Capitulo 1

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A Jacob Alexander Raleigh, Conde de Ashworth, foram dados muitos privilégios.

Era o que costumava comentar-se, tanto nos salões das mansões londrinas, quanto no abastado Condado de Ashworth.

Um homem que nasceu em berço de ouro, dentro de uma família de renome ancestral e de pais que amavam-se imensamente.

Porém, toda esta 'fortuna', fujiu-lhe por entre os dedos e isso também era comentado nos salões das mansões londrinas e, ali, em seu próprio Condado.

Lorde Raleigh tornou-se Conde muito jovem, aos dezoito anos, após o falecimento de seu honorável pai, Lorde Alexander Raleigh.

Jacob então, assumiu os compromissos do Condado, além de servir como capitão do Real Exercito de Sua Magestade, pois era uma tradição na família Raleigh os herdeiros prestarem este serviço honroso. Esta tradição vinha de longa data, pois a família Raleigh recebera o Condado através de serviços muito preciosos prestados por um ancestral à própria Rainha Elisabeth.

Para isso o seu pai o havia preparado muito bem.

E ele sentiu-se seguro em desempenhar ambos papéis, e diga-se, teve sucesso.

A família Raleigh fora abençoada também com uma filha.

Sim, Jacob tinha uma irmã menor, uma filha temporona, que trouxe muita felicidade aos pais e a ele próprio.

Phoebe era uma menina linda. Alegre e comunicativa, cheia de opinião.

E como era de se esperar, um belo dia, o distinto Capitão Raleigh, Conde de Ashworth, decidiu que estava na hora de escolher uma esposa.

Não imaginava que seria tão rapidamente flechado por cupido.

Mas, ao conhecer a bela filha do Barão Sinclair, a jovem Maeve, o Conde caiu aos seus pés, perdidamente apaixonado.
A jovem não lhe foi indiferente, muito menos indiferente foi a sua família, pois qual pai não desejaria para genro, tão distinto cavalheiro.

Ainda mais estando, o pai da citada jovem, a beira da ruína.

Logo, o enlace foi arranjado e Jacob crendo que era amado com igual ou maior fervor do que amava, casou-se plenamente feliz.

E foi aí, ele acreditava piamente, que a sorte que tão amplamente lhe era creditada acabara por completo.

Jacob lembrava com amargura, que após as primeiras semanas de casamento, Maeve tornou-se distante e fria para consigo.

Mesmo a feliz notícia de que concebera, de que em breve teriam nos braços o fruto do seu amor, fez com que Maeve demonstrasse alguma alegria, que dirá, felicidade.

Esta atitude da esposa o confundia.

Ele casou-se com a certeza de que Maeve o amava, pois nunca o rejeitara antes, sempre demonstrara carinho e afeto e não negara-se a ele no leito.

Mas, com o correr dos meses, na mesma proporção em que seu ventre se avolumava, seus sentimentos para com ele, esfriavam.

Não conversavam mais, não compartilhavam as refeições, não passeavam juntos pelo parque como antes, não cavalgavam juntos, coisa que ambos apreciavam tanto fazer; não dividiam mais o mesmo quarto.

Toda vez que ele perguntava-lhe o porquê, Maeve alegava estar enjoada e depois dizia estar muito pesada, desajeitada para andar, passear na propriedade, quanto mais sair. Maeve não suportava que os outros a vissem deformada pela gravidez.

Jacob se ressentia com esta atitude, pois a achava linda, mesmo assim gestante. Ele sentia falta da esposa e a desejava como sempre.

Sabia que Maeve recebia as amigas, os familiares, e até amigos, isso o magoava profundamente, pois somente à ele ela negava a sua companhia, o seu amor.

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