lonely

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ROSEANNE PARK

Quando voltei para o quarto eu quis me bater até eu aprender a controlar a merda da minha boca. Agi como uma criança que não consegue lidar com a possibilidade de não ter o brinquedo que quer. Claro que ele não ficaria para sempre, por que eu pensei que ficaria? Jungkook é talentoso demais para ser só o segurança de uma garota. Ele é bom até demais. Não sei nem por qual razão ele aceitou me treinar sendo que merece muito mais que esse cargo que tem.

Me sentei na cama e olhei para os waffles que ele tinha feito. Desde que ele cozinhou isso para mim na primeira vez que eu o vi eu não conseguia parar de pensar em waffles com chocolate. Ele tinha me viciado.

Não era só nós waffles que eu estava viciada.

Queria ligar para Jennie. Queria falar com ela sobre o que eu deveria fazer, mas não sabia se era uma boa ideia. Contar que eu estava obcecada pelo meu segurança que estava me treinando caso eu esteja em uma situação de quase morte?

Não estava apaixonada. Não podia estar apaixonada. O que eu sentia devia ser só desejo. Mesmo que nunca tenha sentido algo nesse nível por alguém antes, não era amor.

Mas aquela sensação me deixava aterrorizada.

•••

Tédio tinha me invadido do momento que entrei no quarto até o momento que saí afim de explorar a casa. Não tinha feito isso de verdade desde que cheguei, estive ocupada demais com os treinos, caixas, e corredores assustadores.

Nunca tinha ido até o terceiro andar, então subi as escadas de pedra e me deparei com algo quase igual ao segundo andar, exceto que agora não tinha quadros na parede e nem decoração alguma. Era só um longo corredor com portas que levavam aos cômodos.

Abri a primeira porta á esquerda e era  banheiro. Azulejos brancos e azuis e uma banheira francesa abaixo da janela. Era bonito.

Fui para a próxima porta. Era um quarto. Parecido com o meu: pequeno, móveis comuns e uma vista para o jardim.

De porta em porta, eram só quartos, banheiros e uma biblioteca. A última era linda, estantes enormes com livros até o topo. Não fazia ideia de que minha mãe gostava de ler.

Quando cheguei á última porta e a abri, também era um quarto, mas muito maior. Uma cama de casal três vezes maior que uma comum ocupava o meio, com cortinas de seda azul nas laterais. Tinha uma varanda com alguns vasos de plantas e uma grade também francesa. Imaginei que aquele era o quarto dos meus pais.

Tinha uma escrivaninha branca no canto com uma cadeira de formato esquisito. Uma porta que levava a um closet que estava vazio, e outra porta que levava ao banheiro que parecia muito com o primeiro do corredor. Nunca tinha imaginado que minha mãe gostava de coisas assim já que a nossa casa na cidade era totalmente diferente.

Quando saí do banheiro vi uma sombra embaixo da cama. Senti meu corpo gelar e perder a força.

Que porra era aquela?

Juntando toda a força do mundo eu me ajoelhei, e embaixo da cama, tinha um compartimento no chão, como o que tinha na sala de luta. Empurrei a cama com tudo e consegui ver o compartimento direito.

Puxei a madeira como fiz da última vez e dessa vez não foi tão difícil. Tudo o que encontrei foram papéis um pouco empoeirados. Os tirei de lá fechando o compartimento de novo.

Comecei a abri-los e lê-los.

A maioria eram contas, lembretes de reuniões... e um papel com dois nomes e a assinatura da minha mãe em baixo.

Melanie e Yejun.

Tinta vermelha fazia um traço de correto na ponta. O que era aquilo?

Ouvi passos no corredor e um segurança apareceu.

— Senhorita, não pode ficar aqui.

— Desculpe — me levantei segurando os papéis.

— O que é isso?

— Nada. Desenhos.

Praticamente corri para o segundo andar de novo e me tranquei no meu quarto. Abri aqueles papéis. Tinha que significar alguma coisa.

•••

Minha vida estava uma bagunça. Cheguei a conclusão quando desci no dia seguinte e não achei Jungkook. Depois de ontem ele deve ter ido para Taiwan antes que eu enlouquecesse de vez e o cobrasse por algo que ele não me devia. Tempo.

Não estava com forças para treinar. Dois nomes rondavam a minha cabeça.

Melanie e Yejun.

Melanie, Yejun.

Melanie, Yejun.

— Melanie e Yejun.

— Você está bem? — levantei em um pulo quando o ouvi.

— Só cansada. Tudo bem se não treinarmos hoje?

— De jeito nenhum, levanta.

Ele segurou minhas mãos me fazendo levantar.

— Jungkook...

— Sim?

— Eu encontrei uma coisa.

Ele me olhou com atenção. Tentei não reparar demais no quão lindo ele estava hoje. Usava um boné preto, uma camiseta enorme preta com alguns furos nos ombros que me davam a visão da sua pele macia e tatuada. Seus olhos me seguiam com cautela e curiosidade enquanto eu me preparava para falar.

— Fui no terceiro andar ontem. Eu estava vendo o que tinha lá e acho que encontrei o antigo quarto dos meus pais.

— E?

— Achei um compartimento no chão como o que eu achamos aqui.

Agora ele ficou nervoso.

— Tinha papéis lá. Muitos papéis. A maioria eram só lembretes de compromissos e contas... mas eu achei um esquisito.

Estava com ele no bolso e o tirei. Era um papel inteiro branco exceto pelos nomes em caneta preta e um sinal de correto na lateral. O que significava aquele sinal de correto? Quem eram aquelas pessoas? Esperava que Jungkook soubesse. Quando ele abriu e leu o papel a cor se dissipou dele e eu senti sua respiração acelerar.

— Rose... essa é a assinatura da sua mãe?

— Sim, por que?

Jungkook encarou os meus olhos com tanto medo que eu também fiquei apavorada.

— Por que esses são os meus pais.

Palpitação em meu peito.

— Melanie e Yejun são meus pais.

•••

espero que tenham gostado! não esqueçam de deixar a estrelinha <333

PANDORA | rosekookOnde histórias criam vida. Descubra agora