Capítulo 3

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Victorio Vacchiano

Cazzo, eu posso até ser um desgraçado, um assassino, mas me casar é um puta castigo. Falta apenas dois dias para o bendito casamento, hoje a noite vai haver um jantar de noivado, na qual pretendo não comparecer, não ligo se meu pai brigará comigo, ou se minha mãe enfiará a adaga no meu peito, mas tenho apenas mais dois dias de liberdade e pretendo muito bem aproveitar.

Vou até uma das casas de prostituição da minha família, buscando alívio rápido, mesmo depois do sexo meu corpo continua tenso, olho para o relógio que marca onze da noite, está na hora de voltar para casa.

Pego meu carro, uma Bugatti La Voiture Noire e ando em alta velocidade, não há com o que me importar, minha família manda em tudo na Itália, que qualquer um pense em me dar uma multa para ver o que eu faço com o pescoço deles. Chegando em casa vejo que o maldito jantar já acabou, tento andar devagar para que ninguém perceba que eu cheguei, a poucos passos do meu quarto sinto uma movimentação atrás de mim, me viro bruscamente encontrando minhas irmãs e minha mãe.

-Você é um desgraçado irmão, que ideia mais ridícula é essa de não estar presente no jantar do seu noivado! -Caterina grita, a cada palavra que sai de sua boca, seu rosto vai ficando vermelho de ódio.

-Você iria gostar se uma de nós estivéssemos noivas. -Georgia aponta para ela e para Caterina. - E o nosso noivo não desse a cara, porque está na porra de uma casa de prostituta, eu arrancaria seu pau, seu desgraçado.

-Calma, calma. Para que tanta raiva? Não foi com vocês, e tenho apenas dois dias para aproveitar a minha liberdade, e eu não pretendia fazer isso em um jantar de noivado, com uma mulher que eu não me interesso nenhum pouco. - entro no quarto e as mulheres da minha vida me seguem, sei que passei dos limites, mas não é para tanto. - Só faltei a um jantar, não quer dizer que não aparecerei no casamento.

-Seu filho da puta, a questão é que a menina veio aqui com seus pais e sua irmã, achando que conheceriam o futuro marido dela, mas não o safado não dá nem as caras. A menina não teve onde enfiar a cara, quando dissemos que não sabíamos onde o desgraçado do meu filho se encontrava. -Minha mãe emana ódio depois de suas palavras.

-Mama a senhora não é uma puta. -tento soar engraçado, mas os três pares de olhos que me encaram não acham nenhuma graça.

-Você seu desgraçado, fez questão de humilhar Francesca no jantar ao não comparecer, a menina parece mais uma princesa de tão linda, mas pode ter certeza, ela sabe manusear uma faca como ninguém, e eu espero de coração que ela enfie uma faca no seu pau. -Nunca vi Georgia com tanto ódio, e pelas suas palavras percebo que não deveria ter feito isso, e que realmente foi uma mancada, mas não sei se me arrependo completamente do que eu fiz.

-Isso porque não é vocês no meu lugar, vocês não sabem como é ser obrigado a casar. - Começo a tirar a blusa para me preparar para dormir.

-Eu acho seu filho da puta, que eu sei bem o que é isso! Caso não lembre eu me casei com o seu pai, de casamento arranjado, e pode ter certeza de que eu sei bem como é estar no lugar de Francesca, e eu não te criei para fazer algo tão ridículo como isso! -Mama me olha com uma cara de frustração, apesar de eu não ser nada sentimental, quando as mulheres da minha vida falavam algo eu escutava, e se precisar me ajoelharia por perdão.

-Mama, e bambinas eu peço perdão pelo que fiz. - tento fazer minhas palavras soarem mais arrependidas possíveis.

-A questão não é a gente bambino. - Caterina aponta para cada um de nós. -A questão é o que você fez com uma mulher que é tão vítima quanto você, apesar de tudo, você poderia escolher outra mulher, ou não se casar, é claro que afetaria a Cosa Nostra, mas você poderia escolher. Mas já Francesca não, ela cresceu escutando que teria que se casar com alguém que nem conhece, mas diferente de você ela não poderia escolher, ela teria que aceitar quem o papa dela escolhesse.

As palavras de Caterina são igual facas em meu peito, quando resolvi não participar do jantar, pensei apenas em mim, não havia pensado em nenhum momento na mulher com quem eu me casaria.

-Espero que ao menos você a trate com respeito figlio, porque depois do que você fez hoje, passei a duvidar. -Mama fala saindo do meu quarto, sem ter a coragem de me olhar nos olhos, minhas irmãs fazem o mesmo, mas no rosto de cada uma pude ver a decepção que emanava delas.

Assim que elas saem caio na cama, mas que porra, porque eu fui agir de modo tão infantil. Agora as mulheres da minha vida, me acham um completo babaca indigno de qualquer mulher. -Cazzo.

O Mafioso Vacchiano.Onde histórias criam vida. Descubra agora