A cena do quarto sozinho sem ele não saia da minha cabeça, ficar sem ele por perto me causava uma dor que nunca mais esperava sentir, foi parecido com a perda de meus pais, não conseguia assimilar as coisas com precisão, queria pelo menos uma vez que fossem um casal perfeito, igual aos dos filmes de romance, mas a felicidade dependia somente de mim, e aquilo me cansava as vezes, como se não tivesse motivos para sorrir.
Fazia mais de uma semana que ele não aparecia em casa, em alguns momentos na madrugada pensava ter ouvido alguém na porta, mas era somente a minha idealização brincando com os meus sentidos, não saber por onde ele andava o que ele estava fazendo, aquilo estava me deixando sufocado, como se estivesse nadando contra uma maré que nunca acabava, viver naquilo estava me deixando depressivo, por mais que não gostasse da maneira como ele me tratava, estar perto dele ainda me deixava feliz.
Os dias mesmo ensolarados, mesmo com todo mundo sendo feliz ao meu redor, aquilo só me colocava mais para baixo, e para piorar a minha situação, comecei a ver um filme de romance ao qual tudo no final dava certo e o casal por mais problemas que passassem ainda eram felizes no final.
Mas o destino não era meu parceiro ideal, como se eu tivesse feito algo de muito errado no passado, mas não me recordava de ter magoado ninguém, será que tinha sido uma pessoa terrível em outra vida, talvez um assassino ou quem sabe pior, esse era o único motivo de aquilo estar acontecendo.
Sem dinheiro para quase nada, e com pouco estoque de comida armazenado, não sabia como prosseguir, no final das contas ele sempre vinha com aquele mal humor todo e me resgatava de qualquer buraco que tinha eu tinha me enfiado, e quanto mais tempo passava mais acreditava naquilo.
Estar naquele lugar vazio, sem ninguém estava colocando para baixo, meu único momento de um pouco de prazer, era ir para faculdade, depois de uns dias estudando lá peguei mais ou menos o jeito que as coisas funcionavam, como em todos os colégio, a faculdade era somente mais um centro de alunos bem divididos, cada um andava com a turma com qual sua personalidade era parecida, havia claro alguns que transitavam por ambos os grupos, os populares, mas isso não me atingia muito, pois o meu lado popular não era visto a mais de uma semana, por onde será que Biel andava, será que tinha lhe acontecido alguma coisa, pensei em várias vez perguntar para as pessoas que sentavam com ele, perguntar se tinha acontecido alguma coisa com ele, mas logo me vinha a cabeça que quando ele voltasse, não gostaria de saber que eu estava perguntando sobre ele, até porque a sua galera iria estranhar, o que uma pessoa como eu estava perguntando sobre Biel.
Nunca fui atrás de saber quem ele era, ou o que ele fazia, ele não me deixava perguntar quase nada, era como se ele fosse um fantasma, mas um fantasma somente para mim.
Quando estava indo para a biblioteca em um dia na faculdade pensei ter ouvido alguém fala sobre ele, mas na realidade era uma conversa totalmente diferente, outra vez pensei em ter visto ele caminhando para o banheiro, mas era um aluno com seu mesmo porte físico, a realidade estava me torturando, não saber onde ele estava me consumia tanto.
Nesses vários pensamentos existentes, tomei uma decisão não podia viver esperando que ele me bancasse a vida toda, tinha que tomar uma providência, precisava cuidar mais de mim e da minha vida, ter planos futuros, saber o que quero e ir em direção a isso, estava cansado de ser dependente dele, não queria mais ter esse peso nas minhas costas, tinha que ter a minha liberdade.
Ele não atendia as minhas ligações, e nem respondia as minhas mensagens, era como se ele estivesse me evitando, será que a nossa última vez não tinha sido boa o suficiente para ele, depois de um tempo comecei a me culpar pelo seu sumiço.
Já que ele não estava por perto, tinha tomado a decisão de cuidar da minha vida, com ou sem ele, mas confesso que com ele seria bem mais interessante, mesmo sem as coisas normais de um casal, eu acho que consigo me adaptar sem ele por perto, era tudo o que podia fazer, fortalecer as raízes e seguir em frente.
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Garotos (Romance gay)
Teen FictionQuando dizer que o amor lhe faz bem, provavelmente mentiram sobre um monte de coisas, Rafael vai descobrir isso quando se apaixonar por um Cafajeste. Autor: Will Noah @iamwillnoah