Capítulo 1

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   Não fazia mais do que 2 horas que o Lorde das Trevas tinha sido finalmente derrotado, Dumbledore aparatou em frente a casa, agora completamente destruída, dos Potter. Sentindo o cheiro de fumaça e magia negra que impregnava completamente os destroços da residência, com os olhos brilhantes examinou terminamente cada parte em procura dos seus protegidos, encontrando James e Lilian indo em seu encontro com os olhos cheios de lágrimas, cada um com um dos gêmeos em seus braços.
- Dumbledore...eles...eu não sei como...eu...- as palavras embaralhadas saiam dos lábios rosados de Lilian que balançava o pequeno Evan que chorava de maneira alta e desesperada.
- Ele simplesmente...se foi professor...só desapareceu após lançar a maldição.- James explicou de uma forma mais controlada e olhava o pequeno Harry quieto em seus braços, com os olhos tão verdes como a maldição da morte o observando.
O mais velho dos três sorriu de forma tranquilizadora para eles, conduzindo-os para longe da casa despedaçada e quase carbonizada que antes era uma bela cabana. De forma bem persuasiva os convenceu a aparatar em seu escritório em Hogwarts, é claro que ele sabia que Voldemort iria voltar, talvez mais forte e mais decidido do que antes, a profecia dizia isso e não havia como estar errada. Porém naquele momento, deveria deixar todos mais calmos e descobrir qual dos dois pequenos seria o seu Garoto de Ouro, o escolhido.
- Vejamos, me deixe olha-los, um deles, apenas um foi capaz de acabar com Tom.- a voz doce do homem soava acolhedora, e os olhos azuis brilhavam em direção aos quatros parados em sua frente.
Se aproximando dos pequenos nos braços dos pais, observou o pequeno Evan já mais calmo, os cabelos ruivos revoltos eram como fogo, os olhos castanhos escuros como o de James observavam tudo de forma atenta e eufórica, era um garotinho agitado e apontava tudo com seu dedinho, em sua bochecha havia uma pequena cicatriz em forma de um X, quase como se fosse usado algo para faze-la.
Se afastou do ruivo bagunçando mais os cabelos dele, e nem sequer olhou para o pequeno Harry, já anunciando decididamente que Evan era o menino-que-sobreviveu.
Apenas 24 horas depois e o mundo inteiro conhecia o sobrenome Potter, e claro Evan já era aclamado por toda a parte, milhares de cartazes circulavam por ai com sua cicatriz bem no meio, bruxos e bruxas bradavam músicas com seu nome, todos se esqueceram do pequeno Harry, o irmão gêmeo e completamente esquecido por todos, até mesmo pelo seus pais.
- Onde está Harry?- Sirius Black, o padrinho dos garotos perguntou para seu melhor amigo, fazia horas que via Lilian andar para lá e para cá com Evan no colo, mas não via por lugar nenhum seu filhote.
E logo Remus com um olhar duro em direção a James, trazia um miúdo embrulho resmungando de fome, não falou nada e nem ao menos se dirigiu a Padfoot enquanto se sentava e alimentava o rapazinho de 1 ano em seu colo.
Faziam 2 semanas, e mais uma vez aquilo se repetia, era como se eles não vissem mais nada além de Evan e sua fama, quase como se eles não tivessem outro filho pequeno em sua casa, e quando prestavam o mínimo de atenção em Harry, o olhar não passava de tédio e desprezo, e isso doia muito em Monny e Pads, a rejeição que aquela criança sofria dos próprios pais. Harry tinha uma cicatriz de raio, que saia de sua testa e descia pelo lado direito de seu rosto, era fina e esbranquiçada, quase não dava para ver, mas era linda, assim como seus olhos verdes como a maldição da morte, e seu belo cabelo preto levemente bagunçado, seus traços lembravam tanto James, queriam que eles percebessem isso.
- Harry vai ficar com os Dursleys.- a frase foi dita em um tom indiferente, enquanto James arrumava duas mochilas com coisas de criança, uma de Harry que claramente continha menos coisas do que a de Evan.
- O que?- completamente sem reação e sentindo a raiva tomar conta de si enquanto a ficha do que seu melhor amigo disse cai em si, Sirius bateu fortemente na mesa- VOCÊS FICARAM MALUCOS? ELES ODEIAM MAGIA, VÃO MATAR O HARRY.
- Não pode ser verdade, por favor me diz que isso não é verdade Lilian.- Remus que se sentia em choque com a falta de emoção na fala de Prongs, se pronunciou em desespero para a ruiva, que apenas o olhou e afirmou com a cabeça.
- Não é nada demais, ele seria um estorvo para Evan, olhem só esse garoto pequeno e fraco, não podemos deixa-lo perto de nós, irá estragar o nome Potter.- Lilian falou de forma enojada apontando em direção a um Harry sentado nas pernas de Remus, batendo as mãozinhas de forma fofa e rindo baixinho do som que elas faziam.
- Quem são vocês? O que fizeram com meus amigos? Vocês pelo menos estão escutando o que estão falando? Quem caralhos colocou essa idéia estúpida na cabeça de vocês?- era desesperador e doía, merlin como doía ver Prongs, seu irmão falar daquela forma de uma criança que ele tanto disse amar, a forma como Lilian, por Godin, falava e apontava para seu próprio filho, Sirius não os reconhecia por mais que olhasse horas para seus rostos, não os via ali.
- Dumbledore, e sinceramentos nós concordamos, leveremos para os Dursleys e fim de papo, é nosso filhos e nossa responsabilidade, apenas aceite Pads.- James sorriu para ele, mas esse sorriso morreu quando viu os olhos frios em sua direção.
Eles gritaram e discutiram por horas, Remus até tentou os convencer de deixar Harry com ele e Padfoot, mas nem Lilian e nem James mudaram suas decisões, foi só quando Prongs pegou Harry em seus braços e expulsou seus dois melhores amigos, berrando que nunca mais queria ve-los, que Monny desabou, os soluços de desespero eram dolorosos e implorou a eles, que Sirius teve que o puxar para seu colo e levá-lo  dali, sentindo seu coração despedaçado, cortando o último fio que existia entre ele e James, ele já não era mais o mesmo, e Sirius se recusava a ser um Potter.
Naquele mesma noite, os Potter e Dumbledore se encontravam na Rua dos Alfineiros, em frente a porta dos trouxas, com um Harry adormecido dentro de uma cesta com uma carta explicando toda a situação, Lilian sorria olhando Evan em seu colo, enquanto James colocava aquela criança que não reconhecia como seu filho, mesmo que seus rostos fossem tão parecidos, em frente a porta da casa, era uma noite fria e a lua brilhava de uma forma estranhamente mais forte do que todo os outros dias, mas nenhum deles pareceu perceber.
E nem mesmo perceberam, o homem encapuzado em cima de um telhado observando de perto aquilo, ele sabia que aquilo aconteceria, escutara a familia Potter e estudará cada passo e movimento deles durante aquele tempo, viu o pequeno Harry, ouviu as discussões e por fim decidiu o que faria. Esperou que todos eles se afastassem, e estivessem longe, observando o local, procurando câmeras ou qualquer sinal que poderia ser visto, se aproximou da cesta.
Os olhos verdes do bebê agora estavam abertos olhando para ele, os braçinhos levantaram em sua direção pedindo de forma muda colo para o desconhecido, que sorriu de forma fofa para a criança e a pegou, os dedinhos gordinhos seguraram um dos dedos do homem estendido para si, e então os dois desapareceram, deixando apenas uma cesta e uma carta para trás.

Harry (Potter) TerrienceOnde histórias criam vida. Descubra agora