Capítulo 7

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No porto de Berk, vários barcos se aproximavam.

Soluço respirou fundo ao ver a cena. Ele não queria ver seu pai descobrindo que ele estava do lado dos dragões outra vez, mas dada as circunstâncias, ele teria que viver esse pesadelo de novo.

Os cascos estavam destruídos, os símbolos presentes nas velas estavam totalmente danificados, os postes estavam prestes a cair e a madeira, antes marrom, estava cheia de marcas queimadas e garras presentes por toda a estrutura. Era um milagre ver que aquelas embarcações ainda conseguiam velejar.

- Estão todos bem? - Perguntou uma viking aleatória

Murmúrios começaram a serem ouvidos no ar.

Envolvidos com todo o drama de Banguela e Soluço, os aldeões acabaram esquecendo que corriam o risco de morrer ou de perder alguém que amavam em um futuro próximo, e com o lembrete, um pânico se instalou novamente.

- Alguém está me vendo ai? - Perguntou um viking.

- Aquela é a minha mãe?

- Quantas pessoas tem nos barcos? - Questionou outro.

E mais perguntas vieram depois destas

Entretanto, diferentemente da primeira vez, Stoico não se levantou do seu assento e tentou acalmar o seu povo, pelo contrário, o ruivo continuou sentado, encarando o chão com uma feição exausta. As palavras de seu filho ainda estavam muito recentes em sua mente.

Você falhou, Stoico! Sua mente o dizia. Você falhou em ser um bom pai! Você falhou com Valka!

O que Valha pensaria? Por Thor, com certeza ela estaria decepcionada com ele. Como ele pôde? Ele prometeu cuidar de Soluço até o fim assim que viu aquele dragão de quatro asas levar o seu amor para longe e ele fez tudo, menos isso.

Ele tinha o alimentado, o vestido e o confortado quando ele perguntava da mãe, mas quando realmente Soluço precisava dele, ele não estava lá. Ele não estava lá quando Soluço quebrou o braço após correr de um Nadder que ele havia sem querer soltado da corda; ele não estava lá quando Soluço se queimou, tentando derreter ferro para fazer uma clava; ele não acreditou nele quando ele disse que havia acertado um Fúria da Noite.

Que tipo de pai ele era? Como ele ousou duvidar da capacidade do próprio filho?

Stoico olhou meramente para o ferreiro ao seu lado, que tentava a todo custo acalmar a todos.

Bocão esteve lá! Sua cabeça disse. ELE estava lá quando o Soluço precisou, ELE estava lá quando ele se machucou, ELE que foi o pai do Soluço, não você!

Para com isso! Ele rebatia.

Mas não adiantava.

Quanto mais ele falava para aquela voz em sua cabeça calar a boca, mas ela falava o quanto ele foi um péssimo pai.

- Você tá bem, amigo? - Perguntou Bocão ao ruivo. Apesar de estar um caos no salão, o ferreiro havia percebido o quanto o amigo estava abalado.

Antes que Stoico conseguisse falar alguma coisa, um barulho irritantemente alto ecoou pelo recinto, fazendo com que os viking tapassem as orelhas rapidamente, esquecendo por um momento o medo que todos estavam sentindo.

Na frente da sala, Silene segurava um pequeno aparelho metálico que era a fonte do som daquele som.

- O que foi isso? - Perguntou Melequento, batendo nas orelhas.

Assistindo Como Treinar o seu DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora