14 de janeiro de 1994
— E como vai o emprego novo? — a voz de Kushina Uzumaki, sua mãe, soava animada do outro lado da linha telefônica e Naruto podia quase sentir aquela alegria toda. Sua mãe era a mulher mais animada que já conhecera na vida e Naruto admitia ter puxado toda essa energia que tinha da parte dela na genética.
— Muito bem. A clientela é bastante especial. — ouviu-se dizer enquanto terminava de beber sua caneca de café segurando-a em uma mão e com a outra o telefone na orelha direita.
Já era de praxe Kushina ligar uma vez por semana, para saber como estava o filho único querido que morava na outra cidade há duas horas de distância. Por isso, Naruto nem se deu ao trabalho de estranhar quando naquela manhã o aparelho tocou ressoando por toda a sala e o loiro de cueca e cara recém-lavada foi atendê-lo.
— Especial hein? Pode ser mais específico, querido? — perguntou e Naruto riu.
De fato, ele mesmo estava sendo específico internamente quando dissera aquilo. A imagem de Hinata e seu espírito tímido aventureiro lendo Chasing in the dark às escondidas pela loja, com seu semblante fofo e concentrado não saía da mente dele e serviu de referência para descrever os fregueses para Kushina.
— Eles são muito legais. O ambiente todo é legal. — decidiu poupá-la ao não dizer sobre a rabugice de Hiruzen.
— Ahh, certo. E quando é que você vem visitar sua pobre mãe e pai? — Naruto riu com a repentina mudança de assunto. Ela não perdia uma chance de perguntar sobre a próxima visita do filho.
— Na primavera mãe. Você sabe que as estradas ficam perigosas no inverno.
— É verdade... Bem estamos te esperando viu? Agora não vou mais me demorar, não quero te atrasar para o trabalho. — disse mais depressa dando indícios de que finalizaria a ligação. — Beijos tesouro, mamãe te ama muito.
— Também te amo mãe. — Naruto finalizou também, colocando o telefone no gancho.
Não podia negar que sentia falta de seus pais, mas sabia dessa consequência quando decidiu se mudar da pequena cidade de Konoha para morar sozinho e iniciar sua vida independente.
Talvez a única coisa da qual se arrependesse era o fato de ter escolhido um lugar relativamente longe da família. Cogitava morar um pouco mais perto deles.
Ficou pensando nessa possibilidade enquanto se arrumava para o trabalho. Uma fina garoa caía lá fora mesmo que o sol estivesse emitindo sua luz matutina no céu.
Naruto terminou de se vestir e apanhar tudo o que precisava e partiu rumo a livraria.
No caminho, não pode deixar de nutrir esperanças de que talvez Hinata estivesse o esperando, como no dia anterior.
Ele chegara sem nenhuma pretensão de vê-la, embora souberes que mais cedo ou mais tarde ela apareceria, e para sua surpresa ela já estava lá.
Devaneava considerando a possibilidade de isso acontecer novamente. Contudo, teve uma leve frustração ao perceber, quando entrou na Lellos, que Hinata não estava lá.
Realmente... As coisas acontecem mesmo só quando menos esperamos. Quando se cria expectativas, cria-se também uma chance de se frustrar.
Mas o loiro não se abalou. Pensava que ela viria mais tarde. Estranhamente se acostumara com a presença assídua dela.
Cumprimentou Shikamaru com um bater de punhos assim que o viu, e aos outros funcionários com um aceno de cabeça. Foi até a sala nos fundos colocar o uniforme e pegar Chasing in the dark, o qual ele passou a guardar dentro de seu armário.
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RomantizmUm romance súbito surge entre Naruto Uzumaki, um carismático atendente da livraria, e Hinata Hyuga, uma universitária reservada, através de um livro que acaba se tornando a principal fonte de comunicação de ambos por meio de bilhetes que deixam um p...