Por um Fio - Vmin

Armadilha dupla

Taehyung andava de um lado para o outro, seu sorriso era tão macabro que poderia ser confundido com um coringa ou até mesmo com o Pennywise. O que era o oposto de Namjoon, que estava sentado sobre uma cadeira dura e pequena demais para seu corpo, o que deixava o homem tremendamente desconfortável, seus pulsos estavam amarrados na sustentação traseira da cadeira, com cordas tão grossas e nós feitos por escoteiros profissionais, melhor dizendo, feito por pessoas que possivelmente teriam servido ao exército, mas que por circunstâncias da vida, estavam trabalhando agora com o Kim. Os pés também estavam amarrados nas pernas da cadeira, fazendo com que os movimentos de Namjoon fossem limitados.

— Você foi um dos aliados do Jimin, não é? – o ruivo riu alto balançando a cabeça negativamente. — Acharam mesmo que se meter comigo era uma boa ideia? Você viu com seus próprios olhos, eu podia matar cada um dos membros da sua família, mas eu trouxe apenas você. – Quando Namjoon começou a se debater e gritar, Taehyung se aproximou o suficiente para puxar os cabelos do homem com força, sorrindo ao ver que alguns fios haviam sido arrancados. — Relaxe, o show está apenas começando! – suspirou pesado mostrando o outro braço no qual estava com a ferida da bala. — Está vendo? Foi um de seus homens que fez, eu vou fazer questão de retribuir o favor e foder com o seu braço, mas não pense que você vai morrer sozinho. Logo os seus amigos se juntarão a você.

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Jungkook tentava ligar para Jimin, essa era a sétima ligação e o moreno torcia para que Park lhe atendesse dessa vez.

— Vamos, Jimin... Atende!

Mas Jimin não estava com seu celular, apenas com o que Taehyung havia lhe dado, e mesmo que estivesse, não atenderia naquele momento, porque estava numa mesa de bar, dividindo uma garrafa de vodka com um completo desconhecido; ou nem tanto, a julgar pelo "esse aqui é quente! Tiro e queda" que Hoseok escreveu ao lado do seu nome, no papel que virou oficialmente seu pergaminho da sorte.

— Uau, você está mesmo fodido. — Min Yoongi riu debochado dele, depois de ouvir seu relato. — Com o Taehyung ... hu... com ele não dá pra brincar, garoto. — Ele virou um copinho de shot cheio de bebida alcoólica nos lábios finos.

— Mas eu já disse que não armei nada!

— E eu acredito em você. — Ele arqueou as sobrancelhas por baixo dos cabelos descoloridos. — Mas o Taehyung não vai acreditar tão cedo... ainda mais... — Ele parou de falar, pensando por um longo momento. — Eu acredito em você mas ainda não acredito que ele baixou tanto a guarda pra alguém. — Virou mais um shot. — Olha, confesso que não dava nada pelo caçador fedelho que você é, mas tenho que admitir... pra se meter com o Taehyung assim, você tem bolas.

— Tá, tá, eu sei bem o que vocês pensam de mim, não preciso que me diga. — Estava agoniado: aquele bar fedia a cachaça barata e ele já estava a mais de vinte e quatro horas sem tomar banho, sem seu antigo celular, sem sua chave de casa, sem suas roupas bonitas, sem seu namorado e pior, sem seu cachorro! — Eu quero ajuda pra conseguir que o Taehyung acredite em mim, só isso!

— Ah, e você acha que vai ser de graça? — O outro riu. Tinha de admitir, ruim que fosse aquela situação, o tal Yoongi tinha uma risada gostosa e uma voz de fuder os ouvidos. — Uma missão impossível dessas? Não, garoto, não vai ser... — Encheu mais um copinho e meteu mais vodka pra dentro. — Ainda mais se tratando de você, o fedelho que pôs tantos dos meus sócios atrás das grades por dinheiro.

— O que você faz não é por dinheiro? — Retrucou, tentando ser esperto, mas Yoongi só riu ainda mais dele.

— Não, garoto, eu faço por diversão, não me insulte. — Ele moveu os cabelos claros pro lado, num manear de cabeça leve e elegante. Aliás, Yoongi tinha modos muito finos pra um lugar como aquele. — Tenha certeza de que o que eu faço, por pior que seja, são por motivações bem mais nobres que as suas.