take me to church

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ROSEANNE PARK

A cabana era comum. Como qualquer outra cabana que se encontrava em florestas. Tentei não associar aquilo a um filme de terror, mas era difícil. Me senti as protagonistas burras que caminhavam para a morte.

— Arma. — ele sussurrou para mim, quase não emitindo nenhum som. Segurei a arma com força, pronta para atirar.

Jungkook puxou a maçaneta, e para o meu terror, estava aberta. Aquilo só podia ser uma amardilha. Me arrependi instantaneamente de ter ido até lá. Odiava ser curiosa, odiava ser orgulhosa. Eu acho que estava começando a me odiar.

Jungkook entrou de uma vez com a arma mirando para todo lugar que ele levava seus olhos. Eu o segui, com a arma em punho. A sala era vazia, exceto por um sofá e uma televisão daquelas antigas, com uma caixa atrás. Pelo nível de sujeira imaginei que tinham deixado aquele lugar sozinho por muito tempo.

A cozinha tinha uma bancada, um fogão e uma geladeira muito velha que estava podre. Tinha medo de abrir e encontrar um corpo lá dentro.

Havia uma escada em formato de caracol que levava para o segundo andar da casa. Jungkook subiu devagar e eu o segui. Estava vazio também. Tinha uma cama, uma mesa de canto e uma escrivaninha caindo aos pedaços.

O banheiro era um nojo. Vou poupar a descrição.

— Não tem nada — Jungkook falou, por fim.

— Então é isso? O corredor dá pra uma cabana?

Jungkook ficou em silêncio. Parecia tão sem respostas quanto eu.

— Meu pai teria te contado se soubesse.

— Teria.

Comecei a andar de um lado para o outro. Com raiva, comecei a abrir as gavetas da escrivaninha. Nada. A última estava trancada. Com a parte de trás da arma, eu bati com força no cadeado pequeno e Jungkook chegou perto de mim.

— Pelo amor de deus, tira as balas antes de bater de novo.

Fiz o que ele disse a bati de novo no cadeado, dessa vez, ele cedeu.

— Boa, Park.

Abri a gaveta. Não tinha nada lá além de uma caixa meio roxa com branca, simples e um pouco suja. Segurei ela nas mãos.

— Alguma chance disso ser uma bomba? — Jungkook sorriu pela primeira vez na noite.

— Já teria explodido á essa altura.

Abri a caixa.

Fotos.

Não de qualquer pessoa que morasse naquela cabana.

Fotos minhas. E do meu irmão. Algumas do meu pai. Senti um enjoo forte e mordi a mandíbula para não vomitar ali mesmo.

— Park? — Jungkook colocou sua mão na minha testa, checando a minha temperatura. Depois, desceu ela para o meu pescoço.

Eu me arrepiei. Não sabia se era pelo enjoo ou pelo toque dele.

— Estou bem — menti.

— Péssima mentirosa, hein? — ele passou uma das mãos nos meus cabelos os jogando para trás — Respire fundo. Está tudo bem. Eu estou aqui.

Meus olhos pousaram nele.

— Não sei se quero ver isso agora.

— Tudo bem, levamos a caixa. Você vê quando estiver pronta.

Nos levantamos e Jungkook segurou nossas armas enquanto descia comigo em seu encalço. Eu queria tanto sair dali. Antes que a gente partisse ele vasculhou o andar de baixo rapidamente e então saímos de vez. Passamos pelo buraco e voltamos para o corredor branco e gélido.

PANDORA | rosekookOnde histórias criam vida. Descubra agora