no time to die

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ROSEANNE PARK

Fui praticamente enfiada dentro do carro antes dos seguranças acelerarem o veículo o mais rápido que podia. Saímos por uma porta que eu nem sabia que existia, que levava a um corredor e depois ao estacionamento. Olhei para trás, pessoas corriam para fora da sede, e eu esperava que meu pai e meu irmão estivessem fora de lá a essa altura.

— Eles deixaram o prédio? — perguntei, eles nem se deram ao trabalho de me olhar — Me respondam!

O segurança que estava sentado no banco do passageiro soltou uma lufada de ar e respondeu:

— O seu irmão já saiu.

— Só Taehyung? E o meu pai?

Um silêncio vazio ecoou pelo carro. O que meu pai estava fazendo? Aquilo realmente tinha sido uma despedida? Não podia ser.

— Tem que tirar o meu pai de lá.

— A equipe está fazendo o possível...

— Me dá o seu celular.

— O que?

— O celular!

Os seguranças se entreolharam em pânico.

— Me dá logo!

Ele cedeu e me entregou o aparelho, disquei o número do meu pai. Chamou, chamou e ninguém atendeu. Tentei ignorar o mau pressentimento que crescia em meu peito.

— Atende!

Assim que eu falei, a terceira chamada foi atendida.

— Pai!

— Ro-rose... — a voz fraca, o barulho de tiros...

— Pai! Onde você está? Você está bem? Me responde!

Silêncio. De repente, um barulho alto tomou todo o som da chamada.

— Sr. Park! — senti meu corpo aliviar quando ouvi a voz de Jungkook.

— Jungkook?

— Por favor, continue respirando — ele não tinha me ouvido ainda — Rose... — meu pai sussurrou, muito fraco.

— Jungkook!

— Park? — agora eu conseguia ouvir a voz de Jungkook claramente — Onde você está?

— Estou no carro, estou longe da sede. Como ele está?

— Seu pai tá machucado, mas vou tirá-lo daqui. Fique segura.

Não consegui conter o choro que tomava minha garganta.

— Fique seguro também. Por favor.

Alguns segundos em silêncio, eu não conseguia desligar aquela ligação. Um estrondo alto tomou conta da chamada e meu coração apertou.

— Eu te amo. — não era a voz do meu pai, era de Jungkook — Pode ser cedo, mas que se dane. Não posso morrer hoje sem te dizer isso.

— Não vai morrer! Você não vai! — os seguranças me olharam assustados, nem percebi que estava gritando — Eu não deixo você morrer. Não tem autorização pra isso! — outro estrondo — Jungkook!

— Amo você. Cuidado.

E no meio de mais estrondo, a ligação caiu. Meu coração batia feito louco dentro do peito.

— Senhorita Park, você está bem? — o segurança me olhou, aflito.

Meus olhos estavam fechados enquanto eu tentava recuperar o ar que parecia tão pouco. Ele me amava. E ele estava tão perto da morte agora quanto eu tinha estado em todos esses meses.

PANDORA | rosekookOnde histórias criam vida. Descubra agora