O jantar de 'noivado' foi como Beatrice suspeitou que seria, uma tortura.
Lorde Dunn não disfarçava a sua cobiça e ela tinha náuseas só de olhar para ele.
Imaginar-se casada, a sós com este homem, era desesperador.Com esforço hercúleo, fingiu que estava tranquila, de acordo com tudo.
Porém, sentia sobre si os olhos astutos de Lady Rebecca, e isso causava-lhe calafrios.Lorde Dunn colocou-lhe uma aliança no dedo, para a qual ela nem voltou os olhos, e então beijou-lhe a mão, dizendo que estava ansioso para que o período de um mês, necessário para que os proclamas corressem, passasse logo.
O casamento fora marcado para exatamente trinta dias.O champagne foi servido e a senhora Grant, com o semblante abatido, trouxe a deliciosa torta de creme, que seria servida em homenagem a data.
Beatrice provou do champanhe e apenas beliscou um pedacinho da torta; não conseguia comer de tanta angústia, parecia-lhe que seu estômago estava do avessso.Mas, a tortura continuou ainda mais um pouco, pois seu tio fez questão que ela tocasse para abrilhantar a pequena comemoração.
—Aprecie Lorde Dunn, Beatrice é uma virtuose! —Lorde Craven não poupava elogios —Minha sobrinha será uma esposa e mãe maravilhosa!
Beatrice errou uma nota. Com as mãos trêmulas, esforçou-se por terminar a peça.
—Bravo! —Lorde Dun levantou-se extasiado —Pareceu-me estar ouvindo a própria Clara Schumann!
—Milorde é muito gentil... —Beatrice agradeceu encabulada.
—Venha minha noiva, sente-se ao meu lado. Quero ter o prazer da sua companhia, na presença casta de vossos familiares, venha por favor...
Lorde Dunn a conduziu ao sofá e a fez sentar-se ao seu lado, enquanto manteve suas mãos firmemente seguras entre as dele.
O coração de Beatrice retumbava no peito, um suor frio começou a juntar-se em sua testa.
Mantinha os olhos baixos, e não emitiu palavra. Estava concentrada em respirar da melhor maneira possível, para manter a fachada calma e tranquila.A senhora Grant retornou e Beatrice sentiu-se aliviada, pois era o momento em que o licor seria servido.
Todos pegaram suas taças, e então as conversas penderam para os negócios que estavam fazendo, as melhorias que Lorde Craven e Jonathan planejavam implementar no baronato.
Beatrice fingia bebericar o licor, prestar atenção a conversa, mas na verdade, estava a contar as badaladas do relógio, concluindo que já era chegada a hora de subir para seus aposentos.
—Meus tios, cavalheiros... Já se faz tarde, eu irei retirar-me. Com sua licença! —Beatrice declarou humilde.
—Mas já minha querida? —Lorde Craven protestou.
—É ainda tão cedo minha noiva! —Lorde Dunn uniu-se a ele no protesto —Por favor, não se retire levando todo brilho desta noite memorável!
—Milorde...sou-lhe muito grata por sua consideração, mas realmente necessito recolher-me, eu... —E aproximando-se da tia, Beatrice sussurrou-lhe algo aos ouvidos.
Lady Rebecca ficou rubra como o licor que bebia e pigarreando, colocou o braço de Beatrice no dela.
—Minha sobrinha irá recolher-se agora! Com licença Milordes.
Um murmúrio discreto correu a sala. Os cavalheiros presentes, fizeram uma mesura despedindo-se da noiva, que saiu com os olhos baixos, conduzida pela tia.
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A Promessa
Historical FictionJacob Alexander Raleigh, era um homem de muita sorte, ou pelo menos, assim pensava ser, até que uma grande tragédia abateu-se sobre ele e sua família. Mas, uma promessa, que fez no passado, trará até ele, a chance que precisa para voltar a viver nov...