Cap 35 - descoberta parte 2

810 92 59
                                    

- Você nem mesmo parece um advogado!
Talvez eu deva procurar alguém mais
profissional! - A outra debochou.
A outra. Bianca. Devia ser ela. Tinha que
ser ela.

................

- Vocês o quê?

- Encontramos! Nós a encontramos!
A autora da ligação misteriosa! Eu sei
onde você pode encontrá-la! - A voz do
irmão vinha animada pelo alto-falante do
telefone e combinava com as batidas de
coração de Marília, que pulava com uma
esperança empolgante.

- E o que está esperando, dê-me o
endereço! - Marília mandou, ansiosa.

- Ouça - parou um instante para respirar

- Nós a seguimos até certo ponto hoje, eu
sei para onde ela foi, mas não posso tocar
nela, não tenho uma acusação formal...
Então, você terá que se virar...

- Certo. Certo - rebateu com impaciência.
Resolveria isso hoje, mesmo que tivesse
que arrastar a tal mulher pelos cabelos até
Maiara e a obrigasse a contar a verdade
para ela.

- Há um evento acontecendo, de um grupo
de advocacia...

Marília arregalou os olhos, sem ar, o
coração deu uma guinada na batida,
ela olhou rapidamente para a fachada
do prédio, onde um banner balançava
tristemente com a brisa noturna.

- O Grupo Barcelos?

-Sim, este mesmo!

- Você está de brincadeira...

- O quê?

- Eu estou saindo dele agora mesmo... - Ela
mal podia acreditar.

- Então volte agora mesmo, minha irmã!
A mulher refugiou-se nessa festa, eu
garanto!

- Deus! Obrigada, realmente obrigada -
Marília não conseguia conter o sorriso de
satisfação.

- É para isto que serve a família, não é? -
A risada do irmão soou fraca e metálica
no telefone - Vá resolver sua vida, irmã.
Eu tenho que ir, uma ocorrência grave,
acabei de receber a informação...

- Certo! Obrigada - Ela repetiu, extasiada

- Não o atrapalharei mais! Eu te mando
notícias!

- Promete? - Mas a pergunta saiu irônica
e Sanunca a respondeu, encerrou a
ligação, guardou o aparelho na bolsa e
correu de volta para a festa.

Marília voltou à entrada da festa,
correndo e derrapou nas pedrinhas
quando encontrou Maiara bem no
meio do caminho, pálida, com os lábios
esbranquiçados, apoiada à parede alta.
Ela a viu e trocaram um olhar prolongado,
parecia fraca, parecia pedir colo, se
adiantou, estranhando encontrá-la assim,
tão vulnerável, Maiara parecia prestes a
chorar, ela estendeu os braços para frente,
na direção dela, tentou dar três passos,
mas suas pernas fraquejaram, Marília
arregalou os olhos, abismada quando
os olhos lindos dela reviraram e ela
despencou em direção ao chão.

- Maiara! - Num movimento rápido, a
amparou nos braços antes que ela caísse
de fato na pedra - Maiara? Mai? Olhos
lindos?-Mas, ela não respondeu, apenas
continuou mole em seu abraço, com a
cabeça pendendo pra trás e os braços
balançando.

- Deus do Céu!

- O que está acontecendo?
Olhou para cima, fernando estava
parado bem perto de onde estavam, na
companhia de uma mulher que Marília
nunca vira na vida, ela se afastou aos
poucos, escondendo-se nas sombras,
era realmente bem bonita, mas não lhe
chamou muita atenção, tudo o que lhe
importava agora era tirar Maiara dali,
levá-la ao médico mais próximo. Reuniu
suas forças, não para trazê-la no colo,
mas sim para afastar-se de fernando sem
desfigurar-lhe a cara.

A professora >>Mailila [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora