Capítulo 4

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Francesca Grahovac

O jantar foi pior do que imaginava, apesar de qualquer situação que eu imaginei que poderia acontecer, que Victorio fosse me odiar, fosse me tratar mal, não olharia para minha cara...o que ele fez foi como se ele tivesse jogado adagas em meu peito, não apareceu para o jantar de noivado, por mais que eu soubesse que nós dois estávamos sendo obrigados a nos casar, não imaginei que ele seria tão infantil a esse ponto, me humilhar na frente de todos!

-Aquele desgraçado, quem ele pensa que é para fazer isso com a minha preciosa, a se eu encontrar ele é capaz que eu dê um tiro no meio de sua testa, e não me importa se isso gerará uma guerra. -Meu pai não parou de xingar, planejar a morte de Victorio desde que saímos do jantar. Meus pais e minha irmã me olhavam com receio de que eu fosse explodir a qualquer momento, por mais que eu quisesse, fingiria que o que aconteceu não me atingiu de nenhuma forma, mesmo que para isso eu precisasse mentir para todos e até mesmo para mim.

Dois dias depois

Chegou o dia do casamento, assim como já era de se esperar o casamento seria no território da Itália, com boa parte dos convidados de Cosa Nostra, havia algumas pessoas da minha família que não podíamos deixar de fora, mas tirando isso, a festa parecia do noivo e não minha.

Faltava apenas umas 3 horas para o casamento e as preparações estavam à todo vapor, tanto na área externa com as decorações, quanto no quarto onde eu estava me arrumando que se encontrava na casa do meu futuro marido, aquele desgraçado. Todos andavam de um lado para o outro, fazendo minha maquiagem, meu cabelo.

-Bambina, você tem sorte de se casar com o mais velho e gostosão do Vacchiano. - Enrico meu maquiador fala, me fazendo cair na gargalhada, ele em nenhum momento parou de fazer comentários do tipo, que homem gostoso, eu beijaria cada pedacinho desse corpo...

-Obrigada Enrico, sou muito sortuda mesmo. - Falo tentando não transparecer a mentira que sai da minha boca, por mais que eu queira xingar o Victorio de todo tipo de nome, não posso deixar que os outros percebam que nosso relacionamento não é bom, todos devem achar que é um casamento feliz de ambos os lados, por isso meu lado atriz ganha espaço. Sinto uma enorme vontade de escrever em meu diário, adoro escrever em momentos de pressão, raiva ou qualquer outro sentimento, por isso invento uma desculpa para as pessoas em meu quarto, dizendo que preciso falar algo com minha irmã e saio rapidinho do quarto.

A casa é enorme em todos os sentidos, tudo de muito bom gosto, e sem dúvidas qualquer um percebe que dinheiro não é um problema para Cosa Nostra, visto que tudo que há na casa é de grife. Tento me lembrar onde havia deixado minha bolsa com o diário, no calor do momento acabei esquecendo de lavar para o meu quarto. Enquanto ando pelos corredores orando para não me perder, acabo escutando alguns barulhos do que parece ser um casal se pegando, literalmente! Por alguns segundos decido apenas ignorar os barulhos e voltar a procurar minha bolsa, mas algo me chama atenção, a voz do homem não me é estranha, uma voz que emana autoridade em cada sílaba, a voz meio rouca que faz os pelos do meu corpo se arrepiarem.

Decido então procurar pelas vozes, até que encontro um quarto onde a porta está levemente encostada, mas dá para enxergar o que está acontecendo lá dentro, ao me aproximar da porta, vejo uma mulher de cabelos loiros, com um vestido vermelho que se encontra no quadril, e então minha atenção é voltada para o homem, que possui um cabelo preto, tem uma barba, seu corpo sarado, com vários gomos na barriga, até que meus olhos observam os olhos dele, que mesmo não olhando para mim, consigo ver o tom dele, um azul, então minha ficha cai, aquele é Victorio, sem pensar duas vezes entro no quarto.

-Mas que porra é essa? - Em segundos pego minha adaga que se encontra na minha perna, e coloco no pescoço de Victorio.

O Mafioso Vacchiano.Onde histórias criam vida. Descubra agora