Chance à Noite | O Segredo Na Ilha
Contos de "O Segredo na Ilha: RPG" sobre os casais hc's (headcanon) da temporada.
𝐐uando os irmãos Florence aceitaram morar com os pais temporariamente na Ilha de Tipora, não esperavam encontrar coisas inexplicáve...
Os últimos dias foram confusos dentro da minha cabeça. Tanta coisa aconteceu nessa ilha em pouco tempo que um momento de silêncio é meio... Surpreendente. Ao meu lado, na cama, Amelie dorme tão pesado que só falta roncar no meu ouvido, queria conseguir fazer o mesmo, mas não há um pedacinho sequer de sono no meu corpo agora. Com a solidão da quietude, os pensamentos vieram como um animal selvagem espreitando na escuridão pronto para atacar a presa, e em segundos, uma confusão de emoções me consumiu.
Fiquei indiferente quando surgiu a proposta de todos virmos a essa ilha junto do meu pai, Amelie queria tentar, talvez ainda tivesse uma esperança alimentada por sonhos irreais, dentro do coração dela. Quando pisei nesse lugar, arrependimento é uma boa palavra para descrever a situação. Mas, uma pessoa mudou tudo isso.
"Acho que você é a coisa mais legal dessa ilha até agora" palavras minhas que, agora, ecoam no meu cérebro como um anseio, uma fantasia, um desejo... Uma promessa.
É estranho, um pouco desconcertante, como eu e Milo nos aproximamos tão rápido. Nunca fui como minha irmã, que encontra amigos e companhias em qualquer lugar, isso sempre foi mais difícil para mim. Mas com ele, tudo parece tão mais fácil, mais simples... Melhor.
É como olhar para alguém que você se importa muito e pensar no futuro, e nessa fantasia, não encontrar nenhum momento se quer que essa pessoa não esteja. Para qualquer lado que olhe, ela está lá sorrindo, te encarando, rindo... Brilhando. E tudo o que você quer é que vire realidade.
Não sei porque estou falando assim, pensando assim, mas não consigo parar.
Talvez eu esteja um pouco ansioso. Milo me disse para ir pescar com ele amanhã — ou mais tarde se já tenha passado de 00h. "Não precisa pescar junto comigo, só quero sua companhia" uma frase. Uma frase que fica voltando para minha mente várias vezes, a voz exata dele, ele tropeçando em metade das palavras até terminar, ele esfregando a mão na nuca bagunçando o próprio cabelo, os olhos indo para todas as direções lentamente, parando no meu rosto por um milésimo de segundo, e ainda sim um curto momento que permaneceu gravado dentro de mim.
Quem eu quero enganar? Olha o que eu acabei de pensar/escrever/dizer!
Não sei o que fazer. O que eu faço? O que eu digo? Parece que vou entrar em combustão espontânea.
Existe uma saída fácil pra isso?
Um anseio, uma fantasia, um desejo, uma promessa.
Eu... Gosto do Milo.
...
Solto a caneta no caderno apoiado no meu colo e olho para Amelie, ainda dormindo do mesmo jeito, ainda segura minha mão, firme. Volto a atenção novamente para o caderno, olhando para a caligrafia torta e desfuncional, já que eu não tinha como usar as duas mãos. Fecho o diário e deixo ao meu lado no colchão velho.
Respiro fundo encostando a cabeça na parede, o cansaço bate com a força de um elefante, mas dormir ainda parece distante.
Penso sobre amanhã, sentado em um barco enquanto Milo pesca ao meu lado. Tudo pode dar certo, tudo pode dar errado.
Sabe, o que importa é estar lá amanhã. E bem, não fazer nada que faça Milo me odiar pela eternidade é importante. Acho que destruí alguns neurônios brigando mentalmente comigo mesmo.
Fecho os olhos.
"V-você quer ir pescar comigo amanhã?"
Sorrio.
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Bom dia! Duas coisinhas: Amanhã tem mais um, é continuação de um conto que já existe (aquele do Bolo) E... Ó Vai ter conto dessa cena da pesca também, viu? Assim que eu terminá-lo
