don't blame me

151 17 6
                                    


ROSEANNE PARK

Fui levada para uma sala com paredes de vidro, acompanhada de Sooyoung e mais dois homens que seguravam os meus braços para que eu não fugisse. Era estranho que meu coração não batesse rápido, que eu não estivesse apavorada, e que não tivesse a intenção de fugir até ter Jungkook em meus braços. Não sabia quando eu tinha ganhado tanta confiança a ponto de não sentir medo.

— Sente-se — ela disse, apontando para a poltrona em frente a sua. Os homens dela praticamente me jogaram sobre o estofado, e ela acenou a mão, os dispensando.

Eles deixaram a sala e a minha madrasta analisou meu rosto, meu corpo, cada parte de mim.

— Está muito diferente da última vez que te vi.

— Há quanto tempo tem trabalhado com ele? — Sooyoung se encheu de entusiasmo quando percebeu que eu também queria ter aquela conversa.

— Conheci ele bem antes de conhecer o seu pai — ela dedilhava o queixo com a ponta de sua unha — Sempre esteve nos meus planos estar aqui e agora com você.

— É pela herança, não é?

— Claro. Essa é parte da razão para eu ter feito tudo o que fiz.

— Parte da razão?

Sooyoung agora dava aqueles seus sorrisos que causaria pesadelos em crianças. Por sorte, ou talvez só por costume, ela não me assustava mais.

— Sei que pensa que eu sou a vilã de sua história, Rose. Mas eu não sou tão importante assim.

Esperei que ela continuasse.

— Sua mãe era uma mulher inteligente. Fez tudo o que foi preciso para conseguir aquilo que queria. Deveria se orgulhar dela.

— Ela era uma assassina.

— Se refere ao assassinato dos pais do seu namoradinho? — odiava o deboche em sua voz sempre que falávamos sobre Jungkook — Ela teve suas razões.

— E quais foram?

— Você realmente não lembra de nada, não é?

Vendo meu silêncio, obtendo uma resposta para sua pergunta, ela se levantou e começou a andar em círculos dentro da sala de vidro. Sua voz enfeitiçou meus ouvidos no instante em que ela começou a falar.

— Eu trabalhava para seu pai por ordens do seu tio. Escondido, claro. Eu tinha um currículo impecável, não tinha como ele não me contratar. Era secretária dele. Mas quando se trabalha para um homem como seu pai, lembrá-lo de quais contratos assinar é uma das últimas que eu fazia.

Me preparei para o que quer que ela estivesse pronta para falar.

— Começamos a ter um caso só algumas semanas depois que eu comecei a trabalhar lá. Sua mãe sempre soube. O casamento deles dois esteve em declínio desde o momento em que caíram na realidade e perceberam que eram de mundos completamente diferentes.

Ela apoiou suas costas numa mesa ao canto da sala, e olhou para mim.

— Você era pequena, mas não era cega. Viu muita coisa. Taehyung se lembra de quase tudo.

— E por que ele não me contou?

— Seu irmão é um covarde.

— Cala a boca.

Ela sorriu, venenosa.

— De qualquer forma, sua mãe me odiava. Mas ela sabia que tudo o que eu fazia era cumprir as ordens do seu tio.

PANDORA | rosekookOnde histórias criam vida. Descubra agora