Um Sonho Popstar 2 (Juke - JATP)

Capítulo 2 - A dor da verdade

Narradora

No caminho para o aeroporto, Julie e Zac não trocam uma palavra sequer. O clima se torna ainda mais esquisito porque Molina não larga o ursinho amarelo que ganhou de Patterson no dia que ele precisou retornar para Los Angeles. A culpa consome ambos. Morrison cuidou até demais da cacheada (inclusive, ajudou a cantora a dormir, ops) e se deixou levar quando o desejo virou realidade, nem tentou impedi-la. Já ela traiu o namorado faltando três dias para comemorar um ano de namoro. O rapaz que rodou Paris inteira para encontrá-la, fez com que voltasse a ter contato com a música e não para de dizer que a ama.

Precisaram dispersar seus pensamentos ao chegarem no local, onde há diversos paparazzis aguardando a cantora. O empresário desceu do carro e abriu a porta de Julie. Precisou guiá-la pelo corredor de flashes e segurou a cintura da mesma para evitar uma queda no empurra empurra. Com os dedos de Zac na sua pele, imagens da noite anterior invadiram a mente de Molina. Ela parou de andar e derrubou o ursinho, chamando a atenção dos fotógrafos. Começou a sentir falta de ar, sua vista ficou embaçada e a tontura se fez presente.

- Julie. Julie! Precisamos ir - Zac aumentou o volume da voz para a garota escutá-lo no meio de tanto barulho.

- Não...consigo... - sua boca está seca. As palavras mal saíram audíveis.

- Eu vou te carregar. Pode ser? - Molina pensou por longos segundos antes de permitir. O empresário se agachou para pegar o ursinho, a entregou e pediu para segurar bem os pertences - por favor, precisamos passar. Ela não está bem, abram espaço - seu tom é autoritário, fazendo as pessoas entenderem que a situação é séria.

Nunca conseguiram entrar tão rápido em um aeroporto como hoje. Logo atrás, o motorista contratado vem trazendo as malas. Zac pediu para o homem ficar com Julie enquanto vai correndo comprar uma garrafa de água, mas antes se certificou de que a garota está respirando. A caminhada até a lanchonete mais próxima foi dificílima, já que suas pernas parecem gelatinas devido ao nervosismo. Ele treme tanto que derrubou as moedas na hora de pagar. Na volta, de longe, viu Molina pálida encarando o celular. Engoliu em seco, respirou fundo e criou coragem para continuar andando.

- Tá tudo bem? Trouxe água - entregou a garrafa e a cacheada tomou grandes goles, bebendo metade do líquido - alguém veio te incomodar? Publicaram algo?

- Pode ficar tranquilo. Não é nada disso - ele deu um longo suspiro, fechando os olhos e jogando a cabeça para trás - o Luke mandou uma mensagem - o coração de Zac parou ao escutar o nome do guitarrista. Só consegue imaginar o soco que vai receber bem no meio do rosto - ele não vai me buscar no aeroporto porque está no estúdio.

- Ah, é isso? - perguntou aliviado - eu peço para alguém da Hi or Hey Records te buscar e levar para o apartamento.

- Obrigada.

Após o agradecimento, Zac despachou as malas, dispensou o motorista e o silêncio desconfortável retornou. Cerca de 15 minutos depois, um movimento suspeito começou. Fãs brasileiros se aproximam para tirar fotos e pedir autógrafos. O empresário finalmente notou que ficaram expostos, esqueceu completamente que deveriam ter se escondido na sala VIP desde que pisaram no aeroporto.

Tentando demonstrar um pouco de empolgação, Molina escolheu seu melhor sorriso e atendeu algumas pessoas "alegremente". Uma atuação impecável, já que está destruída por dentro. Cada comentário sobre ela e Luke é uma facada no coração. Só consegue agradecer pelo carinho e apoio, se esforçando para não deixar uma lágrima sequer cair. Morrison sabe que ela está perto de desabar. Pediu passagem entre os fãs e retirou a cacheada do local explicando que precisam ir para a área de embarque.