sweet creature

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ROSEANNE PARK

O cheiro de hospital nunca tinha sido tão reconfortante. Entrar lá tinha sido difícil, com todos os repórteres e pessoas tentando tirar alguma palavra de mim. As enfermeiras tinham me levado para tomar um banho e colocavam curativos nos ferimentos que eu tinha ganhado naquela noite. Taehyung me acompanhava com o olhar, sem dizer uma palavra sequer. Fui colocada em um quarto, e policiais me interrogaram sobre o que tinha acontecido. Contei a verdade. Não tinha nada a esconder, afinal 

Quando eles saíram, olhei para o meu irmão.

— Como ele está? — Taehyung se sentou na ponta da cama, sabendo que eu falava do meu pai.

— Bem, em observação. Ainda não podemos vê-lo.

Passei a mão rápido sobre o rosto que ardia das lágrimas que eu tinha deixado cair no banho.

— Rose...

— Hum?

— Jungkook vai sair da cirurgia logo.

Perfuração no estômago. Era um milagre ele ter ficado acordado por tanto tempo.

— Ele vai ficar bem — meu irmão segurou minha mão — Eu sei que vai.

— Desculpa ter dito que ele estava morto. Foi o que os policiais me disseram.

Minha cabeça rodava. Eu sabia que o certo seria eu me deitar e descansar do estresse emocional causado nas últimas horas, mas não conseguia. Eu queria ver as pessoas que eu amo e que estavam longe de mim agora.

— Desculpa também por ter duvidado dos seus sentimentos quando você me disse que ele não estava envolvido em tudo isso — lembrei do dia em que ele me visitou na casa — Sinto muito mesmo.

— Não se desculpe por isso. Você estava certo — a expressão confusa dele me fez sorrir pela primeira vez naquele dia — Não podia confiar em alguém tão rápido. Eu não estava errada, mas... você entende. Meus sentimentos podiam ter me colocado em um grande problema.

Não sei em qual momento da conversa acabamos abraçados. O cheiro do cabelo azul de Taehyung era tão bom que me trazia essa sensação de estar em casa sem nem mesmo estar perto.

— Descansa um pouco. Quando ele sair da cirurgia eu chamo você.

Encostei a cabeça no travesseiro, e meu irmão se sentou do meu lado segurando minha mão. Fechei os olhos, mesmo sabendo que sono nenhum me pegaria naquela noite. Algumas horas depois, Taehyung tocou o meu pé e eu despertei da imersa de meus pensamentos.

— Oi.

— Ele acordou. Eu ia te chamar assim que a cirurgia tivesse acabado, mas as enfermeiras só iam deixar você vê-lo quando estivesse acordado.

Olhei para o relógio. 3:43 da manhã. Me levantei a andei pelos corredores guiada pelo meu irmão até o quarto de Jungkook. Abri a porta, e ele estava sentado na cama. O sorriso em seu rosto quando me viu me trouxe um calor ao meu coração que só ele causava.

— Você está vivo. — eu sussurrei o abraçando com força — Você está vivo.

As mãos dele tomaram minhas costas, e me perguntei como ele tinha tanta força depois de acabar de sair de uma cirurgia.

— Saí da sala de operação há horas, a enfermeira disse. Ainda tô meio grogue — ele sussurrou contra o meu cabelo — Você está bem? — ele tocou o curativo na minha testa.

— Estou inteira. Já é melhor do que você — ele sorriu diante da piadinha.

— Por um momento eu pensei que nunca mais fosse te ver.

PANDORA | rosekookOnde histórias criam vida. Descubra agora