Capítulo 8

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No dia seguinte, aparentemente, era a grande final para saber quem iria matar o Pesadelo Monstruoso.

Soluço respirou fundo, nervoso com a possibilidade de ter que matar um dragão. Olhando para Banguela ao seu lado, o menino rezava para que os Deuses tivessem o mínimo de misericórdia e o fizesse fracassar em tudo aquilo.

Os arredores da arena estavam lotados. Vikings de todos os tamanhos gritavam loucamente enquanto viam o grande Gronkle atravessar o espaço, batendo fortemente contra suas paredes, parecendo estar furioso.

— Com toda essa nova perspectiva, eu estou com dó do gronkle agora. — Afirmou Perna-de-Peixe, olhando para tela com uma feição culpada.

— Por quê?

— Não é óbvio, Melequento? — Respondeu o Ingerman, contrariado. — Imagina como deve ser horrível ficar ouvindo gritos e mais gritos o tempo todo. Os dragões têm uma audição mais apurada. O que é baixo para a gente pode ser muito alto para eles.

— Eu concordo com o Perna-de-Peixe! — Exclamou Cabeça-Dura. — Eu que tenho uma audição normal, não aguento mais ficar em casa.

— O que isso tem a ver? — Soluço entrou no meio da conversa.

— Você já ouviu os gritos da mamãe? — O Thorston se levantou de seu assento, assumindo uma pose dramática e começou a falar com a gritar com uma voz fina, em uma clara imitação de Freya — "CABEÇA-DURA, EU JÁ TE FALEI PARA IR TOMAR BANHO!", "CABEÇA-DURA, VOCÊ NÃO PODE FAZER UM BURACO DE JAVALI NO QUINTAL", "CABEÇA-DURA SE EU FOR AÍ E ENCONTRAR, EU VOU ESFREGAR ISSO NA SUA CARA!"

A imitação tosca do garoto rendeu várias risadas que se estenderam por todo o anfiteatro

— Igualzinho! — Exclamou o patriarca dos Thorston, entre gargalhadas.

Cabeça-Quente e Cabeça-de-Lobo só não rolavam de rir porque estavam sentados nas cadeiras, já Freya não parecia tão divertida. A matriarca estava com um desgosto sem fim em seu rosto e assim que conseguiu alcançar o filho, a mulher o puxou pela orelha, fazendo-o gritar.

— Pra que isso, mãe? — Gemeu o menino.

— Você me deve respeito, garoto!

— Freya, querida foi só uma brica-

— Você cala a boca também! — Disse Freya ao marido, que prontamente calou a boca. — Você foi o primeiro a rir dessa brincadeira sem graça.

— Mãe, a orelha do Cabeça-Dura tá ficando vermelha. — Disse Cabeça-Quente, olhando para o seu gêmeo, que ainda tinha uma face de dor.

— Como é que se diz? — Perguntou a matriarca

— Desculpe mãezinha linda do meu coração — Disse o menino ainda vermelho — Você é a coisa mais formosa do mundo. Não deveria ter feito isso e imploro o seu perdão, minha rainha.

— Assim tá melhor! — Disse Freya, soltando a orelha de seu filho. Porém, antes que Cabeça-Dura conseguisse sair do alcance da mulher, Freya sussurrou baixinho — Lá em casa a gente conversa!

Cabeça-Dura ficou paralisado com a fala da mulher, engolindo o seco. Ele ia passar uma semana tirando escamas de todos os peixes da casa.

— Já sabendo quem é que manda na casa. — Zombou Gosmento para sua esposa que estava ao seu lado, Hilda.

— Você fala como se lá em casa não fosse a mesma coisa. — Disse Hilda, fazendo Gosmento se perder em sua afirmação.

Atrás de um dos obstáculos de madeira, se encontrava Soluço, agora utilizando o elmo que lhe foi dado na noite passada por Stoico e um escudo, que não parecia ter utilidade naquele momento. O filho do chefe tentava ao máximo não ser notado pelo dragão escamento. Além disso, ele não estava sozinho na arena.

Assistindo Como Treinar o seu DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora