Cabelos rosa ao vento, num contraste perfeito com o céu azul sem rastro de nuvens; o sol refletindo nas lentes do belo par de óculos escuros bem postos no rosto cuidadosamente maquiado.
Uma regata bem decotada, a jaqueta caída até os cotovelos, calças jeans bem justas nas pernas definidas, e os pés pequenos em belos sapatos: tudo em preto. Ele ficava bem naquela cor. Era a cor da sua quarenta e quatro, escondida por detrás do cinto.
Lá estava, "Roleta da sorte", o último bar antes do porto. Entrou; mesmo silencioso, todos se voltaram para a porta.Olhares. Muitos. Sorriu, jogando a franja para trás. Tem quem não goste de ser o centro das atenções, mas esse definitivamente não era o caso de Park Jimin. Aliás, ele não precisava se esconder de ninguém, e suas recompensas não suportavam ficar sem olhar pra ele; assim era mais fácil encontrá-las.
— Achei você, gatinho. — Murmurou pra si mesmo, assim que cruzou o olhar com o ruivo sentado ao balcão, na última banqueta.— Vocês estão sempre na primeira carta... — Foi se aproximando devagar, a passos de pantera. O outro deu de ombros, fechando os olhos ao que voltava a bebericar seu drink. — Psiu...
Taehyung sentiu o cano gelado da arma cutucando sua têmpora; suspirou.
— Caçador de recompensas?
Jimin nem soube como aconteceu; apenas piscou e no outro momento estava de bruços sobre o balcão, com o braço imobilizado atrás das costas e o cano de uma trinta e oito na nuca.
— Você é bonitinho demais para ser um.
— "Bonitinho", sério?
— Escuta, eu tô de férias, então não enche meu saco.
— Que tal passar suas férias na cadeia? — "Férias"? Um serial killer? Sério? Mas que diabos era aquele cara? — E daí pagar as minhas férias?
— As pessoas não costumam chamar serial killers de loucos?! Por que um louco não pode simplesmente decidir quando ficará de férias? Você não me conhece mesmo, baixinho.. — Pressionou a arma no pescoço do outro.
— Digo o mesmo... — Reprimiu um gemido. Ficar de costas para um cara de ombros tão largos naquela posição o estava deixando quente. — Me chamando por esses diminutivos... acha que tá falando com quem?
— Desculpa se não te conheço... mas agradeça à sua genética, porque... — Deitou o peito sobre suas costas, alcançando com os lábios a orelha pequena cheia de brincos. — Eu te achei uma gracinha, então não vou estourar seus miolos.
— Ah mas que... — Mordeu os lábios. Mas quanta audácia, já não sabia se estava nervoso ou excitado. — Filho da puta.
— Aliás, não acha que essas caçadas estão ficando sem graça? Que tal uma mais divertida? — mordeu os lábios enquanto o olhava de cima a baixo. — Eu não me importo em pagar suas férias. — Soltou-o. Jimin girou no balcão imediatamente. Cinturas alinhadas, um apontando para a testa do outro. Aquilo era um óbvio pedido de trégua.
— Aceito. — Guardou a arma.
Jimin realmente havia mexido com os hormônios e a cabeça do Kim, por este motivo ele não mediria esforços para tê-lo nem que seja pelo menos uma vez. Não havia se relacionado com ninguém faz bastante tempo e estava carente demais. De férias, nada adiantaria caso ele passasse sozinho. É arriscado descansar com alguém que quer te entregar para receber uma recompensa, mas o segundo nome de Taehyung é adrenalina.
O caçador de recompensas não estava diferente, um pouco intoxicado com tamanho charme do homem de cabelos de fogo. Nunca uma de suas presas lhe havia feito tal oferta, mas para tudo há sua primeira vez, não é mesmo? Jimin não tinha medo dele, sabia que se tentasse fazer algo com, conseguiria se defender de forma eficaz. Pode parecer bobo ao aceitar de primeira, mas o rosado tem suas cartas na manga.
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Por um Fio - Vmin
Hayran KurguQuando duas almas estão destinadas a se encontrar, não importa o que aconteça. Elas simplesmente encontrarão os caminhos para que isso se realize. Na vida passada, Jimin e Taehyung eram dois idosos que haviam se encontrado de forma trágica: em cânce...