Cap 40 - não deixe a minha mulher morrer...

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Marília P.O.V

Perdida. Completamente perdida, sem
rumo e com uma dor imensa no peito. Era
assim que se sentia.

As lágrimas caiam em meio às gotas do
chuveiro que desciam por seu corpo.

Nos últimos dias ela perdera a conta de
quantas vezes aquela cena se repetira.
Dias. 5 dias pra ser exata.

5 dias se passara desde aquela noite.
5 dias em que ela buscava respostas,
buscava esperança. - Sua cabeça rodava,
o cansaço das noites em claro se faziam
presentes em seu corpo.

"Mas por que? Por quê?! Logo agora, que
tudo estava perfeito... - dizia perdida.
Terminou seu banho, colocou uma blusa
qualquer, vestiu uma calça de moletom e
desceu para comer alguma coisa.

Sentou-se no sofá lembrando de tudo
que passaram ali. Lembrava-se de cada
segundo que passara naquela casa, que
passara ao lado dela. Todas as noites
em que Maiara a arrastava para lá para
assistirem alguma bobagem na TV ou
brincar um pouco no quarto. Todas as
manhãs em que ela a acordava para ver o
nascer do sol. Todas as tardes em que elas
saiam para andar por ai, sem rumo. Para
onde foi tudo isso, toda essa vontade de
viver?

Flashback on

-" Precisamos de oxigênio, rápido" -exclamava o bombeiro saindo da casa as pressas.

-"A paciente encontra-se sem consciência,
perdendo muito sangue e a princípio com
uma pancada na cabeça". - detalhava o
rapaz ao chefe do corpo de bombeiros.

-"Levem-na a ambulância, urgente"

As imagens que tinha de Maiara lhe fizeram
corroer por dentro. Seu rosto delicado
coberto de sangue e resquícios de fumaça.
Suas roupas sujas e rasgadas em alguns
lugares. Sua pele macia que agora estava
composta por ferimentos. Seus lábios que
ela tanto amava, com pequenos cortes. E
em sua mão a aliança que lhe dera dias
atrás. - Analisava imóvel.

Não conseguia reagir.

Já tinha ouvido falar que algumas
pessoas, quando colocadas em situações
de desespero profundo, simplesmente
paralisam, mas jamais imaginou que
poderia viver isso algum dia.

Paralisada, em estado de choque, era
assim que se estava naquele momento.
Assistir a cena da mulher que amava a
beira da morte era no mínimo a pior cena
que já havia visto na vida.

Quando sentiu lauana ampara-la,
levando-a ao carro, seguindo a ambulância
que partiu em disparada em direção ao
hospital.

-"Me desculpe senhora, peço que aguarde
na salada de espera, a entrada não é
permitida" - dizia a enfermeira.

-"Deus só pode estar de brincadeira comigo
hoje, não é possível que todos só tenham
isso a me dizer! É a minha mulher e meu
filho que estão aí dentro!" - Gritava para a
mulher a sua frente.

-"Sinto muito, senhora. Peço que aguarde,
a paciente já está sendo atendida pelo
Doutor João" - Falava na tentativa falha de
me acalmar.

30 minutos.... 1 hora... Se passara e nada,
nenhuma notícia dela.

A movimentação no hospital era tranquila
aquela noite, apesar das suas inúmeras
voltas pelo corredor de um lado para
outro, o lugar estava parcialmente calmo,
somente com algumas pessoas aguardando
sentadas a receberem atendimento.

-"Acompanhantes da paciente Maiara
Carla Henrique Pereira"- disse o doutor saindo da
sala.

-"Sim, me chamo Marília Mendonça, sou a
noiva dela, como ela está? E meu filho?" -falou em agonia esperando por respostas.

A professora >>Mailila [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora