Cap 32 - peça

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Marília levou Maiara até um banheiro nos
fundos do salão e tratou de pendurar a
placa de interditado no local. Puxou-a
para dentro sem a menor delicadeza.
Iria arrepender-se de cada atitude bruta e
intimidadora que estava tendo agora, mas
só depois. Agora não conseguia pensar.
Tinha ido aquela festa na intenção de
encontrar Maiara e convencê-la a ouvi-la,
mas ao chegar lá e deparar-se com as
mãos de Fernando em volta da cintura da
sua mulher despertou o animal primitivo
dentro de si.

Trancou a porta do banheiro quase com
violência e depois a olhou.

- O que está fazendo Marília, por que me
trouxe...-Marília a interrompeu.

Simplesmente colou os lábios aos dela,
fechando os braços em torno da sua
cintura, com os braços presos entre os
dela sem que pudesse reagir. Foi um
beijo tenso. De dor e desespero, mas
ela correspondeu como se estivesse
alucinada.

Quando o beijo terminou Maiara estava
tonta, ofegante e furiosa.

- O que está fazendo? Acha mesmo que
pode me arrastar até aqui deste jeito?-Marília estava tão furiosa quanto ela.

- Sim. Não só acho como fiz.

- Sua...sua...você é uma bruta. Uma
mulher das cavernas Marília Mendonça.-Marília sorriu, mas não havia diversão em seu sorriso.

Os olhos de Marília soltavam faíscas de
ódio. Sabia que estava sendo rude com ela
e não era essa sua intenção inicial, mas
agora que tinha começado não conseguia
mais parar.

- Aproveite seu Neanderthal Maiara.

Havia loucura e desejo em seus olhos
quando a prensou contra a parede num
gesto de puro domínio.

Maiara tremeu quando ela prendeu suas
mãos no alto da cabeça impedindo-a de se
mover.

Não tremeu de medo e sim de excitação.
Maiara ficava fora de si apenas com a
mínima proximidade da loira e ela estava
muito, muito perto.

Marília queria falar, dizer que a amava e
que estava louca de ciúmes, mas em vez
de palavras o que saiu de si foi ação. A
beijou com uma determinação tão grande
que a fez amolecer.

Maiara estava determinada a ditar ela
mesma os passos de sua própria vida, por
isso debateu-se contra ela quando o beijo
foi ficando mais suave.

Era uma guerra de gênios ali, e Marília não
estava nem um pouco disposta a perder.

Impôs toda sua força para paralisá-la,
mas sabia que não poderia continuar
acariciando-a enquanto ela debatesse
como uma onça brava. Por isso soltou-a e
se afastou.

Maiara respirou fundo, de decepção. No
fundo queria aquilo mais que tudo, mas
seus olhos arregalaram quando olhou os
movimentos que ela fazia com as mãos.

Marília acabara de tirar o cinto que
envolvia sua cintura por cima do vestido.

- O que... O que está fazendo? - balbuciou
enquanto ela caminhava em sua direção
com a tira de couro dobrada nas mãos.

Em seu intimo Maiara sabia que ela
jamais a machucaria, mas Marília estava tão
transtornada que ela temeu.

- Com medo de ganhar umas boas
palmadas Maiara? Você tem sido uma
menina muito má sabia?

- O que pensa...Marília... afaste-se.-Disse tremendo mais a cada passo que ela.dava adiante.

Marília divertiu-se com o medo dela,
embora no fundo, se sentisse um pouco
ofendida por ela crer na possibilidade
de ela machucá-la. Mas sabia que estava
agindo como uma maluca e resolveu tirar
proveito da situação.

A professora >>Mailila [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora