• Dormir •

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Amelie

          Se mais uma coisinha acontecer hoje, eu juro que vou ter um colapso. É como se eu pudesse numerar minha sanidade e ela estivesse em menos da metade.

          A loucura me chama... Mais que o normal.

          Mexo no relógio de Wanderley no meu pulso, são 1:04h da madrugada e eu estou morrendo de sono, mas quem fiz que eu vou conseguir dormir nessa porra de mansão depois de hoje?

          Quem conseguiria?

          Olivier quis a todo custo dormir no chão ao lado da minha cama — cama provisória, por Deus — mas o Milo ia ficar sozinho e eu não aguento mais esses dois não tendo o mínimo de noção do que está rolando entre eles, então eu expulse meu irmão para que ele fosse dormir com o Milo do outro lado da mansão ou na casa dela, que seja. Mas agora eu me arrependi dessa decisão.

          Me arrependi muito.

          Viro para a janela, observando a casa de Bárbara. Tem uma luz bem fraca oscilando diante dos meus olhos vindo da casa dela,

           Barbarinha...

          Pego o lampião apoiado na mesa e saio do quarto. Tudo está tão escuro e turvo, um verdadeiro pesadelo. Saio correndo até a porta e depois até a casa de Bárbara, com medo de qualquer coisa me perseguindo, principalmente da Noralma prontinha para comer meu cu.

          Segui até a janela do quarto de Bárbara, onde ela está sentada com um lampião no chão, bem distraída, parece que presa em muitos pensamentos. Bati no vidro com um sorrisão no rosto, os olhos arregalados parecendo uma maluca.

— Meu Deus Amelie! — ela quase gritou, mas baixou o tom de voz rápido, como se não quisesse acordar alguém — Sua doida, o que tá fazendo aí? — ela apontou para fora do quarto — Vai até à porta, tô indo lá.

          Caminhei até onde havia uma porta antes e agora era só um buraco em formato de porta. Bárbara apareceu na minha frente, uma carinha de cansada que deu dó.

— O que foi?

— Nada, não — respondi — Vim te atormentar amiga, vou te explicar o que é Tinder...

— Aí Amelie... — sua voz pareceu mais cansada do que seu rosto, logo percebi que brincadeira nenhuma ia manter ela aqui.

          Ela se virou para voltar pro quarto e num impulso, gritei:

— Bárbara espera! — ela olhou para mim, quase querendo me repreender. Dava para ver nos olhos dela.

— Não grita assim, ocê pode... — Bárbara parou por um ou dois segundos — Ocê pode acabar acordando alguém.

          Ela quase disse "minha mãe", sei disso. Agora, mais do que qualquer coisa, mais do que não querer ficar sozinha, também não quero que ela fique. A Lívia não tá mais aqui, e vai ser um caminho longo para filha agora.

— Dorme comigo. — soltei, os olhos dela tremulando, cores surgindo nas bochechas.

— O q-quê?

— Dorme comigo hoje, Bárbara. Só mais uma vez — respirei fundo e peguei a mão dela — Não quero dormir sozinha e não quero você sozinha também.

— Tá bom, Amelie – ela respondeu em um suspiro, dando dois passos para fora da casa, passos difíceis e pesados.

          Voltei para a mansão com Bárbara ainda segurando minha mão, um passo de cada vez até o andar de cima.

          Deitada na cama, relaxei um pouco e soltei a mão de Bárbara para abraçá-la.

— Consegue "dormí" agora, Amelie Florence? — ela provoca, o sotaque caipira puxado como nunca.

          Dei uma gargalhada que não durou muito, apertando ela um pouco mais forte.

— Assim eu dormiria bem todo dia.

Muito boa tarde,nada a declarar hojeespero que tenham gostado

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Muito boa tarde,
nada a declarar hoje
espero que tenham gostado

Até a próxima. ☆

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