Garotos (Romance gay)

Capítulo Sete

A noite parecia não ter fim, a ansiedade dominava o meu corpo, minha mente vagava pela liberdade de um sonho estar sendo realizado, nunca fui de possuir nada em minha vida, tanto material quanto emocional, sempre fui privado de coisas que eram minhas por direito, e saber que talvez uma dessa coisas poderiam realmente acontecer, me deixava extasiado.

Mesmo de frente para a TV desligada, via meu futuro rodando na imagem negra que estava a minha vista, o quanto mudaria, o que o futuro me reservava, o que podia acontecer, hipóteses e mais hipóteses andaram se perpetuando no meu cérebro como se fosse um alojamento para sonhos.

Uma nova etapa surgia bem diante de mim, não sei se seria capaz de lidar com tudo o que viria pela frente, mas estava disposto a encarar o viesse, e não desistir por nada e ninguém.

Depois de várias xícaras de chocolate quente e várias unhas roídas, o sol resolveu aparecer, e foi a primeira vez que vi o sol nascendo, não tinha muito esse tipo de visão, sempre acordava com ele em todo o seu esplendor no céu, mas nesse dia a única coisa que conseguia pensar era em dar início a essa nova fase da minha vida, que estava preste a se iniciar.

Não queria que Biel mudasse de ideia com relação ao meu pedido, e assim que tive a chance fui para a faculdade onde o mesmo estudava, para ver quais eram os procedimentos necessários para matrícula, e qual o curso que tinham mais a ver comigo, depois de muito papo com a direção, e esclarecer muitas dúvidas, e curso definido, meio que andei saltitando para casa, como um corsa indo para uma área campestre.

— Alô! Mesmo não percebendo quem tinha ligado, saiu uma respiração abafada, e sua voz ecoando pela saída de som do telefone.

— Onde você está cacete? A pergunta dele sempre saia com a tonalidade agressiva, como se sempre ele quisesse bater em alguém, ou estivesse zangado com algum vendedor de telemarketing. Na verdade, não tinha importância para mim, mesmo ele agindo daquela forma, aquele dia estava especial demais para ligar para as variações de humor dele.

— Estava na faculdade, conversei com a direção sobre a matrícula e tirei algumas dúvidas de alguns cursos que eram do meu interesse, e estava resolvendo algumas questões da papelada, não quero mais perder tempo.... As palavras continham um riso de felicidade como se tivesse ganhado na loteria, na verdade minha atitude naquela manhã tinha mudado, sabe quando você sente que algo bom está no seu caminho, logo em frente, essa era a sensação que me dominava no momento.

Ouvi alguns grunhidos vindo do outro lado de telefone, como se ele quisesse falar algo, mas sempre era interrompido por mim, não conseguia controlar os meus sentimentos.

— Perfeito! A única palavra que ele expressou, uma insinuação que não cogitei naquele instante, mas estava certo que ele não estava feliz, algo tinha acontecido com ele, sempre que suas visitas eram repentinas, tudo caminhava para o errado.

— Mais e você está aonde? Já que tinha acontecido algo, queria saber onde ele estava, queria ver se estava tudo bem com ele, mesmo ele agindo da maneira grossa e em forma de ogro, me preocupava bastante, porquê sempre ele cuidava de mim de um jeito estranho, mas mesmo assim me sentia seguro quando estava por perto, até porque sentia que perto dele eu me tornava invencível.

— Estou chegando no trabalho, dei uma passada no apartamento para me distrair um pouco.... Sabia que essa distração envolvia puxão de cabelo, tapa na poupa da bunda e fortes estocadas.... Mas você não estava lá imaginei que tinha ido mesmo a faculdade, e como foram as coisas por lá? Quando inicia o seu curso?

A coisa mais estranha era que no final das contas ele estava prestando atenção em mim, seus questionamentos só alimentavam minha alegria, ele queria saber sobre mim e aquilo me deixava mais iludido ainda, porque quando mais ele se interessasse na minha vida fora de quatro parede, mas o sonho de sermos um belo casal crescia dentro fogosamente dentro de meu ser.