Capítulo VII

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Algo... ou alguém.

Mas se for alguém? Quem seria?

Fazia dez minutos que a acastanhada olhava para a folha em branco a sua frente pensando o que faria para sua coleção. O rascunho dos modelos em si estavam terminados e a escalação dos modelos estava sendo feita, mas ainda sentia que faltava algo.

A coleção de Ochako era baseado em vários tipos de corpos e pessoas, mostrando os vários estilos de cada um e a representavidade e igualdade de todos. Fugindo do padrão ao não usar as modelos altas e magras comuns da Europa, buscou quebrar todos os padrões possíveis. Mas, mesmo assim, faltava algo.

Talvez faltava um outro modelo? Uma nova peça de roupa?

A acastanhada buscava transmitir todo seu sentimento e o significado do que era aquela coleção, que traria um novo olhar ao mundo da moda.

Cansada de olhar a folha, ela se levantou de sua mesa e começou a andar pelo departamento, olhando os outros estilistas trabalhar.

Observando o mural de antigos desenhos de roupas, acabou vendo aquele desenho novamente: o com a mesma assinatura do que viu na mesa de Eijiro.

Eijiro.

A imagem da noite no bar veio a sua mente. Suas bochechas se esquentaram um pouco só de lembrar o que havia acontecido. Ela poderia ter apenas esquecido com a ressaca do dia seguinte, mas seu cérebro quis guardar essa lembrança para a atormentar.

Nem conseguiu se desculpar, apenas fugiu sem dar satisfação. Ela esperava que ele não se lembrasse do que aconteceu.

Ah, mas ele lembrava. Como poderia esquecer? Assim que a acastanhada saiu daquele bar o acontecimento foi gravado no cérebro do ruivo.

Lá estava ele: sentado em sua cadeira no escritório. De longe, poderia parecer que ele estava concentrado no seu trabalho, digitando e assinando coisas a todo momento, mas Eijiro estava completamente desnorteado. Ele passou o resto do fim de semana com aquela imagem se repetindo na sua mente sem saber o que fazer. E agora, em plena segunda, torcia para que Ochako não fosse até lá, pois não sabia como reagir na frente dela.

Aquele beijo... Podíamos considerar que foi um beijo? Nem havia tido um toque de lábios tão profundo, foi mais para um selinho ou algo do tipo.

Enfim, sua cabeça estava tentando encaixar as peças do que aconteceu. Ochako e Eijiro estavam extremamente bêbados. Ambos falavam de relacionamentos- apesar de nunca terem dado nome aos envolvidos- e em um momento de conexão de ambos, ela acaba tentando beijá-lo.

Se ela tentou beijá-lo, era porque gosta dele?

Se Katsuki gosta de Ochako, Ochako de Eijiro e Eijiro de Katsuki...

É... Era um puta de um triângulo amoroso na qual com certeza o ruivo não esperava.

Mas, e agora? Ela provavelmente não gostava de Katsuki e era quase certeza que era monogâmica.

Por que essa informação veio em sua mente? Não importava se ela era ou não monogâmica, não é?

[...]

A acastanhada respirou fundo antes de bater na porta. Estava tentando fugir a todo momento, mas precisava enfrentá-lo.

Assim que ouviu a voz rouca do outro lado da porta autorizando a entrada, ela abriu a porta e se aproximou.

—O que gostaria?—pela  voz dava para notar qye com certeza estava de ressaca naquela manhã.

—Vim ver o andamento dos tecidos e a autorização da coleção.— ela falou clara e objetiva.

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