquilo, sabia que se fosse para continuarmos algo, o universo faria o possível para que tudo desse certo.

Rick tirou sua mala das minhas mãos colocando no chão. me olhando, com as pontas dos seus dedos, ele tirou a mecha fina de cabelo que estava na minha testa e me beijou ali mesmo, seus lábios ficaram parados por um tempo e uma respiração ofegante tomou conta dele. Com seus braços ele me segurou pela cintura, me tirando do chão e me abraçando. É eu menti. sentiria sim sua falta e estou muito triste, mas espero que ele seja feliz...

Seu avião já tinha decolado quando recebi uma mensagem sua, ele havia me mandado uma foto dele no túnel que leva até o avião, estava sorridente, com os olhos vermelhos por conta do choro, mas feliz. Ele sabia que poderia contar com a gente e que éramos... que somos sua família.

~.~

Digamos que a cinco anos atras eu não fazia ideia de como seria minha vida. Eu tinha tudo! Pais responsáveis, uma casa num condomínio de luxo em São Paulo, dinheiro e tinha amigos... era tudo perfeito. Porém, não sabia que precisava aprender tanto sobre a vida e como tudo isso poderia me mudar em apenas dois ou três anos. A última vez que vi Ricardo fazia exatamente cinco anos. Não vou mentir que eu não procurei saber como ele estava, se estava feliz, se havia filhos e uma esposa que lhe amava assim como eu o amei.

Perceber que seguimos rumos diferentes nas nossas vidas já parecia ser um abito nosso, afinal, éramos o amor da vida um do outro, mas não eternamente. Sua filha se chamava Grace, que tinha os mesmos olhos azuis dele e os cabelos alaranjados, igual ao fogo fica enquanto queima uma fogueira, como era os cabelos de sua mãe. Eles haviam se mudados para o Texas faziam 6 meses, desde que Rick ganhou mais um torneio de rodeios. Estavam felizes. Mas como minha psicóloga disse, eu deveria parar de stalkear ele. Já fazia 6 meses desde a última vez. 

Eu estava feliz. Após juntar uma boa grana consegui seguir uma vontade interna minha que eu tinha guardado por muito tempo... lançar meu livro. Sei que não comentei com ninguém sobre isso, nem mesmo meus pais e amigos mais próximos sabiam disso, mas depois de ver como Ricardo estava indo em busca de seus sonhos, percebi que eu também deveria ir atrás dos meus. Foi assim que nasceu Querido Peão. Eu estava em translação, meu voou iria parar em New York antes que eu pudesse continuar minha viagem de turnê para os brasileiros de Atlanta, meu livro havia feito um burburinho fora do Brasil, então alguns brasileiros e estatunidenses queriam ouvir mais sobre eles,  minha assessoria decidiu que eu deveríamos começar minha pequena turnê do meu livro, para que outras pessoas também conhecem. Eu já tinha visitado algumas capitais do Brasil, mas como o sonho nunca acaba, conseguimos uma turnê fora.

- Atenção senhores passageiros, o avião pousará em minutos no aeroporto de Manhattan por conta dos ventos fortes, coloquem o cintos...

Dei um último gole na meu vinho e me prendi no cinto. Fechei os olhos quando senti que o avião estava em turbulências, eu não estava acostumado com aquilo. Me segurei no braço da poltrona e respirei fundo. Só abri os olhos quando tive certeza que estava bem e vivo. Quando saí, eu só precisava de um Starbucks, com muito leite e muita cafeína. Diego, meu agente, estava ao telefone, discutindo com alguém.

Algumas pessoas me reconheceram e me pediram fotos e se eu pudesse autografar seus livros, mas foi algo rápido, logo eu pude sentar e tomar meu café. Meu celular começou a tocar...  era minha mãe. Após a quase morte do meu avô, de novo, ele teve um novo princípio de infarto, ela e meu pai voltaram para fazenda, para morar com minha avó e ele, para tentar ajudar com as coisas da fazenda, depois de um tempo só cuidando do vô, dona Diana voltou a ativa.

Querido Peão 2Onde histórias criam vida. Descubra agora