Capítulo 6

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A cena seguinte mostra algo previsível, mas ainda indignante para o público.

Na ferraria, o Haddock apareceu novamente, desta vez fazendo uma sela.

- Não acredito! - Gritou um viking no fundo.

- Ele vai mesmo tentar montar em um dragão? - Perguntou outro.

- Nada surpreendente, meus caros - Disse Cabeça-Dura, assumindo a pose de um filósofo. - Qualquer um que tivesse a habilidade e o talento necessário não hesitaria em praticar tal proeza.

Os aldeãos se viraram para ele, abismados.

- Que é, gente? - Questionou o menino, estranhando a cara de todos os presentes, inclusive a de sua irmã, que o encarava como se ele tivesse duas cabeças. - Eu só estou falando que só um burro desperdiçaria uma chance dessas. Assim que eu conseguir o meu dragão, a primeira coisa que eu vou fazer vai ser montar nele.

- Vocês ainda estão com essa ideia maluca na cabeça? - Perguntou Melequento, ainda um pouco abismado.

-Óbvio! - Respondeu Cabeça-Quente, colocando os braços ao redor do Jorgenson. - Imagine, meu amigo, sentir o vento nos cabelos, abraçar a adrenalina e pela primeira vez em séculos, se sentir livre.

- É - Durão concordou com a gêmea, colocando também o seu braço nos ombros de Melequento. - Imagine ver o pôr-do-sol com toda a sua glória; poder viajar a qualquer lugar com rapidez.

- E como bônus, ter um melhor amigo. - Completou a Thorston.

A última frase proferida fez com que Soluço e Banguela se encarassem com um olhar cúmplice.

- Peraí, mas eu não sou o seu melhor amigo? - Cabeça-Dura perguntou à irmã, acabando com o momento de devaneios.

- Quem você acha que é na fila do pão, meu filho? - Ironizou a Thorston.

- Seu irmão?!

- Isso é o de menos! - Respondeu a loira.

- É melhor eu sair daqui antes que isso me contagie também - Exclamou Melequento, se levantando do seu assento, e indo se sentar na cadeira que antes o Haddock ocupava ao lado de Astrid.

- Então...

- Se você falar alguma coisa comigo durante esse meio tempo, eu vou arrancar sua língua! - A Hofferson ameaçou, fazendo o filho de Gosmento engolir o seco.

Soluço ergue a recém montada cela, tendo um olhar orgulhoso no rosto. De repente, uma transição acontece, fazendo o fundo de tela, que antes era a ferraria desaparecer, dando espaço para a clareira onde o menino mostrava sua criação para o dragão escuro como a noite.

O réptil, no entanto, não pareceu animado com a ideia de vestir aquilo, começando a correr para longe do viking, que sem aceitar a negação, correu atrás do animal.

Risadas foram contidas.

Naquele momento, Stoico colocou as mão no rosto, respirando fundo. Não acreditava que aquilo estava acontecendo. Seus nervos estavam à flor da pele, ele sentia como se estivesse a um segundo de explodir.

- Stoico, acalme-se. - Sussurrou Bocão ao amigo. - Sei que tudo está confuso e você está se sentindo traído, mas...

- Mas o que, Bocão? - Rebateu o chefe, olhando pra o amigo, elevando um pouco o tom de voz. - Essa maluquice vai matá-lo! Aquela besta vai matá-lo! Eu não posso perder meu filho do mesmo jeito que perdi o amor da minha vida!

Assistindo Como Treinar o seu DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora