.Capítulo 1.

1K 69 5
                                    

Os dias que Ricardo passaria aqui em São Paulo, já estava chegando ao fim. Ele voltaria para o Rio Grande do Sul, e eu voltaria a ficar sozinho.
Mais uma vez eu estava sendo egoísta comigo mesmo. Ele estava fazendo o trabalho dele, e encompensação as fotos estavam lindas, mas as outras modelos estavam caindo em cima dele, não tinham respeito nenhum, ele passava mais tempo aqui do que na minha cama.

Eu fico observando dos bastidores as fotos que estavam sendo produzidas, pelo fotógrafo.

- Isso Rick, continua assim... Agora segure o seu pênis com a mão esquerda, e lace a garota com a corda.

Após aquele dia cansativo, eu fui para casa, esperar Ricardo. Ele iria para uma festinha com o pessoal do estúdio.

- Ué, e você não foi com ele porque?_ perguntou Brenda.

- Sei lá, ele falou que não iria demorar pra voltar pra casa, que seria só uma pizza e que depois ele viria dormir.

- Bom, amanhã é feriado. Quer sair pra beber... Vamos por favor, quase não nos vemos mais.

- Não sei, ando muito cansado... Acho que preciso de um banho quente e dormir cedo!

- Eba, então ponha uma roupa bonita e vamos para um boate.

- Brenda, qual é a parte que você...

Ela desliga a ligação.
Solto uma risada. Eu de verdade estava precisando ter um dia só para os amigos, o que iria eu estudar tanto e nunca ter um tempo vago só para mim.

~*~

- Viu, eu sei que ia ficar tudo bem. Estávamos precisando disso._ diz ela alto por conta da música.

- É verdade!

- Então, quer ir para Campinas amanhã? Eu e alguns amigos da faculdade vamos para Ilhabela, Tito tem uma casa lá vamos para casa dele.

Dou uma golada na cerveja.

- Se Ricardo topar, vamos sim.

Brenda me olha e sorrir.

- Você não acha que está fazendo tudo que ele quer? Nick, você é livre, pode fazer o que quiser. Não precisa de homem!

Um braço forte me puxa, fico cara a cara com um cara muito lindo. Ele tenta me beijar mais eu afasto dando um gritinho.

- Ué?

Nego com a cabeça, mais o cara diz:

- Eu te pego até o final da festa!_ fala perto do meu ouvido.

- Dúvido!

- Eu consigo tudo que eu quero!

Dou uma risada e saio andando ao lado de Brenda indo para o banheiro. Na fila do banheiro, tento ligar para Ricardo, mais ele não atendia, acho que ele já estava dormindo.
Brenda me deixou sozinho na fila do banheiro, enquanto ela estava indo comprar mais bebida pra gente. Quando voltei, ela estava discutindo ridículamente com um cara alto, ao me aproximar pude ver quem realmente era, Ricardo.

- Brenda, o que está acontecendo aqui?_ pergunto sem graça_ Por que não me atendeu, Rick?_ pergunto olhando para ele e com um sorrisinho.

- Esse seu namorado estava aos beijos com essa vagabunda aí._ diz ela apontando para uma garota ruiva, e muito magra.

Olho para ele que não conseguia explicar nada, parecia gaguejar, mais nada saia de sua boca.

- Isso é verdade?_ perguntou a garota olhando para ele.

- Acho que sim._ digo olhando para ela que parecia mais confusa que eu.

- Cara você me falou que era solteiro, que não estava em nenhum relacionamento.

Brenda se põe do meu lado, tentado me acalmar, mais ao contrário eu estava super bem. Por que ninguém é melhor que eu!

- Ele é solteiro! Não tenho nada com esse cara.

- Nick, eu posso explicar...

Só duas coisas que são acima de mim: os helicópteros da polícia e Deus!

- Brenda, eu quero ir com vocês para Ilhabela._ olho para ele e sorriu.

Dou as costas para eles e caminho até onde o cara que havia tentado me beijar estava bebendo com seus amigos e com algumas mulheres em volta. Puxo ele e nossos lábios se tocam, seus braços se envolveram em minha cintura e minhas pernas pode até ter bambeado. Seus amigos começaram a gritar e bater palmas, mais tudo aquilo ali parecia normal.
Ao terminar o beijo o cara me olha e diz:

- Consegui!_ falou se gabando.

- Tá muito enganado, eu consegui!

Afasto-me do desconhecido, uma mistura de euforia e inquietação pulsando em meu peito. Observo o cara sorrindo, satisfeito com sua "conquista", enquanto o ambiente da boate continuava a pulsar ao meu redor. A música alta, as luzes intermitentes e as vozes animadas da multidão formavam um contraste estridente com a tempestade de emoções que rugia dentro de mim.

-O que eu acabei de fazer? - penso, perplexo comigo mesmo. A batida da música reverberava em meus ouvidos, mas meus pensamentos pareciam ainda mais ensurdecedores. Tento me afastar do turbilhão de sensações, buscando um momento de clareza em meio ao caos.

A verdade era que o beijo não era apenas um ato de vingança, mas uma tentativa de recuperar o controle, de afirmar mua autonomia diante das circunstâncias. Contudo, agora que a euforia inicial começava a diminuir, uma mistura de arrependimento e incerteza tomava conta de mim.

-Será que agi por impulso? Ou isso foi uma fuga consciente da dor que Ricardo causou? - indago-me, os olhos perdidos na multidão dançante. Sentiu o peso da confusão emocional em meu peito, enquanto as palavras não ditas entre ele e Ricardo ecoavam em sua mente.

N\A: A noite, que começara como uma fuga temporária, agora se transformava em um campo de batalha interno para Nicolas. Enquanto as luzes da boate dançavam ao seu redor, ele confrontava a complexidade de suas próprias escolhas. O desafio não era apenas lidar com a traição percebida de Ricardo, mas também confrontar seus próprios limites e entender o que realmente buscava naquele momento tumultuado de sua vida.

Querido Peão 2Onde histórias criam vida. Descubra agora