Cap 30 - Largue - a

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O grupo Barcelos era um dos maiores
grupos de advocacia do mundo. Estavam
habilitando um empresarial de luxo em
Londres e contratando jovens advogados
promissores.

Maiara almejava ser parte deste grupo.
Por isso, e só por isso iria aquela festa.
Sorriria para as câmeras e fingiria estar
tudo bem. O fundador do Grupo era uma
lenda. Conseguira firmar-se como um dos
maiores nomes do direito com apenas
36 anos e era reconhecido por ser um
homem inteiramente da lei. Implacável
dentro e fora dos tribunais.

Mas Sr Barcelos não compareceria a
festa de sua empresa. Sua esposa estava
prestes a dar a Luz e sua reputação como
pai de família era ainda maior do que
a de Advogado. Em seu lugar estava
o irreverente e igualmente brilhante
Ricardo Barcelos, seu irmão mais novo.
Este seguia os passos do irmão e estava
indo muito bem. Ricardo estava liderando
as contratações do grupo e como estaria
pessoalmente no baile, seria uma chance e
tanto para Maiara.

Ela passeava pelo salão no meio de
pessoas importantíssimas. Deveria
estar empolgada. Em menos de meia
hora, seu chefe Vicente Pires, já a tinha
apresentado aos maiores figurões da
Advocacia mundial, entre eles o próprio
Ricardo Barcelos, que garantiu estar
impressionado com o talento dela e
prometeu levar seu nome até o irmão,
afim de contratá-la.

Maiara praticamente garantira o contrato
que mudaria sua vida, seu nome e sua
carreira, mas isto não estava importando.
A verdade é que não conseguia tirar Marília
da cabeça. Sempre que se lembrava dela
seu coração acelerava. Era impossível
esquecer tudo o que havia desfrutado em
sua companhia. Com Marília conhecera o
real significado da palavra prazer.

Aprendeu tudo sobre o próprio corpo e
como alimentá-lo. Neste instante baixou
a cabeça lembrando-se do dia em que
se tocara ao telefone e em como Marília
a fizera repetir os movimentos na sua
frente numa das vezes em que fizeram
amor. Não havia limites com ela. Tudo era
extremo.

As mãos de Marília a levavam a loucura,
os beijos dela tiravam sua sanidade. Ela
estava desesperada. Desesperada de
paixão, de desejo, de saudade, de amor.

Chegara várias vezes a quase desistir do
orgulho e perdoá-la. Aceitá-la do jeito
que fosse, com ou sem amantes. Mas seus
princípios não aceitavam tal humilhação.
Mas de qualquer forma ela estava
dilacerada.

A taça de champagne nas mãos estava
intocada. Tudo fazia lembrar aquela
maldita loira e sua arte de amar.

Lembrou-se do cassino e do champagne
enquanto ela sugava cada ponto sensível
do seu corpo.

Seu estomago se revirou com uma
pontada de cólica. Maldita menstruação!
Maiara quase derrubou a taça de
champagne quando sentiu uma mão em
seu ombro. Virou-se rapidamente para
dar de cara com Fernando.

- Está linda - ele disse sem lhe dar chance
de dizer qualquer coisa.

Ela suspirou e agradeceu baixo.

- Gostaria de dançar comigo Mai?

Se tudo isto estivesse acontecendo três
meses antes, sim ela adoraria. Fernando
estava muito bonito em seu terno italiano.
Mas agora ela não sentia a menor vontade
de ficar perto dele.

Seu estomago revirou em uma cólica
violenta e ela sentiu um bolo ser formado
em sua garganta. Não bebera, mas
sentia-se enjoada. O perfume Francês que
Fernando usava era totalmente detestável
as suas narinas.

Maiara nunca imaginou que uma dança
pudesse durar tanto tempo. Tudo o que
queria era soltar-se daquele homem e ir
embora para casa chorar sua dor sozinha.

Maldita Maríliaque não saía da sua cabeça
nem do seu coração.

Podia ouvir a voz rouca e sarcástica,
podia sentir seu cheiro. Era como se
ela estivesse ali, bem perto dela. Estava
definitivamente ficando louca. Ou não?

- Tire as mãos de cima dela antes que
perca os dedos.-A voz rouca de Marília realmente ecoara naquele salão. De maneira seca e ameaçadora, mas era ela.

Vestida num imponente vestido
preto, feito sobre medida, moldado
perfeitamente com o corpo generoso que
ela tinha. Os cabelos loiros tinham um
tom mais escuro, pois estavam molhados
e bem penteados.

Perfeição, era a palavra que ela usaria
para a imagem que viu. Se não estivesse
tonta demais com a situação.

Sem chamar a atenção dos convidados,
Fernando parou a dança e virou-se para
ela, ainda segurando Maiara pela cintura.
Estava atordoada demais para se soltar.

- Acho que tem problema de audição
Fernando, então vou repetir. Tire as patas
sujas de cima da minha mulher, ou eu irei
arrancar seus dedos um a um com meus
próprios dentes. E talvez eu queira levar
seus dentes como bônus também.

Fernando recuou. Aprendera de maneira
bastante dolorosa que Marília não era
mulher de promessas vãs, mas ainda
assim, sentindo-se seguro pela multidão
que os cercava, ele empinou o queixo.

- Pedi a dama educadamente que me
cedesse uma dança e ela aceitou, não
estou fazendo nada de errado.-Marília aproximou-se mais e Maiara sentiu as pernas fraquejarem sob o olhar assassino que ela tinha.

- Você ter nascido foi o grande erro
Fernando, agora quanto a sua educação,
estou pouco me lixando para como você
pediu e como ela aceitou. Quando a
mulher é minha a permissão quem dá sou
eu. E eu não me lembro de ter lhe deixado
tocar na minha mulher. Agora vou repetir
uma ultima vez. Largue-a.

- Você pode ser bruta Medonça, mas não
teria coragem de...-Fernando não terminou a frase, pois neste momento sua boca estava tentando abafar um gemido de dor causado pela torção que Marília deu em sua mão. A loira havia puxado a mão que Fernando segurava acintura de Maiara e torcido para trás.



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Desculpe-me por qualquer erro ortográfico 💕

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A professora >>Mailila [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora