O meu jeito de se comportar diante dele havia mudado, abaixei minha cabeça como se pedisse permissão para algo que iria fazer, meus lábios se movimentaram e solicitaram para ele licença, seu corpo se desvio do meu e a passagem foi liberada, o caminho estava livre, mas não queria partir, sabe aquela sensação de perca, uma sensação que sempre estava presente na minha vida, só que ali foi vivido.
Tem coisas na minha vida que me deixavam confusos, como se tudo o que eu tentasse fazer desse errado, era como se tudo o que tocasse ia ser automaticamente infectado pelo meu azar, o meu medo dominava meu corpo, não queria que a faculdade fosse esse tipo de coisas, estava atento para não cometer nenhum erro.
A professora observava todo aquele constrangimento, como se fosse uma telenovela mexicana, com drama por todas as partes
— Página trinta e cinco, Sr.? A face dela me perguntava algo, mas não tinha focado em sua pergunta, a ideia dele ainda estava presente... Página trinca e cinco, Sr.? Repetiu ela.
— Me desculpa, pode me chamar de Rafael! Garanti dizer alto o suficiente para que ele possa ter escutado o meu nome também, mas pela expressão em seu rosto, ela não tinha gostado de nenhum pouco dessa minha ideia idiota.
— Sente-se então Sr. Rafael, para que possamos continuar a aula, ela retomou a sua explicação sobre o qual seria os próximos passos para as futuras aulas, como se determinasse qual o objetivo das suas aulas, os conteúdos entre outras coisas.
Enquanto a sala ouvia atentamente a sua explicação, procurei um lugar para onde meu corpo seria estabilizado durante as aulas, minhas opções não eram muitas, havia apenas duas, uma carteira ao lado de uma menina de cabelos longos pretos, com a caneta na boca que lhe dava um ar de nerd, e sua expressão quando cheguei mais perto, foi como se ela soubesse que eu iria atrapalhar enquanto ela tentasse focar na aula, a última opção era uma perto da janela, era uma boa localização, apesar de ser no fundo da sala, poderia ver o que acontecia lá fora caso a aula estivesse entediante.
Não esperava que alguém falasse comigo, era meu primeiro dia aula, a sala já tinha certo entrosamento, mas fui recebido apenas com alguns acenos de cabeças e nenhuma palavra, a não ser pela professora que tinha chamado minha atenção, e com certeza não era uma coisa que tinha que me orgulhar, definitivamente fazer faculdade não era uma coisa completamente diferente, eles não se importavam com você, nem os professores, nem os alunos, parecia uma competição por algo que nem existia, estranhei à primeira vista, talvez porque fosse o novato.
Minuto a minuto, e ele retornou a aula, com alguns papeis na mão, os entregou para a professora que explicava algo do tipo da medidas das maquetes, quando voltou atenção para a sala, era claro que seus olhos estavam à procura de alguém, me senti esquisito quando a direção que ele fitava era a minha, logo apareceu um sorriso brilhou em seus olhos, o restante da turma notou a sua empolgação ao meu ver, e o meu primeiro constrangimento na faculdade tinha acontecido, e por incrível que parece não tinha achado tão ruim, eu sabia que iria passar por esses momentos, mas pensei que seria bem pior.
— Sr. Pedro, pode se sentar já! A sala inteira deu um riso acanhado, a professora ficou parada enquanto ele se dirigia para o seu lugar, ao lado de uma loira de cabelos longos e loiros, era como se a Rapunzel fizesse faculdade, as madeixas da moça passavam um pouco da polpa da sua bunda.
E o jeito que ele moveu sua boca para conversar com ela percebia-se que eram amigos, e mesmo não entendendo o que eles diziam, percebi que olhares estavam se direcionando a mim, como queria saber ler lábios, assim a curiosidade não iria me consumir.
— Já chega Pedro e Amanda, podem compartilhar com a turma o motivo de tantos risos? A sala ficou em silêncio mortal imediatamente, a pessoa na frente da sala, soou como se a morte estivesse presente no local, e pedisse respeito, o medo se instaurou naquele lugar, ambos os dois que riam segundos atrás, ficaram paralisado como estátuas, foi engraçado vê-los naquela situação, não podia negar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Garotos (Romance gay)
Teen FictionQuando dizer que o amor lhe faz bem, provavelmente mentiram sobre um monte de coisas, Rafael vai descobrir isso quando se apaixonar por um Cafajeste. Autor: Will Noah @iamwillnoah